sábado, 30 de abril de 2011

Harry Potter e o Cálice de Fogo

Tempos negros e cruéis aproximam-se, Harry. Em breve todos teremos que enfrentar a escolha entre o que estaá certo e o que é fácil (Dumbledore)


Potter (Daniel Radcliffe), Rony Weasley (Rupert Grint), seu pai, Arthur Weasley (Mark Williams), e seus irmãos Gina (Bonnie Wright), Fred (James Phelps) e Jorge (Oliver Phelps), além de Hermione Granger (Emma Watson) estavam assistindo a grande competição de Quadribol, o que seria a Copa do Mundo. Porém, após o lugar ser atacado e destruído pelos Comensais da Morte, a serviço de Lord Voldemort, e seu símbolo – a Marca Negra – ter sido projetado no céu, Potter não imaginaria o quanto esta temporada em Hogwarts poderia ser emocionante e difícil.

O torneio Tribruxo, competição entre as principais escolas de bruxaria (Beauxbatons, Durmstrang e Hogwarts) parecia ser o cenário ideal para as surpresas de Voldemort, pois, estranhamente, Potter foi escolhido pelo Cálice de Fogo para competir, mesmo não tendo 17 anos, que era a idade limite permitido. Por que o Cálice fez esta escolha? Enquanto os jovens bruxos realizam as provas do torneio que decidirá o grande vencedor, o telespectador acompanha a aproximação inevitável: o encontro de Potter com aquele cujo nome nunca deve ser pronunciado.

Torneio de magia, ciúmes de Rony, interesse por Cho Chang (Katie Leung), competir lealmente, se aproximar do novo e estranho professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, o "Olho-Tonto" Moody (Brendan Gleeson), e ainda, lutar contra Pedro Pettigrew (Timothy Spall) e sua tentativa de dar um novo corpo a Lord Voldemort. Potter enfrentará grandes desafios, prometendo fortes emoções nesta temporada, e se ela não nos brindar com grandes novidades, certamente deixará um terreno fértil para os próximos filmes da série.

Título original: (Harry Potter and the Goblet of Fire)
Lançamento: 2005 (EUA)
Direção: Mike Newell
Atores: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Mark Williams.
Duração: 157 min
Gênero: Aventura

Taxi Driver - Motorista de Táxi

Está falando comigo? Está falando comigo? Está falando comigo? Então com quem diabos você está falando? Está falando de mim? Pois eu sou a única pessoa aqui. Com quem você pensa que está falando? (Travis)



Um das obras mais marcantes de Martin Scorsese, este filme relata a vida de um solitário e jovem homem que encontrou no serviço de táxi e nas frias noites de Nova Iorque o que poderia ser a solução para seus problemas de insônia. Robert De Niro, interpretando o taxista Travis, nos mostra a clássica e perfeita cartilha de transformação de um homem comum em um sociopata, ou pelo menos, a cartilha seguida por Hollywood e adotada por alguns desequilibrados que nos cercam, vejamos: solitário, passado de violência, rejeitado por uma mulher, aquisição de armas, escolha de um alvo aleatoriamente, deixar uma mensagem, encontrar uma nobre justificativa para o ato. E Travis seguiu todos estes passos metodicamente.

Trabalhar como taxista poderia ser uma boa opção para conviver com a insônia. Ao invés de vagar as noites dentro de ônibus ou metrôs, é melhor ganhar dinheiro trabalhando em um táxi, afirmava o próprio Travis durante a entrevista de emprego logo na primeira cena. Mas o convívio com o submundo de Nova Iorque não faria bem ao seu moralismo e a sua mente solitária: cafetões, putas, mendigos, sujeiras e ladrões faziam parte das características daquela cidade, e era algo insuportável para aquele ex-fuzileiro. Assim, após o encontro mal sucedido com Betsy (Cybill Shepherd) que o deu um fora ao ser levada para assistir um filme pornô no cinema, e após ver a prostituta Iris (Jodie Foster) ser explorada por um cafetão em uma das violentas noites nova-iorquinas, Travis elabora o psicótico plano para matar o Senador Charles Palantine (Leonard Harris), candidato a presidência.

Acreditar que podemos assistir a um filme de Martin Scorsese e apenas na sua metade já imaginar que sabemos o seu final é ser muito ingênuo, por isso, telespectador, fique atento, pois o roteiro promete surpresas e novos caminhos para Travis.

Taxi Driver é um clássico do gênero de filmes que se debruçam sobre mentes psicóticas, assisti-lo é uma forma de conhecer um pouco mais da evolução deste tipo de filme no cinema. Sem mencionar que Robert De Niro está excepcional, e certamente fez escola interpretando Travis. Um exemplo de sua atuação que você não vai querer perder é o famoso monólogo com o espelho, destacado lá no início do texto. A única e maior dificuldade será encontrar esta película, quem sabe em um canal fechado ou na videoteca de um cinéfilo, pois nas locadoras as chances são poucas.


