segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A Ilha do Medo

Você sabe o que o medo faz com a mente? A mente corrói, apodrece. (Edward Daniels)


Dirigido pelo ícone do cinema; Martin Scorsese, A Ilha do Medo é baseado no livro de Dennis Lehane (Paciente 67) e tem como protagonista Leonardo DiCáprio em uma ótima performance.
Em 1954 o policial Edward Daniels (Leonardo DiCaprio) é convidado para investigar o desaparecimento de um  paciente no manicômio de  Shutter Island Ashecliffe Hospital Ilha, em Boston. Porém a falta de colaboração dos médicos e funcionários do local, e o uso de terapias não éticas fazem com que o policial se aprofunde ainda mais na tentativa de solucionar este caso. Mas enquanto se mantém na Ilha acontecimentos estranhos comprometem o trabalho e o raciocínio de Edward Daniels: visões, alucinações, fugas de preso, eventos naturais: tempestade e furação.
O roteiro entrega um possível final da trama, porém o telespectador teima em se manter atento, pois à medida que a estória se desenvolve os elementos são amarrados, e se revelam ao policial o real motivo pelo qual o Paciente 67 desaparecera. Não é um final surpreendente, entretanto a boa direção e atuação de DiCáprio fazem com que o telespectador aprove o filme.

Título original: (Shutter Island)
Lançamento: 2010 (EUA)
Direção: Martin Scorsese
Atores: Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Emily Mortimer.
Duração: 138 min.
Gênero: Suspense

Sobre Meninos e Lobos

 "É a minha filha que está lá? É a minha filha que está lá? Oh meu Deus!" (Jimmy Marcus)


Mais um filme baseado nos livros do escritor norte-americano Dennis Lehane, os últimos foram “Gone, Baby, Gone” (Medo da Verdade), dirigido por Ben Afflecker e, A Ilha do  Medo  (baseado no livro "Paciente 67), dirigido por Martin Scorsese. Sobre Meninos e Lobos faturou em 2004 o Oscar de Melhor Ator com Sean Penn, além do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante com Tim Robbins, acredito que só perdeu o de Melhor Roteiro Adaptado porque concorreu com o muito bom Senhor dos Anéis. Este filme é uma reunião das melhores expectativas que o telespectador pode cultivar sobre o cinema: ótima direção, roteiro, interpretação, boa trama, emoção e final surpreendente.
A trama é o seguinte: três colegas de infância muito unidos são abalados por um grande trauma: um deles, Dave Boyle (Tim Robbins) é sequestrado enquanto brincavam na rua e passa vários dias sofrendo abusos sexuais. Então, a partir daí  a amizade entre eles diluiu, não foi mais a mesma. Muitos anos depois Dave Boyle ainda permanece relativamente traumatizado e com baixa estima, mas os outros dois colegas mantiveram suas vidas normalmente, Sean Devine (Kevin Bacon) se tornou detetive e Jimmy Marcus (Sean Penn), dono de uma mercearia no bairro. O reencontro dos três ocorre após um trágico acontecimento: o sequestro e morte de Katie(Emmy Rossum), filha de Jimmy Marcus, alguns indícios apontam para Dave Boyle, e a amizade, consciência pesada e sensação de culpa ficam de lado, para que Jimmy Marcus vingue a morte de sua filha, mas será que foi realmente Dave Boyle que matou Katie? Dramas pessoais se cruzam e levam o telespectador neste alucinante e surpreendente filme, até o desfecho imprevisível.
Para quem ainda não assistiu pode ir à locadora reservar o seu.  


Título original: (Mystic River)
Lançamento: 2003 (EUA)
Direção: Clint Eastwood
Atores: Sean Penn, Tim Robbins, Laurence Fishburne, Adam Nelson, Emmy Rossum
Duração: 137 min
Gênero: Suspense

domingo, 30 de janeiro de 2011

Caça às Bruxas

“No vilarejo de onde eu vim, havia uma garota que foi acusada de bruxaria. Encheram os bolsos dela de pedra e a jogaram no rio, se ela morresse seria considerada humana, mas ela sobreviveu, então foi queimada na fogueira” (Garota acusada de bruxaria)


Nicolas Cage não é um mau ator, lembro do bom filme O Senhor da Guerra em que ele esteve muito bem, porém ultimamente tem desfilado uma série de filmes medíocres para seu potencial. Este último é o típico filme que não acrescenta nada ao cinema: fundamentação histórica não foi sólida, mesmo dando uma razoável ênfase a Peste Negra e a perseguição às mulheres  acusadas de bruxaria na Idade Média. Quanto aos Templários, manteve-se no senso comum. Fracos efeitos especiais. O desfecho final que poderia ser inovador não fugiu a regra dos filmes de igreja versus bruxaria, com direito a água benta que queima e leitura de livro sagrado.
Sem muitos detalhes senão há o risco de contar a trama do filme que não é nada complexa: Behmen (Nicolas Cage), cruzado desiludido e desertor aceita fazer a última missão para Igreja Católica: levar uma garota acusada de bruxaria até um mosteiro aonde será julgada. Até chegar ao destino Behmen e seus companheiros enfrentarão inimigos que desafiaram a fé de cada um.  
Espero sinceramente que este seja o último filme de Nicolas Cage no estilo magia, bruxaria, fantasma.


