sábado, 31 de dezembro de 2011

Os Melhores de 2011

Geralmente os cinéfilos reservam a última postagem do ano para listar aqueles considerados os melhores filmes do ano. Alguns filmes que foram bem avaliados ainda não consegui assistir, como Melancolia e Meia Noite em Paris, ainda assim, também farei a famosa lista do Alguns Filmes. Em suas respectivas categorias temos:

Drama - O maravilhoso e surpreendente O Segredo dos Seus Olhos, de 2009 é claro, mas que só cosegui assisti este ano.

Ficção - Planeta dos Macacos - A Origem. Certamente deverá estar na lista do Oscar, nem que seja na categoria Melhor Maquiagem.

Comédia - Kick Ass - Quebrando Tudo. A garotada encantou!

Suspense - Old Boy. Só para lembrarmos que existe vida longe de Hollywood, bem que ás vezes parece que só existe vida longe de lá.

Terror -  Sem muitas opções, então ficarei com O Ritual.

Ação - O imperdível Sucker Punch- Mundo Surreal, com certeza um dos três melhores filmes que assisti este ano.

Aventura - X-Men: Primeira Classe, esperamos que os próximos mantenham a mesma qualidade deste.

Animação - Nem Rio, muito menos Rango, no topo está o bom Gnomeu e Julieta.

Nacional - Mantendo a boa safra dos filmes nacionais. O Palhaço não decepcionou. 


Que venha 2012!


Gato de Botas


“Ao longo dos años eu fui chamado por muitos nombres: Diablo o Gato, Amante Felino, Chupa Cabra, Don Juanito, El Ruivo Romântico, mas para maioria yo soy El Gato de Botas - El Fuera da Ley” (O Gato de Botas)


Gato de Botas é baseado nas obras Les contes de ma mère l'Oye, do escritor francês Charles Perrault, e publicado em 1697. Porém, no cinema já possui vida própria e independente, participando de aventuras que muito pouco tem haver com a fábula original. E agora, cansado de dividir a telona com Shrek e Fiona, o Gato vive as suas próprias aventuras, e promete repetir o sucesso conquistado em Tão Tão Distante.

O Gato (Antonio Banderas), por hora um destemido fora da lei, tem um grande objetivo: limpar sua honra de um mal entendido do passado. E vê nas mãos (literalmente) de Jack (Billy Bob Thornton) e Jill (Amy Sedaris) a oportunidade para alcançar seu objetivo. É que esta dupla de malfeitores está com os Feijões Mágicos, aqueles que dão acesso a Gansa dos Ovos de Ouro. Para ajudar o Gato nesta imensa confusão de fábulas encontraremos a bela Kitty Pata Mansa (Salma Hayek) e seu velho amigo de infância: Humpty Dumpty (Zach Galifianakis), mais conhecido como Ovo. O trio tentará roubar os feijões e alcançar os tão desejados ovos de ouro, mal sabem eles o que os esperam.

Sabendo que as salas estariam lotadas do público infantil, os idealizadores trataram de direcionar bem as piadas, porém sem deixar os adultos desanimados, pelo contrário. Uma mistura de carisma, sedução, simpatia, referência a filmes famosos e conto de fadas dão conta da proposta da Animação. Mesmo que em determinado momento a trama perca o fôlego, em determinado instante pareceu até que o filme estaria chegando ao fim antes do tempo. Mas as reviravoltas nos minutos finais garantem o espectador acordado.   

O trailer, como é de costume, gerou uma enorme expectativa sobre a animação que talvez não tenha sido contemplada, contudo, mesmo não sendo tão divertido quanto Gnomeu e Julieta, ainda assim vale seus noventa minutos, principalmente para a criançada.


Título original: (Puss in Boots)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: Chris Miller
Atores: Antonio Banderas, Salma Hayek, Zach Galifianakis, Billy Bob Thornton.
Duração: 90 min
Gênero: Animação

Os Especialistas


- Isso termina hoje. (Spike)
- A guerra não termina até que ambos os lados decidam. (Danny)


O meio careca mais valente de Hollywood está de volta, após cumprir todo tipo de missão e aniquilar os malfeitores em filmes tipo Adrenalina e Carga Explosiva, Jason Statham surge agora como Danny, um mercenário, ou o que chamaríamos por aqui de matador de aluguel. Danny, após uma missão não tão bem sucedida no México, ao lado do seu parceiro Hunter (Robet De Niro), resolve se aposentar, abandonar o mundo da criminalidade. Sossegado em uma fazenda na Austrália, saboreava bem sua aposentadoria, inclusive conseguiu até uma namorada (Yvonne Strahovski).