Título original: (Taxi Driver)
Lançamento: 1976 (EUA)
Direção: Martin Scorsese
Atores: Robert De Niro, Jodie Foster, Albert Brooks, Harvey Keitel.
Duração: 114 min
Gênero: Drama

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Navio Fantasma

Os puros de coração não podemos marcar. (Jack Ferriman)


Um grupo de aventureiros, ou melhor, caçadores de navios perdidos, saem mar afora em busca de navios velhos abandonados, pois, segundo Sean Murphy (Gabriel Byrne), o que for encontrado de precioso no mar pertence a quem pegar primeiro. O grupo formado pelo capitão Sean Murphy, Maureen Epps (Julianna Margulies), Greer (Isaiah Washington), Santos (Alex Dimitriades), Dodge (Ron Eldard) e Munder (Karl Ulban) encontraram uma grande chance de aventura e enriquecimento fácil, foram convencidos por Jack Ferriman (Desmond Harrington) a investigarem um navio encalhado próximo ao Estreito de Bering, na verdade este navio já estava perdido há 40 anos.

Ao chegarem ao navio logo percebem que algo estranho rodeia aquele cemitério em alto mar: rádios transmissores não funcionam, corpos em estado de decomposição, barras de ouro, e, por que não, fantasmas. E, mesmo sendo alertados pelo espírito da garotinha Katie Hargrove (Emily Browning) para que abandonassem o navio, a ambição e a sede de enriquecimento não permitiram que seguissem o conselho da meninaa. Porém, logo perceberam que existia um propósito para o grupo estar naquele navio.

Existem duas tomadas interessantes no filme: a cena inicial, que mostra como os primeiros passageiros do navio foram mortos, um verdadeiro exemplo de criatividade no quesito matança coletiva. O segundo momento seria um flashback, contando o início e o motivo que levou a matança destes passageiros: uma seqüência em câmera lenta acompanhada de uma interessante trilha sonora. Excluindo estes dois instantes, o filme poderá não surpreender muito o telespectador, quem sabe não passe de um mediano longa de terror, contudo, na falta de opções, pode até ser um bom passatempo. 


Título original: (Ghost Ship)
Lançamento: 2002 (EUA)
Direção: Steve Beck
Atores: Gabriel Byrne, Julianna Margulies, Ron Eldard, Desmond Harrington.
Duração: 91 min
Gênero: Terror

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban

É possível encontrar a felicidade nas horas mais sombrias, se a pessoa se lembrar de acender a luz. (Dumbledore)


Adorados por muitos e odiados por tantos outros, este é um dos cartões de visita do terceiro filme da série Harry Potter. O que é compreensível, pois JK Rowling cativou seguidores bastante exigentes. Sendo um pouco menos, diria que este é um filme repleto de ação, muito mais que os dois anteriores, se o suspense e a surpresa não podem ser sustentados por muito tempo, é bastante sensato, visto que a maioria dos telespectadores já conhece o enredo. Os efeitos especiais e cenários são bons, assim como as atuações e o roteiro.

O temor invade a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, pois o famoso e perigoso assassino Sirius Black (Gary Oldman) fugiu da mais terrível de todas as prisões, a Azkaban. Este local, além de ser a prova de fugas, é também guardada por Dementadores, seres terríveis que , digamos, estão a serviço da lei e da ordem do mundo da magia. O fato é que os Dementadores, na busca por Sirius Black, podem atacar também algum dos aprendizes de bruxos da escola, pois estas malignas criaturas não respeitam quem atravessa seu caminho.

Sirius Black estaria em busca de Harry Potter (Daniel Radcliffe), pois, segundo a trama, fora ele quem entregara os pais de Potter a Voldemort, assim, teria fugido da prisão com objetivo de matar o garoto. Além do trio de companheiros e aventureiros sempre presentes: Rony Weasley (Rupert Grint) e Hermione Granger (Emma Watson), os fãs da série também verão algumas novidades, como: David Thewlis, interpretando o professor Lupin; Emma Thompson, no papel da professora de Adivinhação Sibila Trelawney. Sem mencionar a surpresa envolvendo o ratinho Perebas de Rony, além da manhosa magia da esperta Hermion, que lhe garantia estar em duas aulas ao mesmo tempo, e que no fim, como disse Dumbledore (Michael Gambon), seria útil para salvar duas vidas.

Sendo fã ou não da série, o telespectador finda sendo atraído pelo clima de magia que sustenta a estória. Um mundo mágico e perfeito para qualquer criança que tenha uma imaginação fértil; uma atmosfera nostálgica para aquele adulto que já teve contato com livros, séries, filmes que tratam de magia, bruxos, super poderes, etc. Enfim, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, obrigatório assitir.