Título original: (Season of the Witch)
Lançamento: 2010 (EUA)
Direção: Dominic Sena
Atores: Nicolas Cage, Ron Perlman, Christopher Lee, Robert Sheehan.
Duração: 103 min
Gênero: Aventura

Anticristo

“Eu ouvi um som. O grito de tudo aquilo que está pra morrer.”  (a esposa)


Não é um filme, mas uma obra de arte. Não aconselhável a pessoas sensíveis a cenas de violência, não que o filme seja sobre violência. Também não é um filme de terror, mas um bem elaborado drama psicológico. Um casal (Willem Dafoe e Charlotte Gainsbourg) tenta se recuperar da morte de seu filho. O marido, psicanalista, acha melhor levar a esposa para uma cabana recolhida na floresta, e lá poderia tratá-la melhor, visto que ela se culpava pela morte do filho. Porém, já na cabana o marido não consegue manter o controle da situação.
O filme é carregado de simbolismo, desde a magnífica primeira cena e sua trilha sonora trazendo ao mesmo tempo sexo e morte, prazer e sofrimento. O local aonde o casal se refugia passa a ser chamado de “Éden”, uma relação irônica com o cristianismo. Os animais: corvo, cerco e o lobo. As cenas quase monocromáticas, escuras, talvez representando o desconhecimento e as batalhas do inconsciente humano. Mutilações.  A mulher é a vítima e ao mesmo tempo causadora de sofrimentos, o que nos faz retornar novamente ao Éden. Teria sido a depressão por qual passou Lars von Trier influenciado na natureza e estética do filme? Seria seu ateísmo? Ou quem sabe o fato de ser leitor assíduo de Nietzsche? Talvez os três fatores ou nenhum deles.
Não é bonito, mas é esplendoroso, provocante, assustador. Um filme para assistir mais de uma vez, sem dúvida.


Título original: (Antichrist)
Lançamento: 2009 (Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Polônia, Suécia)
Direção: Lars von Trier
Atores: Charlotte Gainsbourg, Willem Dafoe.
Duração: 100 min.
Gênero: Drama

O Maquinista

Há pessoas que escolhem livros pela capa, quando escolhi assisti este filme, aconteceu algo semelhante: foi o título, apesar de estar em espanhol, e a figura enigmática de Christian Bale na capa que me atraiu. E não me arrependi de tê-lo levado para casa, pois é um ótimo filme.
Conta a trama de Trevor Reznik (Christian Bale), um trabalhador de máquinas pesadas que sofre de insônia;  não dorme há quase um ano, porém mantém suas atividades diárias normais. A medida que o tempo passa seu peso vai diminuindo em conseqüência da aus~encia de sono e problemas psicológicos também passam a lhe atormentar: paranóia, loucura. Seus colegas de trabalham começam a se afastar, ou persegui-lo, acidentes no trabalho acontecem. Mais qual seria o motivo desta insônia? Ao passo que Trevor Reznik investiga suas causas, mais temeroso fica de saber o resultado.
Direção, roteiro e interpretação bem feitos, o filme mantêm o telespectador angustiado, apreensivo, espantado, seja pra saber a causa da insônia daquele homem que se torna mais moribundo com o passar do tempo, ou ao perceber as transformações físicas do personagem  que emagrece ao extremo, por volta dos 40 kg.(uma breve pesquisa no google imagens te deixará surpreso). Revelando a incrível performance do ator que um ano depois estaria em ótima forma pra fazer Batman. Se o final não é muito original, também está muito longe de decepcionar.
Uma excelente pedida.


Título original: (The Machinist)
Lançamento: 2004 (Espanha)
Direção: Brad Anderson
Atores: Christian Bale, Jennifer Jason Leigh, Aitana Sánchez-Gijón, John Sharian.
Duração: 102 min
Gênero: Ficção

sábado, 29 de janeiro de 2011

Medo da Verdade

"Quando criança, perguntei ao padre com o ir para o céu e ainda nos protegermos de todo o mal do  mundo. Ele me disse o que Deus falou a seus filhos: "Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio dos lobos. Sedes, portanto, prudentes como as serpentes e simples como as pombas" (Patrick Kenzie)


Baseado no romance de Dennis Lehane, autor de Sobre Meninos e Lobos, tão bem adaptado ao cinema,  além de A Ilha do Medo, baseado no livro Paciente 67. Este filme trata de um tema delicado para a nossa sociedade: que são os crimes envolvendo crianças.  
Dois detetives particulares Patrick Kenzie (Casey Affleck) e Angela Gennaro (Michelle Monaghan) foram contratados para investigar o desaparecimento sem pistas da menina Amanda McCready (Madeline O'Brien) de quatro anos.  Junto aos dois detetives outros policiais Jack Doyle( Morgan Freeman) e Remy  Broussard(Ed Harris) também passaram a investigar o desaparecimento e as revelações  levaram a trama para um final surpreendente.
Ben Affleck, vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original por Gênio Indomável em 1998, talvez não precise provar mais ao mundo do cinema que possui competência, e nesta direção o também ator não decepcionou, evidentemente alguns fãs do livro levantarão críticas quanto a adaptação, porém é sabido que dificilmente a adaptação de uma obra literária ao cinema agradará a todos. Assim, estas duas horas de intrincada trama merecem ser vistas pelo telespectador que gosta de cinema.