Porém, Hunter, seu velho parceiro, ao tentar fazer um serviço, foi atraído para uma armadilha, ou seja, foi seqüestrado por um poderoso Xeque do petróleo que teve seus filhos assassinados por forças secretas britânicas no Sudão. Assim, Danny teria que fazer um último serviço para o Xeque, se quisesse ter seu amigo Hunter novamente: matar os assassinos dos seus filhos. O problema é que estes assassinos são nada mais nada menos que agentes da SAS (Agentes Secretos Britânicos), protegidos ainda por um grupo de respeitados senhores investidores, além do veterano ex-SAS, Spike (Clive Owen). Enfim, uma briga de cachorro grande.

É um filme baseado no livro de Ranulph Fiennes, (Os Especialistas) e em fatos reais. Cumpre o que promete: tiroteios, perseguição a pé, em carros, lutas bem coreografadas, tiros certeiros, etc., ou seja, ação do início ao fim, e sem muita complexidade no roteiro. Quem aprecia o gênero certamente irá gostar deste.


Título original: (Killer Elite)
Lançamento: 2011 (Austrália, Estados Unidos)
Direção: Gary McKendry
Atores: Robert De Niro, Jason Statham, Clive Owen, Yvonne Strahovski.
Duração: 105 min
Gênero: Ação

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Um Ano do Alguns Filmes



Dezembro de 2010, sem nada pra fazer na net resolvi então iniciar um blog. Sem muitas ideias, faço a opção por algo que escreveria sem  cansar rapidamente: filmes. Primeiro passo foi a escolha de um nome – nada espalhafatoso. O Banner não foi o passo menos complicado, com ajuda da amada Francis elaboramos este com fotografias de quatro grandes filmes: dois antigos e dois mais novos. (dou um doce virtual a quem acertá-los).  E, assim chegamos a um ano e, coincidentemente, duzentos comentários do blog Alguns Filmes. Confesso que certos comentários não foram apagados ainda simplesmente porque servem como registro histórico. 

Observo agora, em um velho caderno, uma longa lista de outros filmes que desejo comentar, considerando ainda os lançamentos que não cansam de chegar, concluo então que estaremos ativos em 2012, mesmo que a vida profissional, doméstica e os estudos digam não. 

Um forte abraço aos parceiros, visitantes anônimos, e comentadores. Que tenhamos sempre boas novas em 2012!

E se quiserem visitar bons blogs acessem a lista dos parceiros abaixo:

Falando Frances com Francis          Que tenha vida longa em  2012
Empadinha Frita          Parceiro mais antigo
Cinema Filmes Seriados        Um dos três parceiros que mais enviam visitantes
Cine Pub Café                Um dos três parceiros que mais enviam visitantes
Gilberto Carlos Cinema           Um dos três parceiros que mais enviam visitantes
Um Amador no cinema        
O Falcão Maltês             
Falando Sobre All            
Apimentário        
Cinema Rodrigo         
Monte Olimpo      
Renato Cinema             
Cine Lupinha      
Cine Mais                       
Cinema Atemporal         


200° Comentário - As Loucuras de Dick e Jane


- Dick Harper! Mas que sorte você tem! (Chefe da Pirâmide Tech)
- Que mundo pequeno... olha, meu amigo, você vai me desculpar mas eu não consigo me lembrar de onde você me conhece. (Dick)
- Ah, eu não conheço você não. Eu vi você tremendo na televisão... minha nossa, foi demais hahaha. Temos uma expressão aqui para quem comente um erro: ‘é burro feito o Dick’. Hahahaha ...  Já entrou no site dickharperemane.com? (Chefe da Pirâmide Tech)
- o quê?... Podemos continuar a entrevista de emprego?(Dick)
- Entrevista de emprego? .... Hahahaha.... só queremos bater sua foto, vamos lá pessoal junta mais... (Chefe da Pirâmide Tech)