Título original: (Harry Potter and the Prisoner of Azkaban)
Lançamento: 2004 (EUA)
Direção: Alfonso Cuarón
Atores: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Robbie Coltrane.
Duração: 139 min
Gênero: Aventura

terça-feira, 26 de abril de 2011

Zodíaco


“Caro editor, sou o assassino dos dois adolescentes do natal passado e da garota de vallejo. Quero este criptograma na primeira página do seu jornal. Este criptograma contém minha identidade. Se não publicar eu vou matar muita gente” (assassino do zodíaco)


Até hoje o assassino que agiu em São Francisco nos anos 60 e 70 não foi encontrado, tornando se uma incógnita para os policiais e para os jornais da época, talvez seja por isso mesmo que Hollywood tenha se interessado por esta história. Baseado no livro homônimo de Robert Graysmith, este filme, quando assistido pela primeira vez, possui a capacidade de deixar o telespectador bastante atento, apreensivo, observando cada detalhe, cada diálogo, etc., porém, se for a segunda vez que assistir, ou se o telespectador não tem muito apreço por filmes de investigação, rapidamente se sentirá fatigado, em consequência de um roteiro, talvez, demasiado longo e repleto de voltas e reviravoltas.

Um assassino que, após fazer suas vítimas, envia cartas para os principais jornais da cidade, nelas há um pedido para que divulguem um código na primeira página. Neste código, prometia   o assassino, após revelado, seria encontrado seu nome. E se os jornais não cumprissem o pedido mais pessoas seriam mortas. Os jornais acataram seu pedido, porém, mesmo após um leitor revelar o código, percebe-se que na mensagem não havia a identidade do criminoso. Enquanto continuavam as mortes e cartas aos jornais, os policiais David Toschi (Mark Ruffalo) e William Armstrong (Anthony Edwards), sem sucesso, tentavam localizar o criminoso, assim como o repórter Paul Avery (Robert Downey Jr.)que iniciou uma linha de investigação paralela, porém, não conseguiu mais que atrair a atenção e fúria do assassino. Enquanto isso, um pacato cartunista, Robert Graysmith (Jake Gyllenhaal), do mesmo jornal de Paul Avery, aos poucos desvendava os códigos e as verdadeiras intenções do assassino do zodíaco, percebendo detalhes que nem mesmo a polícia deu conta. Este curioso cartunista compromete seu emprego e vida familiar para encontrar aquele assassino, mesmo com o passar dos anos e desistência de quase todos, pois, de certa forma, a obsessão lhe consumia.

Adaptação não é um trabalho fácil, dificilmente agradará completamente os fãs do livro, e ás vezes, também desagrada aos cinéfilos. No caso deste filme, o roteiro possivelmente agradará muito aquele telespectador detalhista, o aficionado em histórias de serial killer, porém, certamente desanimará aquele telespectador que espera um filme mais dinâmico, frenético, com menos investigação e mais ação.  Ainda assim, se vale um conselho: assista ao filme, pois até os créditos finais você será surpreendido pelos acontecimentos que envolveram a trama de um dos assassinos mais obscuros do século passado.


Título original: (Zodiac)
Lançamento: 2007 (EUA)
Direção: David Fincher
Atores: Jake Gyllenhaal, Mark Ruffalo, Anthony Edwards, Robert Downey Jr..
Duração: 158 min
Gênero: Suspense

sábado, 23 de abril de 2011

Harry Potter e a Câmara Secreta

Não são nossas habilidades que revelam quem realmente somos, mas nossas escolhas. (Dumbledore)


Potter está de volta a casa dos tios, e como sempre, vive sendo perseguido e maltratado, mas é época de retornar a escola de Hogwarts, por isso, mesmo contra a vontade do seus tios e do alerta de um estranho elfo doméstico chamado Dobby, Potter não medirá esforços para se juntar a seus amigos na Escola de Magia e Bruxaria.

O elfo Dobby que havia visitado Potter, o teria alertado para não ir a Hogwarts, pois usa vida estaria em perigo. Porém, não era somente Potter que estava em apuros, mas toda a escola, pois uma estranha maldição tinha sido pregada por um dos seus fundadores: Salazar Slytherin, e parecia que suas palavras estavam se cumprindo. Slytherin construiu uma Câmara Secreta que escondia um terrível monstro e somente seu herdeiro poderia reabri-la. Alguns alunos apareceram petrificados após contato com este monstro e mensagens foram escritas nas paredes da escola, estes acontecimentos indicavam que a maldição de Slytherin estava realmente acontecendo e algo deveria ser feito para impedir que a escola fosse fechada. Mas quem seria o herdeiro de Salazar Slytherin? Potter, Draco Malfoy ? Rúbeo Hagrid seria o responsável pela libertação do terrível monstro? E Dumbledore conseguirá manter a direção da casa frente as investidas de Lúcio Malfoy?

