terça-feira, 31 de maio de 2011

Os Falsários

Esqueça as circunstâncias por um momento – somos só nós.  (General da SS)


Salomon Sorowitsch (Karl Markovics) é muito bom no que faz, ou seja, falsificar. Porém, talvez, tivesse nascido na época errada e no lugar errado, ou quem sabe, com o dom certo no lugar certo. Durante a Segunda Guerra Mundial o judeu Salomon vivia como se nada tivesse acontecendo ao seu redor, curtia muito as custas das inúmeras falsificações que fazia, entretanto, após ser preso pelos guardas nazistas da SS, e ser levado para o campo de Concentração de Sachsenhausen, sua vida e de muitas outras pessoas mudariam bastante.

Famoso por seus trabalhos nada honestos não demorou muito para os nazistas encontrarem uma utilidade para aquele judeu, foi assim que teve início a Operação Bernhard, responsável por derramar mais de 130 milhões de libras falsas na economia inglesa. Hitler, com derrotas sucessivas no campo de batalha, montou um verdadeiro grupo de especialistas com objetivo de confeccionar moedas falsas dos países inimigos: a libra e o dólar. Com isso, além de levantar dinheiro para cobrir gastos com a guerra, ainda provocaria uma crise na economia daqueles países.

São dois os principais eixos do filme: o primeiro não poderia deixar de ser o Holocausto por si só, já abordado inúmeras vezes pelo cinema, mas que sempre consegue nos emocionar; um perfeito retrato do quão irracional pode ser as ações do homem principalmente quando faz uso do discurso nacionalista. O outro eixo é o ético, ou seja, como poderia Salomon - com o intuito de salvar a própria vida - trabalhar para os nazistas? Pior, fornecer lhes instrumentos capaz de aumentar seu poder? Fortalecer os alemães significaria mais judeus presos, mais campos de concentração, mais sofrimentos. Porém, Os Falsários não faturou o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro de 2008 por acaso, as motivações do protagonista, ou suas certezas, dilemas e angustias não estão claras ou tão bem perceptíveis assim. Neste filme nos deparamos com vários dramas, não apenas o vivido por Salomon, mas também os dos outros judeus envolvidos naquela operação. 

O resultado final da Segunda Guerra é conhecido de todos nós, contudo o desfecho da História de um dos maiores falsários de todos os tempos, você só saberá assistindo o filme, ou então, lendo o livro The Devil's Workshop, de Adolf Burger, um dos prisioneiros que trabalhou naquela oficina de falsificação. 


Título original: (Die Fälscher)
Lançamento: 2009 (Áustria, Alemanha)
Direção: Stefan Ruzowitzky
Atores: Karl Markovics, August Diehl, Devid Striesow, Martin Brambach.
Duração: 98 min
Gênero: Drama

domingo, 29 de maio de 2011

Última Parada 174

“Ele vai matar geral as 19h”


Baseado no documentário Ônibus 174, do diretor José Padilha de 2002, este filme, de uma forma mais ficcional, relata o drama dos passageiros da linha 174 na cidade do Rio de Janeiro. Além de relembrar ás últimas horas do seqüestro do ônibus, o longa também faz um interessante cruzamento de personagens: Alessandro (Marcello Melo Jr) que foi parar nas ruas após ter sido retirado dos braços da mãe ainda bebê, e Sandro (Michel Gomes), filho único, que viu sua mãe ser assassinada. Seguindo a linha dos filmes nacionais que tratam da violência urbana, este também enfatiza um possível condicionamento do meio, ou seja, as condições sociais de Alessandro e Sandro os teriam levado ao mundo do crime, mesmo que, em muitos momentos, estes personagem tivessem “escolhido” seu próprio caminho, apesar da ajuda de Walquíria (Anna Cotrim) com objetivo de tirá-los das ruas.