Título original: (Gone Baby Gone)
Lançamento: 2007 (EUA)
Direção: Ben Affleck
Atores: Casey Affleck, John Ashton, Morgan Freeman, Edi Gathegi.
Duração: 116 min.
Gênero: Drama

Há tanto Tempo Que Te Amo

'Na prisão, eu deixava meus livros ao lado do meu travesseiro. Serviam como proteção. Do outro lado ficava um mundo, um mundo em mim." (Juliette Fontaine)


Quinze anos de prisão foi a condenação aplicada a Juliette Fontaine (Kristin Scott Thomas), depois de cumprida a pena, ela retorna para casa da irmã Léa (Elsa Zylberstein), porém a convivência com aquela família lhe traz más lembranças, além do fato das pessoas não a perdoarem pelo crime que havia cometido. Que crime teria sido este? Como estas duas irmãs superarão mágoas familiares tão fortes e quase esquecidas por quinze anos?
 Ótmos diálogos e interpretações que conduzem o telespectador em suspensão até o desfecho final. São duas horas prazerosas na companhia do cinema francês, que no fim trata do amor. 

Título original: (Il y a Longtemps que Je T'aime)
Lançamento: 2008 (França, Alemanha)
Direção: Philippe Claudel
Atores: Kristin Scott Thomas, Elsa Zylberstein, Serge Hazanavicius, Laurent Grévill.
Duração: 117 min
Gênero: Drama

Atraídos Pelo Crime

“Não quero que Deus se meta. Quero a ajuda de Deus” (Sal)


Elenco recheado de ótimos atores e um bom roteiro, parece uma boa fórmula para um interessante filme de ação. E esta fórmula deu resultado pois o filme agrada ao telespectador.
Eddie Dugan (Richard Gere) é aquele policial que causa angustia, pois esta prestes a aposentar, e geralmente o roteirista sempre prepara um presente para estes personagens. Eddie também esta deprimido e cansado da vida de policial. Já Tango (Don Cheadle) é o policial das ruas que talvez não tenha um senso ético não tão apurado, ou seja, um eufemismo pra chamá-lo de corrupto. Por fim, Sal (Ethan Hawke) do setor de narcótico, pressionado pelas más condições de moradia e dívidas que a sua família está enfrentando. O diretor Fuqua nos apresenta uma boa trama ao pôr estes três policiais, mais drogas e traficantes no mesmo tabuleiro, e o desfecho não poderia ser melhor.


Título original: (Brooklyn's Finest)
Lançamento: 2010 (EUA)
Direção: Antoine Fuqua
Atores: Richard Gere, Don Cheadle, Ethan Hawke, Wesley Snipes.
Duração: 132 min
Gênero: Policial

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Clube da Luta

- O que nós somos? (Tyler Durden)
- Somos consumidores (Jack)
- Somos consumidores, produtos secundários da obsessão de um estilo de vida. Assassinato, crime, pobreza. Estas coisas não me interessam. O que me interessa são as revistas de celebridades, televisão com 500 canais, marcas famosas nas minhas cuecas: Rogaine, Viagra, Olestra. (Tyler Durden)


Existe alguém que ainda não assistiu este filme? Quem nunca se sentiu tão entediado quanto Jack(Edward Norton)? Ou tão inconsequente quanto Tyler Durden (Brad Pitt).
Jack é um homem que apesar de ter uma vida estabilizada economicamente estava entediado e angustiado com sua vida, o que lhe provocava insônias. Seguindo o conselho do médico passou a frequentar grupos de apoio a pessoas com determinadas doenças, foi nestes locais que ele encontrou Marla Singer (Helena Bonham Carter) que fazia o mesmo: frequentar estes locais para se sentir melhor. O encontro com Durden, um vendedor de sabão, foi em um avião. Estes três dariam o tom do filme. Da conversa entre Durden e Jack surge a ideia de formar um Clube da Luta, lugar para extravasar a energia presa resultante do convívio diário com as inúmeras regras e angustias geradas por nossa sociedade. Como era de se esperar o clube se transformou em um sucesso.
Aqueles que condenam o filme é por que acreditam que ele faz apologia a violência, já os defensores afirmam que esta obra é uma crítica a sociedade consumista que faz do ser humano pacientes carregados de neuroses e psicoses, que as lutas estão ali no sentido metafórico, e que Clube da Luta pode até ser pacifista, pois demonstra que os problemas não podem ser resolvidos através da violência. De qualquer forma só após a análise cuidadosa do desfecho final do filme é que você terá elementos suficientes para defender ou atacar Clube da Luta.
Enfim, em tempos do Politicamente Correto e da extrema violência urbana cotidiana  capaz de provocar Síndrome do Pânico nas pessoas, este filme não deixaria de chamar atenção de muitos por aí.
E aí, Com quem você lutaria?


