domingo, 27 de janeiro de 2013

O Resgate

“O seu pai me abandonou, vou fazê-lo pagar por nós dois” (Vincent)


Um dos atores mais atuantes de Hollywood está de volta, desta vez Nicolas Cage nos apresenta um intenso thriller de ação, com roubos espetaculares, pegas nas ruas de Nova Orleans e uma caçada descontrolada para tentar salvar a pele da filha (Sami Gayle).

A trama toda começa após um assalto a banco frustrado pela polícia. E nem mesmo os anos na prisão foram suficientes para que o maior assaltante de banco do país se livrasse do impetuoso agente Tim, do FBI, interpretado por Danny Huston. Além do olhar atento dos Federais, o personagem de Cage também terá que lidar com seu antigo parceiro de roubos, o desequilibrado Vincent (Josh Lucas) que sequestrou a sua filha, pois acredita fielmente que Will escondera o produto do último assalto a banco que fizeram juntos.

Enfim, está montado o cenário ideal para o meticuloso e preciso Will agir. A desenfreada tentativa de livrar a filha das mãos de Vincent, também permite que Will faça coisas que nem os lendários Macgyver e Chuk Norris fizeram. Aliás, ultimamente os filmes de Cage caracterizam-se cada vez mais por estes exageros, que, neste caso, pode ser computado como crédito.

É uma boa pedida para quem chegou tarde ao cinema e não conseguiu o ingresso para ver aquele filme indicado ao oscar que tanto planejou assistir,  ou então se está procurando algumas ideias para fazer um assalto a banco.


Título original: ( Stolen )
Lançamento: 2013, (EUA)
Direção: Simon West
Atores: Nicolas Cage, Josh Lucas, Danny Huston, Malin Akerman, Sami Gayle, Edrick Browne, Mark Valley, M.C. Gainey
Duração: 96 min.
Gênero: Ação

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Que Bom Te Ver Viva

Para mim a maior vitória é me reintegrar internamente, é esta busca para juntar meus pedacinhos... (Estrella Bohadana)


Vinte e quatro anos atrás as personagens do filme já reclamavam do silêncio velado em torno da tortura promovida pelo governo militar. Imagine hoje? Atualmente a tortura é um tema relegado aos livros escolares, e pasmem, de modo superficial. Contrariando os ensinamentos da História que nos alerta sempre a não esquecer os horrores do passado.

Felizmente a Comissão da Verdade é uma tentativa de retomar estas memórias. Uma iniciativa do governo brasileiro, por força do Corte Interamericana de Direitos Humanos, de pesquisar os inúmeros casos envolvendo os abuso dos militares e guerrilheiros nestes anos de chumbo. Mesmo que esta Comissão não tenha caráter punitivo - em virtude da famigerada Lei da Anistia, de 1979, que impede que os acusados sejam julgados pelos crimes daquela época, infelizmente – ainda assim, é um avanço para a preservação da memória nacional. Até mesmo porque os arquivos estarão abertos aos pesquisadores, assim que a Comissão finalizar seu trabalho.

O filme dirigido por Lúcia Murat traz a tona oito comoventes histórias. São relatos de mulheres que tiveram suas vidas mudadas drasticamente após serem presas e torturadas pelos militares durante a luta armada. Estas mulheres, que após anos de cadeia e tortura, tornaram se médicas, filosofas  historiadoras, donas de casa, etc. escancaram suas feridas e traumas, muitos que ainda as fazem perderem o sono.

Traumas que levaram algumas sobreviventes a ultrapassarem a barreira da lucidez, tamanha a dimensão e intensidade das torturas física e psicológicas. Mortes de companheiros na cadeia, em combate, suicídio, morte ou nascimento de filhos na cadeia, tortura de familiares, uso de insetos, fotos dos companheiros decapitados, pau de arara, choques, exílio, etc. Fazer sofrer era a ordem, a morte era uma consequência, se possível, a ser adiada ao máximo, pois assim a tortura poderia se prolongar ainda mais. Era assim que pensavam os torturadores.

Impossível começar a assistir aqueles depoimentos e histórias reais e não se emocionar, não se espantar como o Estado pode se transformar em uma máquina tão mortal e cruel, aliás, como o homem, sob o pretexto de estar a serviço do Estado, pode ser tão cruel. Filmes como estes também servem para nos mostrar que o devemos estar sempre atento quanto as investidas do Leviatã contra nossa liberdade e dignidade.

Aos que foram torturados e romperam a barreira da sanidade.


Título original: ( Que Bom Te Ver Viva)
Lançamento: 1989, (Brasil)
Direção: Lucia murat
Atores: Irene Ravache
Duração: 100 min.
Gênero: Documentário

sábado, 19 de janeiro de 2013

O Último Desafio



“Não vou deixar o cara entrar na nossa cidade sem lutar.” (Ray Owens)



Quando minha mãe ainda era uma criança, o senhor Arnold Schwarzenegger já fazia filmes, seu primeiro longa foi o pouco conhecido Hécules em Nova York, em 1969. Daí em diante inúmeros outros foram surgindo, a maioria grandes sucessos entre os aficionados por ação, pancadaria e tiros, como por exemplo: Conan, O Bárbaro (1982), a trilogia O Exterminador do Futuro (1984, 1991, 2003), O Sobrevivente (1987), O Predador (1987), Inferno Vermelho (1988), O Vingador do Futuro (1990), O Fim dos Dias (1999), O Sexto Dia (2000), e a quase trilogia Os Mercenários (2010, 2012 e agora em 2013), são alguns dos filmes do ex-governador da Califórnia que dificilmente alguém afirmaria desconhecer.