Ainda criança, no ano de 1983, Alessandro é retirado dos braços de Marisa (Cris Viana), sua mãe, uma viciada em drogas, por traficantes em virtude de dívidas não paga. Marisa, após se recuperar através da ajuda de igrejas evangélicas, inicia uma dramática busca pelo filho perdido. Muitos anos se passam e seu sofrimento não tem fim até que encontra Sandro e pensa finalmente ter encontrado seu filho perdido. A tragédia de Sandro começa em 1993, quando ainda criança, perde a mãe em um assalto. Ao não se adaptar a nova e triste vida na casa da tia, decide então ir morar nas ruas. Convivendo com furtos, drogas e violência, Sandro sobrevive à famosa e trágica chacina da Candelária, mas o sofrimento ainda estaria próximo ao destino deste jovem. Não demorou muito e Sandro e Alessandro, que tinham muito em comum, se encontram em uma instituição para menores infratores. 

O diretor Bruno Barreto, misturando ficção e realidade, reconstrói os caminhos que levaram a uma das mais tristes desfechos de seqüestros do Brasil. Dividindo o longa em duas partes: a primeira, os encontros e desencontros de Sandro, Alessandro, Marisa e Walquíria, assistente social que ainda acreditava na recuperação de Sandro. Já a segunda parte do filme é menos ficção e mais realidade, trata-se das últimas horas do seqüestro do ônibus, com final já conhecido de todos. 

Ok, ok, é sim mais um filme nacional centrado na violência, com muitos elementos em comum aos anteriores, inclusive aquela obsessão de transformar o “bandido” em “vítima”, mesmo que desta vez, de forma mais sutil. Porém, assim como os outros (Cidade de Deus – Carandiru - Falcão, Meninos do tráfico, etc.) merece ser assistido e refletido.


Título original: (Última Parada - 174)
Lançamento: 2008 (Brasil, França)
Direção: Bruno Barreto
Atores: Michel Gomes, Marcello Melo Jr., Gabriela Luiz, Cris Vianna.
Duração: 110 min
Gênero: Drama

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Padre

...sempre existiram homens. E sempre existiram vampiros. E desde o início, sempre houve litígios. Os vampiros eram mais rápidos e mais fortes. Mas o homem tinha o sol. Não foi o suficiente. E assim se passaram muitos anos. Ambas as raças se destruindo uma à outra, bem como o próprio mundo. Diante da extinção, os homens se encastelaram em cidades sob a proteção da igreja. E então, a arma suprema foi encontrada: os Padres.   (Prólogo)


Junte os seguintes ingredientes: padres guerreiros, vampiros, cenário medieval e ao mesmo tempo futurista catastrófico, um clero dominador, monstros, uma estória de amor superficial e alguns rostos bonitos. Agora misture tudo e adicione o ingrediente secreto de Hollywood para filmes “pipocas” e de roteiro pouco criativo: efeitos especiais. Pronto, eis o mais novo filme envolvendo vampiros. 

A longa e terrível batalha entre humanos e vampiros não teria sido vitoriosa se não fosse os valorosos padres guerreiros. Porém, após a vitória e expulsão dos poucos vampiros sobreviventes, a Igreja impôs o severo controle dos poucos humanos que se abrigaram nas cidades em pedaços. E os padres guerreiros, sem função nos tempos de paz, foram relegados a marginalidade e exclusão social. Mas Paul Bettany, na pele de um desses padres renegados, foi levado novamente ao campo de batalha após um grupo de vampiros matarem seu irmão e a esposa além de seqüestrarem a filha do casal, Lucy Pace (Lily Collins). 

Assim, o xerife da região, Hicks (Cam Gigandet), apaixonado por Lucy, o Padre e tio da jovem, e mais tarde Priestess (Maggie Q), saem em busca dos vampiros sequestradores que voltam a ameaçar os seres humanos. Repleto de explosões, seqüências interessantes de golpes e um cenário que quase compensa o fraco roteiro, Padre é um forte candidato a decepção, isto porque seu trailer nos oferece expectativas positivas. Ainda assim, principalmente em virtude das cenas de ação, até que vale a pena conferir mais uma conseqüência da febre vampiresca que assola Hollywood.