Neste post especial eu poderia ter escolhido um filme clássico, um campeão de bilheteria ou quem sabe um Cult, como foi o 100° comentário,  porém, fiz a opção por um filme que, de uma forma ou de outra, vejo sempre com outros olhos. Sinto-me colega de aventura, cúmplice de Dick e Jane, por isso, talvez até ache mais graça do que as outras pessoas das peripécias do casal diante daqueles momentos de crise. No fundo mesmo é aquela identificação subjetiva que cada um de nós, seres humanos, temos com uma expressão artística: seja uma canção, um poema, uma pintura, um filme, enfim, sempre encontramos um(a) para chamar de meu!

Por outro lado, não podemos destituir a qualidade do filme. Carrey, interpretando Dick Harper, faz o típico papel que o consagrou: piadas espalhafatosas, gesticulações e caretas excessivas, não chegou a ser um MásKara, mas ficou perto. E Téa Leoni, interpretando Jane, a esposa dedicada, entendeu o sentido do filme. Uma refilmagem de Adivinhe Quem Veio para Roubar (1977), interpretado por George Segal e Jane Fonda. Enquanto o original fez uma crítica ao posicionamento americano frente às questões geopolíticas, desta vez, mais de trinta anos depois, Carrey e Leoni brincam com a ganância corporativista dos anos dois mil, e como não, belisca o estilo de vida do norte-americano (pelo menos o estilo dos executivos que fazem de tudo para se manterem no topo).

Harper parecia ter conseguido aquela promoção que sempre sonhara, afinal, tinha sido chamado ao 51° andar, isso mesmo, ao 51° andar, o Território dos Grandes, e foi lá que lhe deram o ostentoso cargo de Vice Presidente de Comunicação da Empresas Globo Dine! Mas o que parecia ser um sonho logo se transformaria no maior dos seus pesadelos. Este cargo foi a maior enrascada que só findou com sua demissão, e, é a partir daí que começam as aventuras. Dick e Jane tentam fazer de tudo para manter seu alto padrão de vida: vender os móveis, o carro, ser cobaia para novos produtos estéticos, brigar com mexicanos ilegais por bicos, até partir para os assaltos.

Sempre que revejo este filme acabo rindo das mesmas piadas, desde os estereótipos: executivos jogando golfes no escritório, voando pra lá e pra cá de helicópteros, até seus exagerados caprichos, como o Mercedes que responde ao comando de voz ou uma coleira inibidora de latidos, etc.

Este já é um daqueles filmes do tipo Sessão da Tarde, ou seja, para a maioria das pessoas só serve mesmo como “Momento Nostalgia!”, mas, ainda assim, sempre o considerarei um dos melhores do gênero comédia.


Título original: (Fun with Dick and Jane)
Lançamento: 2005 (EUA)
Direção: Dean Parisot
Atores: Jim Carrey, Téa Leoni, Alec Baldwin, Richard Jenkins.
Duração: 90 min
Gênero: Comédia

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Missão Impossível – Protocolo Fantasma


- Há uma hora uma bomba destruiu o kremlin. O Presidente iniciou o Protocolo Fantasama. Toda a IMF foi renegada.  (Secretário de Segurança dos EUA)


Com certeza a maioria das pessoas que assistem filmes freqüentemente conseguirão identificar a trilha sonora dos filmes Missão Impossível, assim como, também lembrarão que Tom Cruise é seu ator principal. Em fim, definitivamente essa franquia já entrou para a história do cinema. Contudo, há ainda outro elemento que os apreciadores do cinema também relacionarão com estes filmes: é a ação.  E neste quesito não há o que reclamar deste último filme: continuam as boas cenas de tirar o fôlego, perseguições, lutas, intrigas, segredos, algumas piadinhas, cenários diversificados, e uma trama, digamos, um tanto fantasiosa, mas agradável.