Título original: (Fight Club)
Lançamento: 1999 (EUA)
Direção: David Fincher
Atores: Edward Norton, Brad Pitt, Helena Bonham Carter, Meat Loaf.
Duração: 140 min.
Gênero: Drama

Nova Yorque, Eu Te Amo

A linha é a mesma do maravilhoso Paris, Te Amo, ou seja, são doze curtas dirigidos por diferentes cineastas, e o tema central é a movimentada Big Apple e seus amores, ódios, encontros e desencontros diários. Assim como na outra coletânea, os filmes se entrosam perfeitamente presenteando o telespectador com estórias curtas, mas saborosas.
Quem gostou das aventuras em Paris certamente não perderá este passeio em Nova Yorque.


Titulo original: (New York, I Love You)
Lançamento: 2009 (EUA)
Direção: Allen Hughes, Shunji Iwai, Joshua Marston, Wen Jiang, Brett Ratner, Mira Nair, Natalie Portman, Shekhar Kapur, Yvan Attal, Fatih Akin
Atores: Natalie Portman, Shia LaBeouf, John Hurt, Julie Christie.
Duração: 110 min.
Gênero: Drama

Paris, Te Amo

É uma coletânea com vinte e um curtas com duração de cinco minutos cada, com objetivo de homenagear a cidade de Paris. São pequenos filmes que deixam o telespectador paralisado na poltrona, com a aquele desejo de quero mais. São vários diretores, entre eles inclusive o nosso Walter Sales e tem também o Gérard Depardieu.
Estórias envolvendo imigrantes e suas batalhas para aceitar e serem aceitos na Cidade Luz, enfrentando intolerâncias e pré-conceitos, há também romances, casais apaixonados, como por exemplo Natalie e seu namorado cego. Até vampiros invadem a cidade, em suma, são ótimas tramas curtas bem dirigidas cujo tema é a cidade de Paris.
Aproveitem esta maravilha.


Título original: (Paris, Je T'Aime)
Lançamento: 2006 (França, Alemanha, Suíça, Liechstenstein)
Direção: Joel Coen, Walter Salles, Olivier Assayas, Frédéric Auburtin, Gérard Depardieu, Gurinder Chadha, Sylvain Chomet, Ethan Coen, Isabel Coixet,Wes Graven, Alfonso Cuaron, Christopher Doyle, Richard LaGravanese, Vincenzo Natali, Alexander Payne, Bruno Podalydès, Daniela Thomas, Olivier Schmitz, Nobuhiro Suwa, Tom Tykwer, Gus Van Sant, Emmanuel Benvihy
Atores: Bruno Podalydès, Florence Muller, Leila Bekhti, Cyril Descours.
Duração: 116 min
Gênero: Drama

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Senhores, façam suas apostas

Saiu a lista dos indicados ao maior prêmio do cinema no ano: o Oscar 2011. A 83ª edição da premiação tem um favorito, o britânico "O discurso do rei", concorrendo a doze categorias, "Bravura indômita" vêm em seguida com dez indicações, já "A rede social" e "A origem" possuem oito indicações cada, depois vem  “O vencedor” com sete indicações, “127 horas” tem seis indicações, e por fim, “Cisne Negro” e “Toy Story” com cinco indicações cada.
O Brasil estará presente, não na categoria de melhor Filme Estrangeiro, como outras vezes, mas na categoria de Melhor Documentário, com “Lixo Extraordinário”, resultado de uma parceria Brasil/Reino Unido.  Este documentário mostra o trabalho do artista plástico Vik Muniz com catadores do maior lixão da América Latina em Duque de Caxias (RJ), a direção é de Lucy Walker e Karen Harley.  É bom ver o Brasil concorrendo, demonstra que o cinema permanece ativo por aqui, porém o belo trabalho do artista plástico e esta indicação ao Oscar não devem desviar nossos olhos para o absurdo que é um ser humano sobreviver do lixo.
Eis a lista completa.