Título original: (Priest) 
Lançamento: 2011 (EUA) 
Direção: Scott Charles Stewart 
Atores: Paul Bettany, Karl Urban, Cam Gigandet, Maggie Q. 
Duração: 87 min 
Gênero: Aventura

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O Quarto Poder

Não negocie minhas emocões! (Sam Baily)


Quando imaginamos um filme que critique a ação dos grandes grupos midiáticos rapidamente pensamos neste filme, se não fosse relativamente tão jovem poderíamos até chamá-lo de clássico. Talvez tenha sido um dos mais bem feitos filmes quando o objetivo é criticar a mídia, principalmente a televisiva. O longa conta ainda com uma belíssima atuação de John Travolta e Dustin Hoffman.

Max Brackett (Dustin Hoffman) é um jornalista expurgado da grande rede para uma pequena matriz do interior, isso após uma inaceitável (para um jornalista) crise de humanidade ao fazer uma reportagem ao vivo, justamente enquanto dividia a tela com o grande âncora da emissora. Assim, jogado para o interior e condenado a fazer pequenas reportagens, este homem tem a grande chance que esperava para retornar em grande estilo: Brackett estava no museu invadido por Sam Baily (John Travolta), um vigilante recém demitido. O que era para ser uma estúpida tentativa de reaver o emprego de volta acabou se tornando um grande desastre quando a arma que Sam carregava disparou atingindo uma pessoa, para piorar a situação o museu estava repleto de crianças que logo viraram reféns. Aproveitando da situação, o repórter faz de tudo para transformar aquele momento em um furo jornalístico, inclusive se mover perigosamente entre os sentimentos do instável Sam. Porém, através de uma exclusiva entrevista, Brackett conseguiu transformar aquele seqüestrador em uma vítima do sistema, um desempregado que não poderia deixar seus filhos dormirem na rua. Mas Sam não percebia que aquele evento estava crescendo e extrapolando os limites imaginados por Brackett, várias emissoras de televisão especulavam sobre aquele homem, por hora vítima do sistema, mas que logo se transformaria em um vilão.

É evidente as transformações dos principais personagens do filme. Sam Baily, que inicialmente parecia estar atônito, sem saber o que estava fazendo naquele museu, capaz de causar até simpatia, aos poucos se transforma em um homem nitidamente cansado, ainda perdido, mas bastante instável, apesar de não demonstrar perigo.  O jornalista Brackett, verdadeiro representante da feroz fome jornalística, pelo menos no início da trama, aos poucos vai se dando conta de quanto interfere na vida das pessoas. É um movimento oposto ao da sua assistente Laurie (Mia Kirschner), de estagiária humanista que não exita em abandonar a câmera para ajudar um homem ferido, mas que nas cenas finais se mostra ávida por uma exclusiva com o que sobrou de Brackett.

Filme obrigatório para quem aprecia uma reflexão sobre a relação da mídia com a sociedade, é tão bem feito, tão bem estruturado que ao seu fim, comentá-lo vai parecer um grande clichê.  



Título original: (Mad City)
Lançamento: 1997 (EUA)
Direção: Costa-Gravas
Atores: Dustin Hoffman, John Travolta, Mia Kirschner, Alan Alda.
Duração: 114 min
Gênero: Drama

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O Amor Não Tem Regras

Pode falar que eu penso para você. (Lexie Littleton)


O ano é 1920, Dodge Connoly (George Clooney) é um jogador amador de futebol americano, com o intuito de levar este esporte ao profissionalismo, e mesmo falido resolve apostar alto: contratar para seu time Carter Rutherforf (John Krasinski) um jovem jogador e bastante famoso por ser um herói de guerra. Entretanto, Lexie Littleton (Renée Zellweger), repórter investigativa do Jornal Tribune, recebeu a missão de desvendar a verdadeira história por traz do nada heróico Carter. É neste contexto que o cativante trio envolve o espectador com seus enlaces amorosos, ciúmes, jogadas pouco leais dentro de campo e momentos honrosos fora de campo.