O filme começa com o resgate do super agente secreto, Ethan Hunt, de uma prisão russa. Isto porque precisam dele para uma importante missão. Porém antes mesmo que Ethan consiga completar sua nova missão um atentado ao Kremlin põe em cheque a relação entre os Estados Unidos e a Rússia. Revisitando a Guerra Fria, o risco de uma Guerra Nuclear volta a tona, então não há outra alternativa para o governo norte americano que não seja retirar a agência IMF de cena e acusar Ethan e seus colegas pelo atentado em solo russo.  Assim, oficialmente fora de operação, não resta outra alternativa a Ethan, Benji (Simon Pegg) e Jane (Paula Patton), além de Brandt (Jeremy Renner), senão tentar identificar o responsável pelo atentado e assim livrar seus nomes da acusação de terrorismo.

Talvez não seja tão bom quanto o terceiro, porém satisfaz o desejo de quem procura apenas um bom filme de ação.  E o melhor, ainda não ficou aquela famosa sensação: “já chega de tantas continuações desta franquia”, o que é muito comum nas sequências de filmes que não apresentam diferença alguma entre um e outro. Pelo contrário, acredito que se manter o bom nível ainda há espaço para mais um filme.  

Protocolo Fantasma: Missão Cumprida!


Título original: (Mission: Impossible - Ghost Protocol)
Lançamento: 2011 (Estados Unidos)
Direção: Brad Bird
Atores: Tom Cruise, Simon Pegg, Jeremy Renner, Paula Patton.
Duração: 133 min
Gênero: Ação

A Minha Versão do Amor


- Algum dia eu desisti, em ralação a você? (Panofsky)
- Nunca. (Miriam)


Paul Giamatti é um daqueles raros atores que serve como selo de qualidade para um filme, basta vê-lo no cartaz ou na capa do DVD que já nos interessamos, ou mesmo decidimos assistir sem até mesmo ler a sinopse. E desta vez não é diferente, interpretando Barney Panofsky, Giamatti novamente é um show a parte, não é por acaso que este papel lhe rendeu o Globo de Ouro de Melhor Ator de Comédia em 2011.

Panofsky é um produtor de TV sessentão, agora solteiro, mas com dois filhos do seu terceiro casamento. Passa boa parte do filme recordando suas trajetórias amorosas: o casamento na Itália com a primeira esposa (Rachelle Lefevre), então acompanhado pelos seus grandes amigos, entre eles: Boogie (Scott Speedman).  Mesmo descobrindo depois que o filho que ela esperava, principal motivo do casamento, não era seu, Panofsky ainda assim nutria um forte sentimento por ela. E, apesar de tudo, também manteve sólida a amizade com seu amigo Boogie, mesmo que o detetive O'Hearne (MarkAdd y) insistisse em pensar o contrário.

E foi no dia do casamento com sua segunda esposa (Minnie Driver) que  Panofsky conhece Miriam (Rosamund Pike), por quem se apaixonara perdidamente, e tentaria, por todos os meios, conquistar. A vida de Panofsky se resumia então a ganhar o amor daquela bela mulher. E se dependesse de Izzy (Dustin Hoffman), seu pai e grande companheiro, Panofsky deveria ir sim lutar por Miriam.

Este é um filme que trata dos erros e acertos das pessoas que buscam a felicidade no amor. Panofsky experimentou o doce paraíso e o terrível gosto amargo do inferno, tudo em virtude dos seus acertos e erros, porém nunca desistiu de um grande amor. 

Definitivamente, não há o que tirar nem pôr neste filme.


Título original: (Barney's Version)
Lançamento: 2010 (Canadá)
Direção: Richard J. Lewis
Atores: Paul Giamatti, Rosamund Pike, Minnie Driver, Scott Speedman.
Duração: 132 min
Gênero: Drama

sábado, 24 de dezembro de 2011

A Árvore da Vida


- A única maneira de ser feliz é amar. A menos que você ame sua vida passará rapidamente. Faça o bem ao próximo. Tenha curiosidade, tenha esperança. (Sra Obrien)


Um filme que trata da religião, do sofrimento causado pela perda de uma pessoa querida, mas acima de tudo é um filme sobre a relação familiar. Exatamente uma família tradicional texana de meados do século passado, enfim, de famílias que prezam por uma educação conservadora, religiosa e patriarcal. Muitos perceberão que apesar de retratar uma família norte americana certamente identificaremos semelhanças com famílias brasileiras, pois por muito tempo, e ainda hoje é bastante comum existir famílias que guiam a educação dos filhos conforme a retratada no filme.