Atualmente assistir um filme de Arnold Schwarzenegger é também retornar aos anos noventa, quando este e mais outras estrelas como: Van Damme, Bruce Willis, Chuck Norris, Sylvester Stallone, entre outros, alegravam nossas tardes ou noites de segundas-feiras, com a “Sessão da Tarde” ou “Tela Quente”, respectivamente. É por isso que além do sentimento de nostalgia, também somos movidos pela complacência e aliviamos qualquer crítica ao velho Arnold.

Mesmo porque, pelo menos neste filme, não há o que reclamar. A ação fica por conta do desfile de armas super potentes, perseguição em carros não menos poderosos e algumas porradas do já não tão em forma Schwarzenegger. E ainda tem um romance entre Frank Martinez (Rodrigo Santoro) e Sarah Torrance (Jaimie Alexander), ambos tentarão ajudar o xerife Ray Owens (Arnold Schwarzenegger) a capturar o perigoso Cortez (Eduardo Noriega), um traficante de drogas em fuga alucinada em direção ao México, sempre o México. Contamos ainda com a participação especial do premiado Forest Whitaker, na pele do agente do FBI John Bannister. Já a veia cômica fica por conta do policial meio medroso Mike Figuerola, interpretado por Luis Guzman e de Lewis Dinkum (Johnny Knoxville ), um alucinado por armas e que não vai perde a oportunidade de dar uns tiros.

Alguns explosões, perseguições, piadas, e frases clichês é certamente o que encontramos em O Último Desafio, mas, como disse lá em cima, não sejamos rígidos demais com o velhinho, afinal, apesar de tudo, ele ainda nos diverte.




Título original: (The Last Stand)
Lançamento: 2013, (EUA)
Direção: Kim Jee-woon
Atores: Arnold Schwarzenegger, Eduardo Noriega, Forest Whitaker, Peter Stormare, Johnny Knoxville, Luis Guzmán, Jaimie Alexander, Rodrigo Santoro, Zach Gilford, Genesis Rodriguez, Harry Dean Stanton
Duração: 107 min.
Gênero: Ação

sábado, 5 de janeiro de 2013

Tudo Pelo Poder


“Não sou cristão. Não sou ateu. Não sou judeu. Não sou muçulmano. Minha religião e aquilo em que eu acredito chama-se Constituição dos Estados Unidos da América.” (Stephen Myers)


Stephen Myers (Ryan Gosling) é um idealista apaixonado por política, assessora o Governador Democrata do Estado da Pensilvânia, Mike Morris (George Clooney) que busca vencer o Senador Pullman, do Arkansas, pelas primárias do partido para então ser o candidato à presidência dos Estados Unidos. Este assessor é competente, dedicado e acredita fielmente no seu representante, ou seja, no político para quem trabalha.

George Clooney dirige e também completa o elenco deste filme imperdível para quem aprecia o jogo político. Os atos, por mais simples e inocentes que sejam, sempre terão um peso político, esta é uma das principais lições do filme, principalmente eu um ambiente como este, e que Myers não demorou a perceber.

Mas do outro lado, assessorando o Senador Pullman, existem pessoas também competentes, certamente não tão idealistas quanto Myers. É Tom Duffy (Paul Giamatti), um velho experiente lobista que fará de tudo para que seu político vença esta primária, principalmente se buscar os atalhos que todo jogo político produz, e que ele bem conhece.
O roteiro é muito bom, a trama é densa, repletas de reviravoltas e surpresas o que enriquece muito o filme. Porém, apesar de tudo, os recursos - na maioria não éticos - adotados por estes personagens não chegam a nos surpreender. Por ser um cenário envolvendo a política partidária, infelizmente tomamos toda aqueles jogos, trapaças e corrupções como normal, até mesmo natural, pois nos espelhamos na vida real.

E talvez por escancarar esta verdade, por mostrar os cordeiros, os lobos e seus disfarces é que este filme ganhou tamanho destaque. Claro, não podemos deixar de elogiar o bom trabalho do diretor e ator Clooney, as excelentes interpretações de Gosling, Giamatti, e também de Philip Seymour Hoffman na pele do assessor ambicioso, tal como a jornalista interpretada por Marisa Tomei, sem nos esquecermos de Evan Rachel Wood, que interpreta Molly, uma estagiária bastante, digamos, participativa. 

Mais uma vez Clooney nos apresenta um ótimo e imperdível trabalho, que bem mereceu a indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, visto ter sido baseado na peça Farragut North, de Beau Willimon. 

Assistam. 

Título original: (The Ides of March
Lançamento: 2011, (EUA) 
Direção: George Clooney
Atores: Ryan Gosling, George Clooney, Evan Rachel Wood, Philip Seymour Hoffman, Paul Giamatti, Marisa Tomei, Max Minghella, Jeffrey Wright
Duração: 101 min. 
Gênero: Drama