Além da trama, o filme apresenta mais uma boa direção de Clooney, com uma trama pouco sofisticada, mas que nos proporciona a oportunidade de fazer algumas conexões com a época: o nascimento do profissionalismo no futebol americano, suas dificuldades e interferência do Estado na tentativa de organizá-lo, ainda merece atenção o especial período em que se desenvolve a trama: o entre guerras. Ou seja, os norte-americanos recebiam de volta seus filhos dos campos de batalha e, consequentemente, construíam seus novos heróis, talvez não imaginassem a crise que lhes aguardava nove anos depois, ou até mesmo, outra Grande Guerra um pouco mais tarde.

Uma comédia que não promete muito, porém, se você estiver receptivo, não se arrependerá de assistir, e ainda tem também o charme de Cloney que sempre encanta o público feminino.


Título original: (Leatherheads)
Lançamento: 2008 (EUA)
Direção: George Clooney
Atores: George Clooney, John Krasinski, Renée Zellweger, Stephen Root, Wayne Duvall, Peter Gerety, Keith Loneker, Malcolm Goodwin, Matt Bushell, Tim Griffin.
Duração: 114 min
Gênero: Comédia

quarta-feira, 11 de maio de 2011

O Escritor Fantasma

Você sabe o que eu faria se estivesse no poder novamente? Eu criaria duas filas nos aeroportos: uma para os voos em que nenhuma verificação de antecedentes seria feita, sem infringir nenhuma liberdade, nenhum direito civil. E a outra fila para os voos em que eu faria tudo o que fosse possível para torná-lo perfeitamente seguro. E então veríamos em qual avião Rycarts colocaria seus filhos e netos. (Adam Lang)


Quem aprecia filmes que envolvem tramas, intrigas, mentiras e acordos políticos, principalmente com uma pitada de História real, este é o filme. Ma se não gosta muito daquelas tramas recheadas de suspense cujo segredo só é revelado na cena final, então não continue lendo. O filme trata, indiretamente, das negociações obscuras que envolvem a guerra anti-terror, ou seja, o que poderia estar por traz das guerras levada a cabo pelos países de língua inglesa. Uma clara referência ao ex-primeiro ministro da Inglaterra, Tony Blair e seu perfeito entrosamento com os interesses norte-americanos.

Ewan McGregor interpreta um escritor que fora convidado para escrever a autobiografia do ex-Primeiro Ministro da Inglaterra, Adam Lang (Pierce Brosnan), em substituição ao ghost writer anterior que havia morrido misteriosamente. Parecia ser um serviço simples: a partir do manuscrito deixado pelo escritor anterior, o protagonista deveria finalizar a obra que descreveria a vida de Lang, porém, alguns acontecimentos mostraram que havia muitos segredos em torno daquele político e seus amigos. Fora do cargo, Lang enfrentava uma série de críticas e investigações sobre os seus métodos de interrogatórios nada éticos – algo que se assemelha a Guantánamo – Ao mesmo tempo em que acompanhava o assédio da impressa e a pressão dos grupos de Direitos Humanos ao ex-Primeiro Ministro, o ghost writer, também leva a cabo suas pesquisas para a finalização do livro, e, ao entrar em contato com informações deixadas por seu antecessor, percebe que sua morte talvez não tenha sido acidental, e que Lang pudesse estar escondendo alguns importantes segredos.

Envolvimento com agentes da CIA, empresas que se tornaram bilionárias com o comércio de armas bélicas, tramas políticas, assassinatos, adultérios, torturas, estes seriam alguns dos segredos que McGregor, na pele do ghost writer, encontraria nesta trama. Porém, imagina o telespectador, como todos estes elementos se interligariam? E, de que forma Polanski conecta todos estes elementos com intuito de nos mostra os sórdidos bastidores da política de guerra anglo-americana? Baseado no livro de Robert Harris, Escritor Fantasma não faz nenhuma revelação inédita, nenhuma suspeita que nós já não desconfiássemos antes, porém, nos oferece a oportunidade de ver Polanski em ação novamente, e suas cenas repletas de pequenos e intrigantes detalhes, além de um surpreendente final, mesmo que para alguns seja um final frustrante, mas, confessemos que, deste meio, quase tudo é frustrante.