Brad Pitt é o chefe da família O'Brien, junto com sua esposa, interpretada por Jessica Chastain, e seus três filhos. Sempre cuidadoso e meticuloso em relação a educação e o respeito as tradições, o senhor Obrien não media esforços para mostrar a sua cria o que era certo e o que era errado, o que se deve e não se deve fazer, mesmo que fosse necessário repetir cinquenta vezes: “você vai ficar aqui e vai fechar esta porta sem fazer barulho cinquenta vezes, e conte em voz alta” . O senhor Obrien não educava seus filhos daquela forma rígida simplesmente porque gostava de vê-los oprimidos e sofrendo, pelo contrário, ele os amava e acreditava fielmente que estava construindo homens fortes, que jamais diriam: “eu não consigo”. E é esta inflexível educação que põe o seu primogênito em crise: obrigações, limites, ausência de liberdade, necessidade de transgredir, livrar-se do pai, etc.

Anos depois é Sean Penn que dá voz a um dos filhos do Sr. Obrien. Neste instante a dor causada pela morte do irmão, o sentimento de culpa e as lembranças dos difíceis  (e por que não, também felizes) anos de convivência naquela família vem a tona. O expectador é levado em uma viagem simbólica, onírica, conhecendo - e às vezes se reconhecendo - nos dramas da família Obrien. 

Um filme criticado pelos impacientes acostumados com a correria dos trailers de ação e suspense, aqui caminhamos a passos lentos, condensando cada frase e cada cena, apreciando a bela fotografia e densidade dos personagens.  Vá com a mente aberta.


Título original: (The Tree of Life)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: Terrence Malick
Atores: Brad Pitt, Sean Penn, Jessica Chastain, Fiona Shaw.
Duração: 138 min
Gênero: Drama

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Assalto em Dose Dupla


- Estamos atrasados, e aquele cara, Lancelot, é um psicopata! Temos dois idiotas no lobby brincando com explosivos! (assaltante Weinstein)


O que aconteceria se dois grupos de assaltantes resolvessem assaltar o mesmo banco e ao mesmo tempo? É esta a trama central deste filme, acrescenta ainda o fato de uma das gangues ser altamente especializada em assalto desta natureza, enquanto a outra, no caso uma dupla, é tão atrapalhada que mal sabe acionar explosivos. Além de alguns funcionários que foram tomados como reféns, entre eles o inquieto Tripp (Patrick Dempsey) e a ponderada Kaitlin (Ashley Judd). 

Em determinado instante os planos dos assaltantes passam a dar errado: equipamentos falham, reféns são assassinados. Algo estava errado naquele inusitado assalto, e enquanto não descobrissem quem foi o informante das duas gangues o mistério não seria revelado. 

Em algum momento o filme parece entrar em um drama existencial, pois não sabe se é um suspense, uma caricatura das obras de Agatha Christie ou uma comédia. Até que a trama não é ruim, mas as falhas no roteiro, a falta de ritmo e ausência de piadas ou situações realmente engraçadas tiraram muitos pontos do filme, principalmente a escolha de Patrick Dempsey para o papel de um personagem com transtorno obsessivo compulsivo, não ficou engraçado. Pelo menos a atrapalhada dupla de assaltantes Peanut Butter (Tim Blake Nelson) e Jelly (Pruitt Taylor Vince) salvaram o filme.  

Enfim, deixo por sua conta e risco.

 
Título original: (Flypaper)
Lançamento: 2011 (Alemanha, EUA)
Direção: Rob Minkoff
Atores: Patrick Dempsey, Ashley Judd, Tim Blake Nelson, Pruitt Taylor Vince.
Duração: 87 min
Gênero: Comédia

domingo, 18 de dezembro de 2011

O Preço do Amanhã


- O que vamos fazer? Roubar? (Sylvia)
- É roubo, se já foi roubado? (Will Salas)


Geralmente estamos acostumados a assistir filmes em que a trama central é bastante comum: vingança, provar a inocência, traição, etc. nada mais que isso. Porém, vez ou outra, surge uma obra em que existe uma boa fundamentação, seja baseado em algum fato histórico interessante, em uma questão social, existencial ou filosófica.  Fazer com que filmes assim, se tornem também atrativos para a maioria dos apreciadores do cinema é o grande desafio para os roteiristas e diretores. Quase sempre usam a fórmula básica: rostos bonitos e ação. Quando acertam temos uma bela obra, exemplo: Matrix, V de Vingança, Clubeda Luta, Transporting, etc. Estes são filmes que agradam o público que buscam apenas ação, e também aquelas pessoas que que gosta de sair do cinema e passar dias maturando uma cena ou um diálogo. 