Melhor filme:
- “A rede social
- “O discurso do rei”
- “Cisne negro”
- “O vencedor”
- “A origem
- “Toy Story 3”
- “Bravura indômita”
- “Minhas mães e meu pai”
- “127 horas”
- “Inverno da alma”
Melhor diretor:
- David Fincher – “A rede social”
- Tom Hooper – “O discurso do rei”
- Darren Aronofsky – “Cisne negro”
- Joel e Ethan Coen – “Bravura indômita”
- David O. Russell – “O vencedor”
Melhor ator:
- Jesse Eisenberg – “A rede social”
- Colin Firth – “O discurso do rei”
- James Franco – “127 horas”
- Jeff Bridges – “Bravura indômita”
- Javier Bardem – “Biutiful”
Melhor atriz:
- Annette Bening – “Minhas mães e meu pai”
- Natalie Portman – “Cisne negro”
- Nicole Kidman - “Rabbit hole”
- Michelle Williams - “Blue valentine”
- Jennifer Lawrence - “Inverno da alma”
Melhor ator coadjuvante:
- Mark Ruffalo – “Minhas mães e meu pai”
- Geoffrey Rush – “O discurso do rei”
- Christian Bale – “O vencedor”
- Jeremy Renner – “Atração perigosa”
- John Hawkes – "Inverno da alma"
Melhor atriz coadjuvante:
- Helena Bonham Carter – “O discurso do rei”
- Melissa Leo – “O vencedor”
- Amy Adams – “O vencedor”
- Hailee Steinfeld – “Bravura indômita”
- Jacki Weaver - “Reino animal”
Melhor roteiro original:
- “Minhas mães e meu pai”
- “O vencedor”
- “A origem”
- “O discurso do rei”
- "Another year"
Melhor roteiro adaptado:
- “A rede social”
- “127 horas”
- “Bravura indômita”
- “Toy Story 3”
- "Inverno da alma"
Melhor longa-metragem de animação:
- "Como treinar o seu dragão"
- "O mágico"
- "Toy Story 3"
Melhor direção de arte:
- "Alice no País das Maravilhas"
- "Harry Potter e as relíquias da morte - Parte 1"
- "A origem"
- "O discurso do rei"
- "Bravura indômita"
Melhor fotografia
- "Cisne negro"
- "A origem"
- "O discurso do rei"
- "A rede social"
- "Bravura indômita"
Melhor figurino
- "Alice no País das Maravilhas"
- "I am love"
- "O discurso do rei"
- "Bravura indômita"
- "The tempest"
Melhor documentário (longa-metragem)
- "Exit through the gift shop"
- "Gasland"
- "Inside job"
- "Restrepo"
- "Lixo extraordinário"
Melhor documentário (curta-metragem)
- "Killing in the name"
- "Poster girl"
- "Strangers no more"
- "Sun come up"
- "The warriors of Qiugang"
Melhor edição
- "Cisne negro"
- "O vencedor"
- "O discurso do rei"
- "127 horas"
- "A rede social"
Melhor filme de língua estrangeira
- "Biutiful"(México)
- "Dogtooth" (Grécia)
- "In a better world" (Dinamarca)
- "Incendies" (Canadá)
- "Outside the law" (Argélia)
Melhor trilha sonora original
- "Como treinar seu dragão" -  John Powell
- "A origem" - Hans Zimmer
- "O discurso do rei" - Alexandre Desplat
- "127 horas" - A.R. Rahman
 - "A rede social" - Trent Reznor e Atticus Ross
Melhor canção original
- "Coming home", de "Country Strong"
- "I see the light", de "Enrolados"
- "If I rise", de "127 horas"
- "We belong together", de "Toy Story 3"
Melhor curta-metragem
- "The confession"
- "The crush"
- "God of love"
- "Na wewe"
- "Wish 143"
Melhor curta-metragem de animação
- "Day & night"
- "The gruffalo"
- "Let's pollute"
- "The lost thing"
- "Madagascar, carnet de voyage"
Melhor edição de som
- "A origem"
- "Toy Story 3"
- "Tron: o legado"
- "Bravura indômita"
- "Incontrolável"
Melhor mixagem de som
- "A origem"
- "O discurso do rei"
- "Salt"
- "A rede social"
- "Bravura indômita"
Melhores efeitos visuais
- "Alice no País das Maravilhas"
- Harry Potter e as relíquias da morte - Parte 1"
- "Além da vida"
- "A origem"
- "O Homem de Ferro 2"
Melhor maquiagem
- "Minha versão para o amor"
- "Caminho da liberdade"
- "O lobisomem"


(Fonte: G1)


Antes do Amanhecer

“Acredito que se há algum Deus, ele não estaria em nenhum de nós. Não em você ou em mim... mas nesse espaço entre nós... Se há algum tipo de magia no mundo, ela deve estar na tentativa de entender e compartilhar algo com alguém.” (Jesse)


Quer queiram ou não, todos nós somos românticos, uns mais outros menos. Alguns pautam sua vida no amor, outros se escondem atrás dele, há aqueles que fingem não ser românticos, mas são, sem mencionar aqueles que mantêm uma imagem dura, austera, racional, porém no íntimo também estão contaminados pelo romantismo. Se valer como alento, talvez não seja culpa nossa, se a biologia não explica as ciências humanas podem ajudar, através da análise do Discurso do Amor Romântico.
Este filme e sua sequência (Antes do Pôr-do-Sol) são doses cavalares de romantismo, se você tem alguma contra indicação não assista, mas se gosta de ver flertes em diálogos apaixonados de um casal atraído a primeira vista, aproveite.
A trama não poderia ser mais simples: Jesse (Ethan Hawke) é um jovem americano que em uma viagem de trem se encontra casualmente com Celine (Julie Delpy), uma estudante francesa. Eles começam a conversar e descem em Viena aonde permanecem conversando enquanto passeiam pelos belos pontos turísticos da cidade. Os diálogos dos dois tomam quase todo o filme, porém não é cansativo, nem chato, o clima de romance é tão real que o telespectador se sente o próprio Jesse ou a Celine. O grande drama do casal é que no dia seguinte terão que voltar para suas cidades, e então o que fazer?