Entretanto, só para provocar, em qual das filas mencionada na fala de Lang (no início do texto) você entraria?


Título original: (The Ghost Writer)
Lançamento: 2010 (França, Alemanha, Reino Unido)
Direção: Roman Polanski
Atores: Pierce Brosnan, Ewan McGregor, Olivia Williams, Kim Cattrall.
Duração: 128 min
Gênero: Suspense

sábado, 7 de maio de 2011

Awake - A Vida por um Fio

Eu não devia estar adormecido? Ainda ouço vocês. (Clayton Beresford)




Este filme não apresenta novidades significativas no seu roteiro, muito menos em seu desfecho. O que certamente desperta a atenção de quem o assisti é o dramático e angustiante sofrimento do seu personagem principal, um sofrimento que já no trailer pode afugentar telespectadores. A trama relata a estória do jovem Clayton Beresford (Hayden Christensen), empresário muito bem sucedido, graças a herança deixada pelo pai, após uma morte muito suspeita, e devido também a sua competência com os negócios. Clayton está apaixonado pela bela Sam Lockwood (Jessica Alba), apesar da posição contraria da mãe (Lena Olin). Tudo estaria muito bem, se não fosse seu grave problema cardíaco, que o obriga a necessidade de um transplante. Seu médico, Jack Harper (Terrence Howard) e amigo, organiza todos os procedimentos para a cirurgia, enquanto isso, pede que Clayton curta muito sua vida nos dias que antecedem a cirurgia, pois o risco de morrer durante o transplante é muito grande.


Encontrado o doador, o jovem empresário é levado para o hospital e preparado para a cirurgia. Acompanhado da recém esposa Sam Lockwood, e da mãe, que pedia para que o filho não fizesse a cirurgia com o Dr. Jack Harper, pois este respondia a quatro processos por erros médicos. È neste instante que o roteiro já apresenta uma amostra do que virá pela frente. Um grave e incomum erro no procedimento anestésico faz com que Clayton permaneça consciente durante a cirurgia, porém, impossibilitado de se comunicar, apesar da intensa dor que sente, principalmente no instante da abertura do seu tórax. E é assim, acordado durante a cirurgia, ouvindo tudo e a todos, que Clayton descobre o plano para matá-lo por traz daquela cirurgia. Qual seria o papel do médico nesta trama? E de sua recém esposa Sam Lockwood? Conseguirá Clayton , aprisionado naquela mesa de cirurgia, lutar por sua vida? Só uma dica ao leitor curioso: a solução do problema de Clayton não está diretamente ao seu alcance.


Título original: (Awake)
Lançamento: 2007 (EUA)
Direção: Joby Harold
Atores: Jessica Alba, Hayden Christensen, Terrence Howard, Lena Olin.
Duração: 84 min
Gênero: Ficção

sexta-feira, 6 de maio de 2011

127 horas

- Gente, e se essa rocha se mover? (Kristi)
- Está aqui a milhares de ano, não vai se mover. (Megan)
- Claro que vai, todas as coisas se movem, tomara que não seja hoje. (Aron)


É muito comum encontrarmos algumas frases chamativas nas capas de dvd´s. O objetivo é impressionar – ás vezes impressiona negativamente - aquele indeciso cinéfilo que passeia entre as prateleiras da locadora. Pois bem, este é o tipo de filme que você pode encontrar as seguintes frases ou palavras: “Inquietante!”, “Aterrorizante!” “Nos mostra o quanto pode ser forte a vontade de viver!”, “Um filme de tirar o fôlego!” É verdade, são dramáticas, eu sei, mas este é o objetivo destas poluidoras de capa. Porém, cabem muito bem a este longa que, merecidamente, recebeu seis indicações ao Oscar: melhor filme, ator, roteiro adaptado, trilha sonora, canção original e edição. E também seria justa uma indicação de melhor direção para Danny Boyle.