A resposta a estas questões e o segredo que envolve a maldição de Salazar está relacionada com a origem daquele que é o maior inimigo de Potter, aquele cuja o nome nunca deve ser pronunciado: Lord Voldemort. E nem mesmo o famoso e vaidoso professor Gilderoy Lockhart, supostamente conhecedor da Defesa Contra as Artes das Trevas poderá ajudar Potter nesta aventura.

Este que é o segundo passo da incrível série de oito filmes conseguiu manter  o fôlego, pois diverte e surpreende o telespectador, mesmo que a receita ainda seja a mesma do primeiro filme. Se você não acompanhou as exibições não perca a chance de se atualizar a tempo de assistir a última parte do capítulo final que já está saindo do forno.


Título original: (Harry Potter and the Chamber of Secrets)
Lançamento: 2002 (EUA)
Direção: Chris Columbus
Atores: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Richard Harris.
Duração: 161 min
Gênero: Aventura

Katyn

Não faz diferença se são soviéticos ou alemães. Ninguém ressuscitará os mortos. Temos que sobreviver, perdoar. Temos que viver.   (Jerzy)


Foram inúmeras as tragédias da Segunda Guerra Mundial: Holocausto, bombardeio em Londres, massacre da população camponesa soviética, da juventude alemã, bombas atômicas no Japão, massacre dos oficiais poloneses, etc. Mas, com exceção do massacre dos oficiais poloneses, os outros trágicos acontecimentos citados envolviam sujeitos que estavam de um lado ou de outro do front, não que isto sirva para justificar as mortes. Ou melhor, os Poloneses foram invadidos, mortos, perseguidos e não sabiam de qual lado do conflito estavam. Sabiam apenas que estavam na direção de duas sanguinárias ditaduras: nazistas e comunistas. A cena inicial de Katyn é perfeita para demonstrar esta situação polonesa: o ano é 1939, início da Segunda Guerra Mundial, dois grupos de refugiados se encontram em uma ponte, desesperados, levando tudo o que poderiam carregar, hesitam diante de um impasse: de um lado da ponte se aproximavam os invasores alemães, e do outro, as tropas soviéticas.

Esta obra prima do cinema, dirigida por Andrzej Wajda, é um verdadeiro exemplo de análise de como se constrói um Discurso Historico. O filme retrata os acontecimentos que envolveram a invasão soviética e alemã ao território polonês, logo no início da guerra, enquanto ainda perdurava o Tratado de Não Agressão entre Stalin e Hitler. A invasão foi rápida e sem resistência por parte do exército nativo. Os soldados foram libertados, porém, os oficiais poloneses ficaram presos aguardando seu destino. Muitos acreditavam que seriam incorporados ao exército soviético, visto que, pensavam ser importantes  no tabuleiro estratégico daquela iminente guerra, de qualquer forma, por serem oficiais, não acreditavam que lhes poderiam acontecer o pior.

Distante do campo de prisioneiros, o filme nos mostra a angústia de três mulheres que não tinham notícias de seus maridos. Cada comentário nas ruas, cada lista de prisioneiros soltos, qualquer informação fazia renascer a esperança de que podiam vê-los novamente, porém, a medida que o tempo passava elas também sabiam que as chances de estarem vivos era ainda menor. Como mostra o filme, não fazia parte do plano stalinista deixar os oficiais poloneses vivos, parte da elite intelectual daquele país desapareceria em enormes valas comuns. Vinte mil foram fuzilados, sendo doze mil na floresta de Katyn. Este é o fato histórico, muito bem representado no filme, o que vem a seguir é a construção de verdades. O tempo passou e as famílias, apesar da esperança, percebiam que dificilmente receberiam seus homens de volta, em nenhum momento o exército soviético revelou o que aconteceu com os oficiais poloneses. Esta situação era ainda pior, pois enquanto a Polônia estava ocupada por tropas soviéticas, não se discutia e não se apurava este fato, aliás, os soviéticos acusavam os alemães de terem eliminados os oficiais poloneses. Quem discordasse desta versão oficial seria perseguido. Inclusive,  o pai de Wajda, o diretor do filme, foi um dos mortos na floresta. A ocupação soviética, o silêncio forçado, a falsificação da verdade, duraram de 1939, época da invasão, até início dos anos 90, após o desmoronamento da União Soviética.

Até hoje este triste fato é uma ferida ainda não cicatrizada, mais um dos muitos que não cansam de expor os horrores acumulados pela Segunda Guerra. Ironicamente, em abril de 2010, o avião que levava o presidente da Polônia, Lech Kaczynski e algun dos seus líderes civis e militares, caiu em viagem a Rússia, e todos morreram. O objetivo da viagem era exatamente para participar de um evento que relembraria o 70° aniversário do massacre exposto neste filme.


