segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Os Miseráveis

Como vai você? Meu nome é Gavroche
Esses são meu povo, aqui é meu território
Nada demais pra olhar, nada elegante
Nada que você possa admirar
Essa é minha escola, minha alta sociedade
Aqui nas favelas de Saint Michele
Vivemos das migalhas dos que sentem pena
É uma vida dura, mas quem se importa?
Acha que você é pobre?
Acha que você é livre?
Siga-me, siga-me!  ( Música Look Down – the Beggars)


Assisti uma quantidade razoável de filmes nestes últimos dias, agraciado pelas férias tive tempo para por a “leitura cinematográfica” em dia. Porém, por incrível que pareça, não consegui angariar estímulo para escrever nada por aqui. E olhe que foram filmes interessantes, como o “Vôo”, com o ótimo desempenho de Denzel Washington. Fiquei comovido com Annie (Liana Liberato) em “Confiar”, alegrei-me com a comédia suave de Wood Allen: “Para Roma com Amor”. Sem mencionar os menos cotados, como “João e Maria: Caçadores de Bruxa” e “Meu namorado é um Zumbi”.

Mas foi o musical dirigido por Tom Hooper (premiado com o "Discurso do Rei") que finalmente trouxe de volta o caminho para o blog. Nada melhor do que um belo filme, que seja capaz de nos emocionar plenamente, que nos leve às lágrimas e ao sorriso. Assim é “Os Miseráveis”, uma ótima adaptação do clássico da literatura, escrito por Victor Hugo (1802-1885).

Descontadas as devidas ressalvas e críticas a alguns atores, que não empolgaram tanto assim na cantoria, não há o que reclamar do longa. Personagens muito bem caracterizados, que trazem consigo o peso dos seus valores, ou fervor dos seus desejos, a beleza de suas convicções. Elementos que constroem e reconstroem seus destinos.

Do cumprimento e cego e respeito a lei, representado na figura do imbatível inspetor Javert (Russell Crowe); da reconciliação do até então conflituoso Jean Valjean (Hugh Jackman); do amor imensurável de Fantine (Anne Hathaway) por sua filha; da paixão de Cosette (Amanda Seyfried) e Eponine (Samantha Barks) ou do revolucionário Marius (Eddie Redmayne). Sem mencionar o senso de sobrevivência destituído de ética do casal Thénardier, muito bem interpretados por Helena Bonham Carter e Sacha Baron Cohen. Ah! E como não se encantar e emocionar com o pequeno Gavroche (Daniel Huttlestone)? Todos estes personagens constroem uma trama repleta de suspense, drama, amor, compaixão, tristeza e furor revolucionário.

O cenário não poderia ser melhor: a França Revolucionária. Repressão do Estado odiado e temido pelos cidadãos, miseráveis que se arrastam pelas ruas a espera do sopro da morte, aquele que finalmente trará o fim aquele sofrimento. Aos com melhor sorte, ainda existe a exploração e humilhações das fábricas, ou quem sabe a prostituição. Some se a este cenário as ideias revolucionárias que floresciam e ainda, os jovens com ansiosos por mudança, mesmo que tenham que pagar com a própria vida. Temos então uma bela história!  

Abaixo um aperitivo: a bela canção “Do You Hear The People Sing

Áudio




Título original: (Les Misérables)
Lançamento: 2012, (Reino Unido)
Direção: Tom Hooper
Atores: Hugh Jackman, Russell Crowe, Anne Hathaway, Amanda Seyfried, Sacha Baron Cohen, Helena Bonham Carter, Eddie Redmayne, Aaron Tveit, Samantha Barks, Daniel Huttlestone 
Duração: 158 min.
Gênero: Musical