Aron Ralston (James Franco) é um jovem alpinista que não perde a oportunidade de se meter nas mais emocionantes aventuras. Em 2003 resolveu escalar os isolados desfiladeiros de Utah (EUA), e talvez, seu maior erro teria sido, como de costume, não avisar a ninguém para onde estaria indo. Após auxiliar duas garotas (Kate Mara e Amber Tambyn) perdidas, e mergulhar em uma piscina natural, Aron se despede das jovens e segue sua caminhada solitária. Já  movimentando-se sobre uma fenda, o alpinista, acidentalmente, move uma grande pedra que rola fazendo o perder o equilíbrio. A pedra cai sobre seu braço direito, deixando-o preso a parede do desfiladeiro. Inicialmente, sem ter a dimensão do acidente, Aron tenta movimentar a pedra, mas não obtém sucesso, e após perceber que em sua mochila não tinha nada de útil para aquela situação Aron percebe que estava em grande perigo. A medida que as horas passam e o jovem aventureiro ver a água e a comida chegarem ao fim, e prevendo um desfecho trágico, passa então a deixar mensagens para seus pais em sua câmera. Ao mesmo tempo relembra momentos felizes de sua vida em meio as alucinações cada vez mais fortes a medida que a morte se aproxima.

Já sem forças, o alpinista toma a decisão mais difícil de sua vida: amputar o próprio braço, pois talvez esta seja a única forma de tentar se salvar. São cenas fortes, e se você é sensível, seria prudente não assisti-las, principalmente porque se trata de uma história real. Porém, se és corajoso, não se arrependerá de assistir os 93 minutos de sofrimento de Aron. Mais uma vez James Franco nos apresenta seu potencial e nos presenteia com uma bela atuação.

Voltando as frases de capa: “Incrível!”


Título original: (127 Hours)
Lançamento: 2010 (Reino Unido, EUA)
Direção: Danny Boyle
Atores: James Franco, Lizzy Caplan, Treat Williams, Kate Burton.
Duração: 93 min
Gênero: Drama

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Harry Potter e a Ordem da Fênix

- Você acha que vai haver uma guerra , Sirius? (Harry Potter)
- Está parecido com a última vez. Como uma calmaria antes da tempestade. (Sirius Black)


À medida que o final desta aventura se aproxima os dois lados do embate vão se configurando melhor, neste que é o quinto filme da série, Potter terá que enfrentar alguns desafios especiais na sua luta contra Você-Sabe-Quem. O primeiro desafio será o ataque dos Dementadores, seguido do julgamento do Ministério da Magia que questionará o uso indevido de magias. Além disso, a escola de magia terá a desagradável presença da autoritária Dolores Umbridge (Imelda Staunton), enviada pelo Ministro da Magia (Robert Hardy) para lecionar a matéria Defesa Contra as Artes das Trevas, entretanto, suas lições estão aquém do que Potter e seus amigos julgam ser realmente necessário para um provável e cada vez mais próximo enfrentamento com Voldemor (Ralph Fiennes). Potter também encontrará a descrença de alguns de seus colegas em Hogwarts quanto a veracidade do retorno de Lord Voldemort. Os descrentes acham que tudo não passa de invenções de Potter, porém, existe um pequeno grupo que acredita no retorno do terrível bruxo das trevas e decide se reunir e formar a "Armada de Dumbledore" com o objetivo de se preparar para o possível confronto.

Assim como nos outros filmes, este ainda possui a capacidade de encantar o telespectador, como também aponta dicas para o que poderá acontecer no futuro, principalmente em relação a quem estará do lado de Potter ou do lado de Voldemort. Contudo, ainda mantém uma característica também presente nos filmes anteriores: uma morosidade digna das novelas globais, ou seja, cenas que parecem estar na tela apenas para preencher o tempo, que não fariam falta se ali não estivesse. Certamente fruto da tentativa de trazer o máximo da magia do livro para o filme. Ainda assim, vale muito acompanhar mais este episódio da longa caminhada de Harry Potter.


Título original: (Harry Potter and the Order of the Phoenix)
Lançamento: 2007 (EUA, Inglaterra)
Direção: David Yates
Atores: Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma Watson, Helena Bonham Carter.
Duração: 138 min
Gênero: Aventura