Título original: (Before Sunrise)
Lançamento: 1995 (EUA)
Direção: Richard Linklater
Atores: Ethan Hawke, Julie Delpy, Andrea Eckert, Hanno Pöschl.
Duração: 105 min
Gênero: Romance

Antes do Pôr-do-Sol

“Eu sonho que estou de pé numa plataforma e você fica passando dentro de um trem. Você passa, e passa, e passa. E eu acordo suando muito. E tenho outro sonho também, em que você está grávida, nua, ao meu lado na cama. Quero tocá-la, mas você não deixa e desvia o olhar. E eu a toco mesmo assim, a partir de seu calcanhar. Sua pele é tão macia que eu acordo chorando” (Jesse)


Comentar muito sobre este filme é entregar seu antecessor (Antes do Amanhecer), por isso não serei longo.
A fórmula é a mesma, talvez por isso continuou sendo envolvente: Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy) se reencontram, agora em Paris e nove anos após o primeiro e avassalador encontro. Os dois estão mais experientes, com suas certezas, dúvidas, crises e vidas sociais estabelecidas, porém a paixão um pelo outro ainda permanece acesa. Aquele sentimento tão intenso da juventude imunda o coração dos dois e transborda a ponto de paralisar o telespectador, mas este sentimento será suficiente para fazê-los abdicar de tudo e sentir plenamente este amor? Assista ao filme e descubra.


Título original: (Before Sunset)
Lançamento: 2004 (EUA)
Direção: Richard Linklater
Atores: Ethan Hawke, Julie Delpy, Diabolo, Louise Lemoine Torres.
Duração: 80 min.
Gênero: Comédia Romântica

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

50° comentário: Trainspotting – Sem Limites

Escolha saúde, colesterol baixo, seguro dentário. Escolha prestações fixas para pagar. Escolha uma casa. Ter amigos. Escolha roupas e acessórios. Escolha um terno feito do melhor tecido. Se masturbar domingo de manha pensando na vida. Sentar no sofá e ficar vendo televisão. Comer um monte de porcarias. Acaba apodrecendo. Escolha uma família e se envergonhar dos seus filhos egoístas, que pôs no mundo para substituí-lo. Escolha um futuro. Escolha uma vida. Por que eu iria querer isto? Preferi não ter uma vida. Preferi outra coisa. E os motivos... Não há motivos. Pra quê motivos se tem a heroína? (Renton)


Neste qüinquagésimo e especial comentário de filme, pretendi escolher uma obra singular, não que outras já comentadas não tenham sido, mas acredito que deveria ser um filme marcante, diferenciado e Trainspotting cumpre bem este papel. Um filme polêmico, original, cru, frenético, amargo para alguns, ou com o sabor doce da inebriante liberdade, ou ás vezes, inconseqüente da juventude. O filme é baseado em livro homônimo de Irvine Welsh.
O filme conta a estória de alguns jovens moradores do subúrbio da Escócia, viciados em droga que abdicam da vida monótona e previsível que poderiam ter na sociedade do final de século, e passam apenas a viver para manter o vício em heroína. O diretor nos leva a quartos repletos de drogados semimortos ao lado de bebês, nos faz ofegar em perseguições alucinadas, nos leva a um mergulho insano em uma privada imunda de um pub qualquer do subúrbio esquecido. Mas para aqueles livres jovens tudo isso valia a sensação extasiante provocada pela heroína: “Imagine a melhor gozada que já deu, multiplique por mil e não conseguirá comparar” (Renton - Ewan McGregor ). Tudo isso ao som de uma trilha sonora que embalou muitas raves e baladas naquela década.
Por mais que alguns críticos conservadores tenham dito, este não é um filme que faz apologia ás drogas. Quem em seu perfeito estado racional desejaria viver em um ambiente daqueles? É um filme que tenta trazer retratos de realidades existentes no mundo de muitos jovens, no filme por opção, na vida real quem sabe, por necessidade, abandono, e também por opção.
Trainspotting nos oferece elementos para páginas e páginas de comentários, escrever sobre esta obra prima do cinema só não é tão bom quanto assistir, mas cuidado com a censura de dezoito anos.