Título original: (Katyn)
Lançamento: 2007 (Polônia)
Direção: Andrzej Wajda
Atores:Artur Zmijewski, Maja Ostaszewska, Andrzej Chyra, Danuta Stenka.
Duração: 118 min
Gênero: Drama

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Rocky Balboa

“Não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar. O quanto pode suportar e seguir em frente. É assim que se ganha.”  (Rocky Balboa)


O quinto filme da série, dirigido por John G. Avildsen lá nos anos 90, não teria sido tão agradável para Sylvester Stallone, quem sabe este seria o motivo que o levou a voltar ao set de filmagem e dirigir e protagonizar o Rocky Balboa, cuja titulo inicial era Rocky VI. Nesta trama o ex-lutador enfrenta um problema comum a quase todos ex-esportistas: o vazio presente após a aposentadoria. São inúmeros os casos de grandes heróis do esporte que não conseguiram se manter longe das competições e retornaram aos gramados, pistas, quadras, tatames, e infelizmente a maioria deles não foi muito feliz no retorno.

Rocky está aposentado, administra um restaurante, é viúvo e tenta se aproximar do seu filho Rocky Jr. (Milo Ventimiglia) que não se sente a vontade de ser filho de um ex-lutador que ás vezes atrai muita atenção. Sua vida poderia se resumir a tentar sobreviver frente as angustias de um aposentado, porém uma simulação de computador de uma fictícia luta entre Rocky e o atual campeão Mason “The Line” Dixon (Antonio Tarver) o desperta, pois para a máquina  o lendário lutador teria vencido a luta virtual. Assim, a chama renasce e mesmo contrariado por seu filho, críticos e a associação de boxe, Balboa segue os promotores e empresários da luta - que estão mais interessados em sua grande repercussão e possibilidade de lucro – aceitando assim o desafio.

Até o clímax do filme, ou seja, seus quinze minutos finais, o telespectador encontrará apenas alguns diálogos recheados de frase de efeito e melodramático, quem sabe uma tentativa de humanizar aquele Rocky que ao longo de suas inúmeras continuações se distanciou bastante daquele primeiro filme dos anos 70( Rocky – Um Lutador). São diálogos tão insossos que não perderíamos nada se adiantássemos o filme até o momento final. Porém, certamente nem um outro filme consegue ser tão intenso e emocionante ao retratar uma luta de boxe. E o que vale apena em Rocky Balboa é o confronto final: a entrada no estádio, a trilha sonora, a gritaria do lado de fora das cordas, os golpes, o enquadramento, a câmera lenta, os cruzados, os diretos. Em fim, Stalone - o diretor, dá a Balboa a chance de encerrar sua saga de forma sensacional, espetacular, seguindo uma das falas do roteiro:  “vai lá e arrasa com ele, esse é o último round da sua vida”.


Título original: (Rocky Balboa)
Lançamento: 2006 (EUA)
Direção: Sylvester Stallone
Atores: Sylvester Stallone, Burt Young, Milo Ventimiglia, Geraldine Hughes.
Duração: 102 min
Gênero: Drama

[Oscar de Melhor Filme -1966] A Noviça Rebelde

Escale todas as montanhas
Conheça cada caminho
Siga todos os arco-íris
Até encontrares o teu sonho


Um sonho que necessitará
De todo o amor que você pode dar
De todos os dias de sua vida
Por quanto tempo durar
                                    (Música: Escale Todas as Montanhas)


Se pedirmos a um cinéfilo que cite cinco filmes clássicos marcantes para o cinema, certamente um deles será A Noviça Rebelde.  São inúmeros os fatores que o alçaram ao patamar de “Clássico”, ou melhor, um conjunto de acertos que o colocam mais próximo de uma obra perfeita: boas interpretações, roteiro simples mais capaz de despertar a atenção de quem assiste, fotografia, direção, trilha sonora, etc.. Ainda hoje conseguimos nos encantar com Maria (Julie Andrews), o Sr. Trapp (Christopher Plummer) e as sete crianças. Entretanto, é verdade que dos anos 60 até nossos dias o cinema mudou bastante, tornou-se mais rápido, dinâmico, elétrico, ás vezes barulhento e até ensurdecedor, e aos poucos nos acostumamos a este novo cinema. Assim, aos incautos filhos dos anos 80 e 90, diminuam a velocidade antes de sentarem na poltrona para assistir este filme.

Maria é uma jovem noviça que não consegue se adaptar ao mundo recheado de disciplina do convento para freiras, então, é com grande sabedoria que sua madre superiora a encaminha para uma temporada fora dos muros daquela instituição, para, quem sabe assim, a jovem reconhecer a verdadeira “vontade de Deus”. Maria não poderia ter ido para um lugar mais desafiante do que a casa do Capitão Trapp, local em que o riso, as brincadeiras, e a diversão deram lugar a disciplina, tão rígida quanto a de um navio. Esta era a forma daquele chefe de família apagar as lembranças alegres que pairavam naquela casa antes de sua esposa falecer. Assim, na primeira parte do filme veremos as aventuras de Maria para trazer a alegria de volta aquela casa, contrariando e ao mesmo tempo encantando ao Sr. Trapp, com suas belas canções alegrando toda a família, menos, é claro, a Baronesa Schraeder(Eleanor Parker), que almejava casar com Sr. Trapp.