O Preço do Amanhã consegue nos presentear com o que é mais raro: uma boa fundamentação filosófica. Porém, se perde ao tentar agregar um recheio repleto de ação e correria. Imaginar uma sociedade em que a imortalidade está ao seu alcance e condicioná-la ao trabalho foi uma boa idéia. Indivíduos que têm seus salários transformados automaticamente em dias ou horas a mais de vida é uma realidade que não está muito distante do nosso mundo: quem tem mais recursos financeiros, pelo menos teoricamente, pode viver mais, ao contrário daqueles que tem apenas o suficiente para viver um dia por vez. Conforme disse Will Salas (Justin Timberlake) : ”nunca tive mais que um dia de vida”.

Por mais que, inevitavelmente, esta discussão nos leve ao inegável e batido tema da concentração de riqueza, o filme também pode nos apresentar elementos que suscitam outros debates paralelos, por exemplo: o aprisionamento tanto dos personagens ricos (pode viver para sempre se não fizer algo insensato) quanto dos pobres. A falsa liberdade/solução proposta pelos heróis. A incansável busca pela eterna juventude, e talvez a busca de um sentido para esta eternidade, ou seja, para quer viver para sempre? E ainda: a força de expressões como “tempo é dinheiro” ganham um sentido extraordinário no filme extrapolando o sentido que damos no mundo real. E por que não falar da ausência de diferenciação entre as gerações, pois, pais, filhos e avós aparecem no filme com talvez centenas de anos, mas sempre conservando o mesmo rostinho de 25 anos. Enfim, O Preço do Amanhã, te deixa muito feliz no início quando parece trazer a tona uma interessante gama de elementos que gerariam um rico debate, porém também te leva à frustração rapidamente ao insistir com o padronizado roteiro “mocinho versus bandido” esvaziando o que o filme tem de melhor. 

De qualquer forma, não deixe de acompanhar a aventura de Will Salas, um jovem que repentinamente recebe uma quantidade de tempo que jamais pensaria em ter, e ao ser perseguido pelos Guardiões do Tempo, sequestra Sylvia (Amanda Seyfried), a entediada filha de um milionário dos negócios do tempo. A doação que o misterioso homem encontrado no bar fez a Salas não foi impensada, pois como ele mesmo rabiscou no vidro da janela antes de partir para o suicídio: “não perca meu tempo”.  Assim, diferentemente das críticas que pairam pela net, aconselho sim a assistirem a este filme, pois, apesar de todos os defeitos, ainda assim, supera os filmes medianos que invadem as telonas atualmente.  


Título original: (In Time)
Lançamento: 2011 (Estados Unidos)
Direção: Andrew Niccol
Atores: Justin Timberlake, Amanda Seyfried, Alex Pettyfer, Olivia Wilde.
Duração: 109 min
Gênero: Ficção Científica

domingo, 11 de dezembro de 2011

MENINOs Não CHORAm


- Os médicos disseram que não pode controlar seus impulsos. (Tom)


Ultimamente o tempo está escasso para assistir e principalmente comentar filmes, tenho me limitado aos passa tempo comerciais das salas de cinema. Porém, ontem tive a grata surpresa de conhecer a obra que penso ser o melhor trabalho de Hilary Swank e que também lhe rendeu um Oscar. E não podemos esquecer que esta é uma atriz que coleciona bons filmes. Meninos não Choram é uma obra prima de interpretação, Swank está irreconhecível e muito convincente.

Conta a história real de Teena Brandon (Hilary Swank), vinte e um ano, uma mulher que tem crise existencial sexual, ou seja, biologicamente, fisicamente nasceu  mulher, mas se senti e age como um homem. Gosta de meninas, anda com meninos. E por mais que gradativamente a sociedade esteja se tornando mais liberal quando o assunto é tolerância a opção sexual alheia, ainda assim, os anos noventa não eram um lugar ideal para manifestar suas escolhas livremente. Por isso, Teena Brandon se vestia e se comportava como homem e não permitia que ninguém descobrisse seus segredos, com exceção para o seu primo Lonny (Matt McGrath).