Título original: (Trainspotting)
Lançamento: 1996 (Inglaterra)
Direção: Danny Boyle
Atores:Ewan McGregor, Ewen Bremner, Kevin McKidd, Robert Carlyle.
Duração: 96 min
Gênero: Drama

[Oscaar de Melhor Filme - 1976] - Um Estranho no Ninho

-Eles acham que andou fingindo para fugir do trabalho. O que acha disso? (Dr.John Spivey)
-Pareço um sujeito que faria isso? (Randall)
-Bem, sejamos franco agora. Me diga, acha que há algo errado com sua mente? (Dr.John Spivey)
-Nada doutor. Sou uma maravilha da ciência moderna. (Randall)


Indicado a nove prêmios em 1976 e ganhador de cinco (melhor filme, melhor ator (Jack Nicholson), melhor atriz (Louise Fletcher), melhor diretor (Milos Forman) e melhor roteiro adaptado), esta é mais uma obra prima do cinema que seus apreciadores não deveriam deixar de ver.
O filme conta a tentativa de Randall Patrick McMurphy (Jack Nicholson) de evitar cumprir pana em uma cadeia comum pelo crime de manter relação sexual com uma jovem de quinze anos,  para isso Andle foi submetido a alguns testes e avaliações em uma instituição psiquiátrica (manicômio). Imaginando ter se livrado da cadeia frente a possibilidade de cumprir sua pena em um local mais tranquilo o personagem percebeu que a estadia ali não seria tão tranqüila. Desde seu relacionamento conturbado com a autoritária enfermeira Ratched (Louise Flectcher) e suas fortes regras disciplinares, até sua adaptação e entendimento a lógica de cada um dos pacientes. Por exemplo, o jovem Billy (Brad Dourif) sensível ao poder da enfermeira que, como uma mãe castradora impõe sua vontade de forma tão visceral que incomoda até ao telespectador, sem mencionar o chefe Brondem (Will Sampson) que preferiu o silêncio, se trancando em um eterno diálogo com sigo mesmo até Randall cativá-lo. E Harding(William Redfield), intelectual, racional e inteligente mas que não superou traumas relacionados a traição da esposa e por iniciativa própria se mantinha no manicômio. São vários os ricos personagens que compõe esta bela trama, que formam o Ninho, do qual Randall poderia ou não ser um estranho, no qual cada um de nós poderíamos ou não ser estranho.
Bom programa para qualquer hora.


Título original: (One Flew Over the Cuckoo's Nest)
Lançamento: 1975 (EUA)
Direção: Milos Forman
Atores: Jack Nicholson, Louise Fletcher, William Redfield, Michael Berryman.
Duração: 129 min.
Gênero: Drama

A Rede Social

 - O que é que você está escrevendo? (Eduardo)
- "estado emocional", "juros", interessado em, isso é que atrai a vida universitária, você etá transando? não. É como pessoas tem certas aulas e se sentam onde se sentam. fazem o que fazem... Querem algum norte sabe.. Isso é sobre o que The Facebook vai ser. (Mark)



Há tempos que desejava assistir este filme, não apenas por ser um grande favorito ao Oscar 2011, mas também porque sou um verdadeiro admirador desses novos bilionários, ou melhor, desses jovens nerds que ficaram ricos com a internet, apenas vendendo entretenimento, uma vida virtual, que para muitos já é quase a vida real.
As quatro premiações recebidas do Globo de Ouro (filme dramático, diretor - David Fincher, roteiro - Aaron Sorkin e trilha sonora) não foram injustas, pois a narração foi feita de uma forma que não deixa o telespectador impaciente, pelo menos a maioria deles. E para isso contribuiu também a qualidade dos atores e a direção.
Mas e o filme, trata de quê? Como muitos já sabem A Rede Social conta a história do surgimento do Facebook, desde sua ideia original, passando por sua construção, crescimento, agregação e desagregação de novos sócios e investidores, além de disputas no tribunal: inicialmente com Winklevoss e Narendra que acusaram Mark Zuckerberg de ter lhes roubado a ideia do Facebook, e posteriormente, uma disputa com um dos fundadores da rede social e ex-amigo de Mark, o Eduardo Saverin. A trama se desenvolve em torno destes acontecimentos, adicionando ainda aspectos do que seria a personalidade do jovem bilionário: inteligência, timidez, um tanto revoltado, um bocado vingativo, mais ainda ganancioso, quem sabe trapaceiro, e super arrogante. Apesar disso o filme não permite que o público o veja com antipatia.
A Rede Social impressiona por contar a história daquele que talvez represente bem uma época: o novo herói, o nerd que venceu e mostrou a todos seu poder, o vendedor de entretenimento (de um mundo virtual, de possibilidades), o cara que enriqueceu jovem, honestamente, por conta de suas habilidades e sem “explorar” (na concepção marxista) ninguém. Quem sabe esta trajetória não represente o desejo de muitos que navegam por aí?
E por que este filme mereceria o Oscar de Melhor Filme de 2011?  Não merece. É bem contado, bem dirigido, tem bons atores e impressiona, porém ainda falta algo, talvez emocionar mais o telespectador, contudo, vai depender muito do nível dos seus concorrentes.