A segunda e última parte da obra mostra esta família fugindo do Estado Nazista, pois a trama é ambientada na Áustria pré-ascensão de Hitler. E, como o Capitão Trapp é um nacionalista fervoroso e não aceitava aquela ofensiva alemã, só lhe restava fugir, mesmo que isto significasse abandonar sua amada terra natal, porém, era a única forma de salvar sua família, decisão difícil também tomada por muitos europeus naqueles tempos sombrios.

Não é um filme tão fácil de encontrar, mas se tiver sorte e achá-lo por aí, garanta logo uma cópia e programe um tempinho livre e sossegado de completo relaxamento para ouvir e se encantar com The Sound of Music.


Título original: (The Sound of Music)
Lançamento: 1965 (EUA)
Direção: Robert Wise
Atores: Julie Andrews, Christopher Plummer, Eleanor Parker, Richard Haydn.
Duração: 172 min
Gênero: Musical

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Rambo IV


"Viva por nada ou morra por algo, você escolhe"  Rambo


Seguindo o ritmo da onda invasora dos anos 80 no cinema, Stalone nos apresenta uma continuação de um dos seus maiores sucessos. Desta vez ocupando a direção, o italiano nos promete um verdadeiro retorno as origens, o que pode agradar alguns fãs. A receita não é nova: heroísmo, explosões, sangues e diálogos de efeito.

O nosso herói, John Rambo (Sylvester Stallone), vive na Tailândia, pilotando barcos ou capturando cobras, sempre pacato, quem sabe digerindo os traumas oriundos de tantas guerras e matanças. Mas como é necessário um motivo para explicar o retorno deste matador em alto estilo, então o motivo surge com o grupo de missionários religiosos que tentam levar ajuda material e espiritual para os refugiados de uma guerra civil que já dura 60 anos (birmaneses versus uma tribo Karen). Apesar de o experiente Rambo aconselhar não ir, os missionários (eu diria, loucos de pedra) insistem para que o barqueiro os leve para o acampamento dos refugiados, e assim o faz nosso herói de guerra. E, como não podia deixar de ser, dias depois um pastor solicita que Rambo leve uns mercenários contratados para resgatar os missionários que tinham sidos sequestrados. A partir daí o pacato e silencioso ex-boina verde dá lugar a uma verdadeira máquina de estratégia e de matar, acompanhando os mercenários na missão de resgate ao grupo de religiosos.

Neste filme o telespectador não pondera sobre quem é o mocinho e quem é o bandido, está tudo claro e perfeito, é só contar os soldados morrendo pelo caminho até a morte do chefe dos malfeitores. Aliás, se houve exagero em Rambo IV, foi justamente na dose de sanguinolência: a cena final é um verdadeiro exemplo de como preencher o tempo com matança. Porém, apesar de tudo, este filme não decepcionou, pois imaginávamos que não nos seria oferecido mais do que isso. Ou seja, para quem não é fã da série ou de filmes extremamente violentos, só vale a pena assistir pelo elemento nostálgico, e só.


Título original: (Rambo)
Lançamento: 2008 (EUA)
Direção: Sylvester Stallone
Atores: Sylvester Stallone, Julie Benz, Graham McTavish, Reynaldo Gallegos.
Duração: 91 min
Gênero: Aventura

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Distrito 9

- Aqui não é o lugar deles (Morador da cidade)
- Mantê-los aqui sai caro e deviam investir em outras coisas. Ao menos, eles vivem separados. (Morador da cidade)
- Eles deviam ir embora. Não sei pra onde. (Morador da cidade)


Apesar de figurar na lista dos indicados ao Oscar do ano de 2010, Distrito 9 não passava de um figurante em meio aqueles super elogiados filmes: Avatar, Guerra ao Terror, etc. Porém, assim como Preciosa, Educação e Bastardos Inglórios, este filme foi além do simplesmente interessante. Não em virtude dos efeitos especiais que não foram revolucionários, mas pelo menos foram bem razoáveis. Mas a graça deste filme está na sua ironia, na crítica a discriminação, a desigualdade social, (sem ser panfletário), no drama, na capacidade de manter o telespectador em suspensão, apesar do tema batido (alienígenas) e ainda ofereceu uma boa dose de ação. Neill Blomkamp, o diretor, nos contou um drama comovente, tanto do ponto de vista do indivíduo, representado no personagem Wikus Van De Merwe (Sharlto Copley), como também a partir da perspectiva coletiva, no caso, a situação dos extraterrestres isolados no Distrito 9. Sem ser piegas nem tampouco superficial, ou seja, na medida exata.

