- Aqui não é o lugar deles (Morador da cidade)
- Mantê-los aqui sai caro e deviam investir em outras coisas. Ao menos, eles vivem separados. (Morador da cidade)
- Eles deviam ir embora. Não sei pra onde. (Morador da cidade)
Apesar de figurar na lista dos indicados ao Oscar do ano de 2010, Distrito 9 não passava de um figurante em meio aqueles super elogiados filmes: Avatar, Guerra ao Terror, etc. Porém, assim como Preciosa, Educação e Bastardos Inglórios, este filme foi além do simplesmente interessante. Não em virtude dos efeitos especiais que não foram revolucionários, mas pelo menos foram bem razoáveis. Mas a graça deste filme está na sua ironia, na crítica a discriminação, a desigualdade social, (sem ser panfletário), no drama, na capacidade de manter o telespectador em suspensão, apesar do tema batido (alienígenas) e ainda ofereceu uma boa dose de ação. Neill Blomkamp, o diretor, nos contou um drama comovente, tanto do ponto de vista do indivíduo, representado no personagem Wikus Van De Merwe (Sharlto Copley), como também a partir da perspectiva coletiva, no caso, a situação dos extraterrestres isolados no Distrito 9. Sem ser piegas nem tampouco superficial, ou seja, na medida exata.
Imagine uma enorme nave espacial pairando por anos sobre uma grande cidade, neste caso Joanesburgo. Quebrada, não poderia retornar ao seu planeta, então o governo oferece abrigo aos extraterrestres, nasce assim o Distrito 9. É lá que aqueles seres estranhos, semelhantes a gigantescos camarões, foram confinados e maltratados pelo governo. Rapidamente o Distrito 9, que seria um lar temporário, se transformou em uma enorme favela com alienígenas assaltando e incomodando as pessoas. Pressionado pelos seres humanos o governo resolve agir e a solução que demanda menos raciocínio e, pelo menos aparentemente, a mais fácil é a remoção. É assim que Wikus Van De Merwe entra na trama, burocrático funcionário da empresa responsável pela remoção, Wikus acredita que a relocação não passaria de um procedimento simples e mecânico, apesar de todo o aparato militar que o acompanhava. Ironicamente um acidente em um dos barracos mudaria a vida do nosso personagem principal, contaminado por um fluido alienígena, o caçador rapidamente passa ser a caça.
Distrito 9 ainda não é merecedor de Oscar, apesar de sua indicação ter sido justa. Seu grande mérito é ser um filme de ação, que nas entrelinhas, e através do excesso, ironia e sarcasmo nos diz que algo está errado entre nós, não apenas porque supostamente trataríamos alienígenas daquela forma, mas porque efetivamente fazemos isto com seres humanos.
Título original: (District 9)
Lançamento: 2009 (Nova Zelândia, África do Sul)
Direção: Neill Blomkamp
Atores: Sharlto Copley, Jason Cope, Nathalie Boltt, Sylvaine Strike.
Duração: 112 min
Gênero: Ficção Científica
Foi um filme super comentado, a idéia é boa, mas seu desenrolar é cansativo e não me prendeu a atenção. Muita gente que conheço também não gostou.
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