domingo, 24 de junho de 2012

[Oscar de Melhor Filme - 2012] O Artista

Que saia o velho e entre o novo. Que abra o caminho para o novo. A vida é assim. (Peppy Miller)


Se Martin Scorsese, um norte americano, fez uma justa homenagem ao cinema europeu com o belo A invenção de Hugo Cabret, desta vez é Michel Hazanavicius, um parisiense, que homenageia Hollywood. E como não poderia deixar de ser, recebe da Academia a melhor das retribuições, que é o prêmio máximo do cinema: o oscar.

É um grande feito para O Artista, um filme mudo, ganhar o oscar de melhor filme. Em uma época que o culto ao fantástico, ao grandioso, ao espetacular é cada vez mais evidente, que o 3D invade os cinemas e também as casas das pessoas, é admirável que um filme mudo e preto e branco consiga alcançar o topo no mundo cinematográfico. Mesmo que essa homenagem pareça ser um jogo de compadres: O Artista homenageia o cinema e a Academia homenageia O Artista. Que o seja, veio em boa hora.

Ver uma série de imagens ganharem movimentos e se transformarem em uma estória, uma trama. Ou perceber a realidade ser capturada e exibida em um jogo de luzes, era algo magnífico para as pessoas que acompanhavam o nascimento da sétima arte. E mais grandioso ainda participar da produção, da invenção desta magia chamada cinema. Assim eram os atores, e se hoje são venerados, antes poderiam ser considerados os senhores dos sonhos e das fantasias.

George Valentin (Jean Dujardin) é um destes atores, vive o auge do cinema na década de vinte do século passado. Seus filmes lotam as salas de projeção, todos querem ver suas expressões e “caretas”. Vaidoso, imagina que os frequentadores daquele espaço estão ali apenas para vê-lo, será? É inevitável, “o velho deve abrir caminho para o novo”, diria mais tarde sua maior fã.

E para a amargura de Valentin o novo tem som e vem pelas mãos e lábios de Peppy Miller (Bérénice Bejo), aquela que por um tropeço do acaso foi parar na capa dos jornais. Em meio a crise no casamento e também econômica - pois estamos no final da década de vinte, aquele galã acompanha de forma desesperada o nascimento do novo cinema falado. Só lhe restaram seu inseparável cachorrinho, os filmes antigos que ainda representavam os bons tempos cada vez mais distantes e, por fim, o prestativo mordomo Clifton (James Cromwell ) que hesitava em lhe abandonar.

Entre metáforas e cenas emblemáticas, raros diálogos e efeitos especiais, somos levados a concordar com a Academia: se é para premiar, que se premie o cinema, ora! 
Um viva ao melhor filme, melhor diretor, melhor ator principal, melhor figurino e melhor trilha sonora de 2012.

Título original: (The Artist)
Lançamento: 2011 (França e Bélgica)
Direção: Michel Hazanavicius
Atores: Jean Dujardin, Bérénice Bejo, John Goodman, James Cromwell, Penelope Ann Miller, Missi Pyle, Beth Grant, Ed Lauter, Joel Murray, Bitsie Tulloch, Ken Davitian, Malcolm McDowell
Duração: 100 min
Gênero: romance

8 comentários:

  1. ainda não consegui assistir esse filme, acredita?? preciso ve-lo imediatamente!

    http://monteolimpoblog.blogspot.com.br/

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  2. Eu não canso de amar esse filme. Amor a primeira impressão.

    Comprei em dvd e ganhou lugar de destaque na minha coleção.

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  3. Gostei muito!! Mais um ótimo trabalho do ator John Goodman. Estou na expectativa de sua participação na 3ª temporada de Treme que é a combinação perfeita de ótimos atores e uma história muito inspiradora que mostra a população de Nova Orleans na reconstrução de suas vidas, suas casas e culturas após o furacão Katrina. Quero muito ver a nova temporada.

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  4. O Artista mereceu todos os prêmios. Foi uma bela homenagem à história do cinema, uma espécie de Cantando na Chuva sem diálogo. Excelente!
    Abraços!

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  5. Olá, Marcos. Vi e gostei. O filme é belo. Tem todos os atrativos para um bom longa. Valeu ter ganho o Oscar de melhor filme, diretor e ator. É chamaríamos de barba, cabelo e bigode. Um abraço...

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  6. A premiação do Oscar
    há muito tempo não me convence,
    nem O Artista me fez levar a sério a Academia.

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  7. O Artista é realmente um excelente filme.

    Marcos quando tiver tempo pare e veja "Os nomes do amor" ( Le Nom des Gens)
    pode-se dizer que é uma comédia romântica um pouco diferente do que estamos acostumados... mais complexa.
    Depois traga sua crítica quando tiver tempo.
    Abração.

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    1. E aí Bruno, já dei uma pesquisada no filme e parece ser muito bom mesmo. Vou assistir e logo postarei aqui no blog. Valeu pela dica, gosto muito deste tipo de filme.

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