Imagine uma enorme nave espacial pairando por anos sobre uma grande cidade, neste caso Joanesburgo. Quebrada, não poderia retornar ao seu planeta, então o governo oferece abrigo aos extraterrestres, nasce assim o Distrito 9. É lá que aqueles seres estranhos, semelhantes a gigantescos camarões, foram confinados e maltratados pelo governo.  Rapidamente o Distrito 9, que seria um lar temporário, se transformou em uma enorme favela com alienígenas assaltando e incomodando as pessoas. Pressionado pelos seres humanos o governo resolve agir e a solução que demanda menos raciocínio e, pelo menos aparentemente, a mais fácil é a remoção. É assim que Wikus Van De Merwe entra na trama, burocrático funcionário da empresa responsável pela remoção, Wikus acredita que a relocação não passaria de um procedimento simples e mecânico, apesar de todo o aparato militar que o acompanhava. Ironicamente um acidente em um dos barracos mudaria a vida do nosso personagem principal, contaminado por um fluido alienígena, o caçador rapidamente passa ser a caça.

Distrito 9 ainda não é merecedor de Oscar, apesar de sua indicação ter sido justa. Seu grande mérito é ser um filme de ação, que nas entrelinhas, e através do excesso, ironia e sarcasmo nos diz que algo está errado entre nós, não apenas porque supostamente trataríamos alienígenas daquela forma, mas porque efetivamente fazemos isto com seres humanos. 


Título original: (District 9)
Lançamento: 2009 (Nova Zelândia, África do Sul)
Direção: Neill Blomkamp
Atores: Sharlto Copley, Jason Cope, Nathalie Boltt, Sylvaine Strike.
Duração: 112 min
Gênero: Ficção Científica

sábado, 16 de abril de 2011

Munique

- Com certeza, lar é tudo. (palestino)


Já afirmei em outro post que aprecio bastante filmes que tratam de temas ligado a Estados e suas inter-relações. Este belo documento historiográfico, e também ficcional, nos traz a atmosfera de um dos mais famosos e trágicos atentados ocorridos no Ocidente.

Em 1972 foi realizada na Alemanha Ocidental aquela que estava sendo chamada de “As Olimpíadas da Paz e Alegria”, foi a situação ideal para o grupo armado palestino denominado de Setembro Negro agir. Invadiu a Vila Olímpica, precisamente a área dos israelenses: mataram dois e mantentiveram nove como reféns, pcom objetivo de exigir a libertação de alguns prisioneiros políticos. Em uma das primeiras mega exposições midiáticas, o mundo acompanhou o final trágico deste atentado: terroristas e reféns  mortos no aeroporto. A partir daí, entre fato e ficção, o filme relata o contra-ataque israelense. O governo atribui a Ephraim (Geofrey Rush) a missão de recrutar homens para missão de encontrar e matar os responsáveis intelectuais pelo ataque palestino. Assim, Avner (Eric Bana) é recrutado para lidera uma equipe de quatro homens super treinados: Steve (Daniel Craig), Carl ( Ciarán Hinds), Robert (Mathieu Kassovitz) e Hans (Hanns Zischler). A missão era localizar e matar os supostos mentores palestinos.

À medida que o filme se desenrola o telespectador se depara com métodos sofisticados de busca, localização e eliminação (pra não dizer assassinato). E, ao mesmo tempo, acompanha  Avner entrar em conflito consigo mesmo, pois apesar de apoiar e defender seu país, também se questiona quanto a eficiência daquelas ações. Nos assustamos em meio aquelas inúmeras explosões e mortes, geradas por uma violência que se auto alimenta incessantemente, baseada, geralmente, nos discursos religiosos, patrióticos, ou nacionalistas, mas que todos sabemos ser apenas uma tentativa de justificar a vingança.  

Enfim, mais uma vez Spielberg nos presenteia com um belo filme, desta vez uma muito boa adaptação da obra Vengeance: The True Story of an Israeli Counter-Terrorist Tea, do jornalista George Jonas. Obrigatório assistir, mesmo que não aprecie longas cujo tema central seja o Estado.


Título original: (Munich)
Lançamento: 2005 (EUA)
Direção: Steven Spielberg
Atores: Eric Bana, Daniel Craig, Ciarán Hinds, Mathieu Kassovitz.
Duração: 164 min
Gênero: Drama

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Rio

-Escute! Diga a ela que tem olhos lindos (Tucano)
-Essa é ótima! Boa ideia! ... Jade, eu tenho olhos lindos (Blu)
-É, isso ai. Claro, são bonitos. (Jade)
-Não, os olhos dela! Os dela! (Tucano)
-Os seus, os seus olhos são lindos. Não os meus... os meus são legais, mas os seus... aposto que até dá pra enxergar com eles. (Blu)


A ararinha Blu (Jesse Eisenberg) nasceu no Rio, e por obra de contrabandistas foi parar em Minesota, nos Estados Unidos, e após um pequeno acidente acabou sendo encontrado e adotado por Linda (Leslie Mann). Domesticado e bem instalado no conforto do mundo moderno e urbano que até esqueceu de aprender a voar, porém a vida de Blu foi revirada após receber a visita de Túlio (Rodrigo Santoro), um ornitólogo que procurava um parceiro para Jade (Anne Hathaway). Eram as últimas araras da espécie e precisavam acasalar, logo, Linda foi convencida a levar Blu para um encontro amoroso no Rio de Janeiro, em pleno carnaval.