Alucinado por garotas, Brandon não resistia a possibilidade de uma conquista, e foi assim que, em um bar, conheceu Candace(Alicia Goranson), uma jovem mãe solteira,  e na mesma noite, John (Peter Sarsgaard). Mais tarde veio Tom (Brendan Sexton III)  e Lana(Chloë Sevigny), uma jovem por quem John nutria um amor platônico. Juntos, aquele grupo curtia a vida sem medir conseqüências: bebidas, fuga da polícia, surf em carroceria de caminhonete, etc. Mais os segredos de Brandon estavam mais difíceis de serem mantidos, principalmente após conquistar o coração de Lana. E Brandon sabia que este seria um jogo arriscado, haja vista, aquela ser uma cidade intolerante e preconceituosa.

Para um blogueiro de cinema não há nada mais estimulante do que um bom filme, logo surge um tempinho vago para uma breve postagem. E esta é uma obra imperdível: emocionante, sensível, comovente, uma homenagem ao amor, um apelo contra o preconceito em um mundo em que, infelizmente, para amar ou ser amado(a) deve se antes respeitar alguns padrões ainda intocáveis.  


Título original: (Boys Don't Cry)
Lançamento: 1999 (EUA)
Direção: Kimberly Peirce
Atores: Hillary Swank, Chloë Sevigny, Peter Sarsgaard, Brendan Sexton III.
Duração: 114 min
Gênero: Drama


domingo, 4 de dezembro de 2011

Os Muppets


- Vocês dão ao público a maior dádiva da vida deles. (Walter)
- Filhos? (Caco)
- Não, a outra dádiva. (Walter)
- Sorvete? (Caco)
-Não, depois dessa... (Walter)
-A alegria! (Caco)


Mais um filme da série “Relembrando os anos Oitenta”. Quando a criatividade diminui Hollywood resolve fazer refilmagens, e aqui está a mais nova: Muppets. Um dos desenhos animados mais assistidos naquela década, confesso que passei várias tarde acompanhando as aventuras destes bonequinhos, mas ainda assim, estes não eram meus desenhos preferidos, não sei bem mas pareciam um pouco os Ursinhos Carinhosos, ou seja, chatinho.

Muitos sites e blogs elogiaram bastante este filme, alguns o elegeram Top 10 do ano, quem sabe tenha sido muito mais efeito da nostalgia do que da qualidade da obra, não que seja ruim, porém, de forma absoluta, não está entre os dez melhores filmes de 2011. Mesmo que ainda consiga ser divertido.

Os Muppets estão separados, já não se vêem há muito tempo, mas os planos que o empresário do petróleo, Tex Richman (Chris Cooper), tem para o antigo teatro do grupo, faz com que estes alegres bonequinhos se reúnam novamente. Tex pretende pôr o Teatro abaixo para perfurar um poço de petróleo no local, só há uma alternativa para manter de pé o espaço sagrado para o grupo: reuni-los novamente e fazer um grande show para arrecadar dez milhões de dólares e comprar o prédio. E esta missão nem mesmo começaria se não fosse a esperteza do grande fã do grupo: Walter (Peter Linz), que junto com Gary (Jason Segal) e sua noiva Mary (Amy Adams) que dão a maior força a Caco, Miss Piggy, Fozzie, Animal, Gonzo e companhia. Mas esta não será uma tarefa fácil, que diga o próprio Jack Black!

Certamente quem tem menos de vinte ou vinte e cinco anos não assistirá o mesmo filme que aqueles um pouco mais velhos, pois apesar da boa edição, dose de diversão, trilha sonora e musicais, ainda assim, o ponto alto do filme é exatamente algo que não está no filme, mas em cada espectador: o sentimento de nostalgia. Assim, pode ser que alguns saiam da sala de projeção bastante satisfeitos outros apenas levemente.



Título original: (The Muppets)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: James Bobin
Atores: Jason Segel, Amy Adams, Peter Linz, Zach Galifianakis.
Duração: 98 min
Gênero: Comédia