Já no Rio, Blu e Jade se encontram, graças ao cupido Túlio, porém alguns contrabandistas bem atrapalhados entram na vida das duas araras e tentam sequestrá-las a todo custo. Sem mencionar Nigel, o pássaro de estimação do chefe da quadrilha de contrabandistas; malvado é pouco pra ele. Tem ainda os novos amigos de Blu: dois passarinhos, um tucano e um bulldog babão. E um bando de macaquinhos delinquentes que ganham a vida roubando os turistas.

É uma bela animação; bastante colorida, trilha sonora envolvente, piadas fáceis e com boa sequência de aventuras. Como a maioria das boas animações, não há espaço para o telespectador cochilar, é cativante e rápida. Entretanto, também podemos pôr na lista as figurinhas carimbadas dos filmes de Hollywood quando o tema é o Brasil: trombadinhas, futebol, favela, macacos no meio da rua, bandidos em favelas, pássaros coloridos e uma densa floresta. Basta saber em que momento tem fim a realidade e inicia o estereótipo? De qualquer forma, vale à pena curtir.


Título original: (Rio)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: Carlos Saldanha
Atores: Jesse Eisenberg, Anne Hathaway, Rodrigo Santoro, Jamie Foxx.
Duração: 96 min
Gênero: Animação

terça-feira, 12 de abril de 2011

A casa dos Espíritos

Você não deve desejar a morte, é besteira, pois ela virá mais cedo ou mais tarde. Você precisa sentir a vida, pois ela é um milagre (Clara)


Um desavisado certamente pensaria que este filme pertence ao gênero do terror, o que seria um erro enorme. Este belo drama, baseado no romance homônimo da renomada escritora Izabel Allende, faz uma interessante mistura de paranormalidade, amor, política, persistência e esperança. Inicialmente o telespectador é envolvido na história de Esteban Trueba (Jeremy Irons), um homem pobre e rude que perdera seu amor antes de ter a oportunidade de se casar. Sua mãe, bastante obesa, sempre foi tratada por sua carente e rejeitada irmã, Férula (Glenn Close). Assim, após perder seu amor, Esteban resolve fugir e enfrentar desafios e, quem sabe, provar que ainda estava vivo. Então, compra uma velha fazenda no interior do Chile e graças a seus severos esforços e trabalho duro e, digamos, forte exploração dos camponeses locais, seu pequeno rancho se torna uma fazenda poderosa e ostentosa. Rapidamente este homem passa a ser conhecido na região por sua riqueza e poder, porém, faltava uma esposa, mas a bela Clara (Meryl Streep)- que na verdade era a irmã mais nova daquele amor perdido há alguns anos - parecia ser uma ótima oportunidade.

Clara, desde criança, portava uma paranormalidade, ou seja, ás vezes poderia prever o futuro de algumas pessoas e após prever a morte da irmã, por culpa, decidiu permanecer em silêncio, que só fora quebrado vários anos depois, após o encontro com Esteban, aquele que estaria destinado a ser seu marido.

A bela, feliz e triste história de Esteban e Clara corresponde apenas a primeira metade do filme, pois sua parte final apreende o telespectador naquela que seria uma das mais tristes Histórias do Chile: o golpe militar e as perseguições políticas. Esteban, derrotado nas urnas pelo partido de esquerda e socialista, participa da organização do golpe militar que tiraria os militares dos quartéis, porém, uma vez no poder, os generais só obedecem a hierarquia, e até a filha de Esteban, Blanca (Winona Ryder) foi parar nos porões da Ditadura. Assim, já velho e debilitado, aquele homem que tinha conquistado fama e honra graças a sua austeridade e determinação teria que fazer de tudo para salvar sua filha dos militares.

Conforme a maioria dos filmes adaptados de romances, A Casa dos Espíritos, fornece férteis elementos para inúmeras análise: os personagens e suas relações quentes ou frias, repletas de amor e ódio. Os conflitos sociais e econômicos da região, sem mencionar a convulsão política, em fim, uma perfeita harmonia entre romance e política, imperdível para leitores do cinema.


Título original: (The House of the Spirits)
Lançamento: 1993 (EUA)
Direção: Billie August
Atores: Meryl Streep, Glenn Close, Jeremy Irons, Winona Ryder.
Duração: 150 min
Gênero: Drama