Título original: (The Social Network)
Lançamento: 2010 (EUA)
Direção:David Fincher
Atores: Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Justin Timberlake, Joseph Mazzello.
Duração: 121 min.
Gênero: Drama

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A Onda

“Vocês trocaram sua liberdade pelo luxo de se sentirem superiores. Todos vocês teriam sido bons nazi-fascistas. Certamente iriam vestir uma farda, virar a cabeça e permitir que seus amigos e vizinhos fossem perseguidos e destruídos. O fascismo não é uma coisa que outras pessoas fizeram. Ele está aqui mesmo em todos nós.” ( Rainer Wenger)


Filme baseado em fatos reais, a princípio parece ser mais uma daquelas tramas que envolvem um professor extraordinário (no cinema parece que esse tipo é muito comum) que em uma atividade bem elaborada demonstra aos seus alunos como ideologias fascistas, preconceituosas e nazistas arregimentam facilmente seguidores através do discurso do poder e da sensação de pertencimento a um determinado grupo, porém este filme vai mais além, pode se dizer que é um belo retrato da natureza humana, no que ela tem de menos formidável.
Rainer Wenger (Jürgen Vogel), um professor conhecido e adorado pelos alunos por seus métodos mais liberais, mais próximos dos alunos, contudo não consegue envolver a turma em sua nova disciplina –Autocracia- então, com o objetivo de tornar sua aula mais atraente resolve adotar uma tática que mudaria a vida daqueles jovens: Passa a exigir ser chamado de Sr. Wenger, exige que os alunos assistam ás aulas de uniformes, que o aluno peça licença para falar, que a turma se sinta unida e elaborem um nome, um símbolo e uma saudação, daí em diante a Criatura já está viva e age por si só. Comentar mais seria entregar o filme.
Um filme que trata não só de política, poder e sociedade, mas de jovens; suas angustias, suas personalidades, conflitos. Além do ótimo roteiro e diálogos bem elaborados, e  um final surpreendente.


Título original: (The Wave)
Lançamento: 2008 (EUA)
Direção: Dennis Gansel
Atores: Bruce Davison, Lori Lethin, John Putch, Johnny Doran, Pasha Gray, Wesley Pfenning, Larry Keith, Teri Ralston, Marc Copage, Jamie Rose, Frank Lloyd, Matthew Dunn.
Duração: 106 min.
Gênero: Drama

Educação

Devo escolher entre fazer algo enfadonho o resto da vida ou ir para Paris e me divertir? (Jenny Carey)


Três indicações ao Oscar de 2010, baseado nas memórias da jornalista Lynn Barber, o filme retrata a Inglaterra da década de 60, através da personagem Jenny Carey(Carey Mulligan) de 16 anos, e sua família.
Carey é uma jovem adolescente cansada dos limites e da monotonia da sua vida, ávida para que chegue a idade adulta, enquanto seus pais, membros da classe média inglesa, investem em sua educação e sonham em vê-la estudando em Oxford. É neste cenário que a jovem encontra David (Peter Sarsgaard), sedutor, estudante da “escola da vida” que faz de tudo para impressionar e conquistar Carey, inclusive visitar os pais da garota, que logo cedem à conversa de David. Enquanto se envolve amorosamente Carey experimenta viagens, contato com outros ambientes culturais, mas também sofre com o preconceito das pessoas próximas e este processo de amadurecimento envolve alegrias, tristezas e superação individual. 
Boas interpretações, ótima ambientação histórica, trilha sonora e direção. Um filme que leva o telespectador até o final cultivando ainda a curiosidade a respeito do seu desfecho.


Título original: (An Education)
Lançamento: 2009 (Inglaterra)
Direção: Lone Scherfig
Atores: Carey Mulligan, Peter Sarsgaard, Alfred Molina, Dominic Cooper.
Duração: 95 min
Gênero: Drama

Morte no Funeral

-Brian, quem é este? (Aaron)
-Não é a pergunta clássica que fazemos sobre os mortos? "Quem foi este homem?" (Brian)
-Não, quem é este no caixão, porque ele não é meu pai. Este é o Jackie Chan, cacete! (Aaron)


Se você é fã de Chris Rock e Martin Lawrence está aí á dica de filme; uma comédia leve, tão leve que nem percebemos que é uma comédia. Enquanto Aaron (Chris Rock) irmão mais velho e escritor fracassado que mora com os pais organiza o funeral de seu pai: recepcionando os parentes e cuidando para que tudo ocorra bem, também terá que aturar situações constrangedoras: pessoas ingerindo drogas sintéticas por engano e causando a maior confusão, um til super mal humorado, o seu irmão, um escritor de sucesso, sendo sempre elogiado pela mãe e os convidados. Além da sua esposa, Jane (Keeley Hawes) que faz um tratamento para engravidar e não quer perder o período da ovulação(transar no velório do pai?). Sem mencionar a visita inesperada de um anão (Peter Dinklage) que pretende revelar que mantinha um relacionamento amoroso com o falecido, se não lhe pagarem trinta mil dólares.
Andei pesquisando nos inúmeros sites sobre cinema que existem no mundo virtual e percebi que existem dois filmes com praticamente a mesma sinopse, porém com diretores e elencos diferentes, um gravado na Inglaterra(2007) e outro nos EUA(2010), não assisti o inglês, mas acredito que não pode ser pior que o americano. Pois, como afirmei lá no início, se você é fã do Rock e Lawrence assista ao filme, mas se não for, então não perca seu tempo.


Título original: (Death at a Funeral)
Lançamento: 2010 (EUA)
Direção: Neil LaBute
Atores: Chris Rock, Regina Hall, Martin Lawrence, Peter Dinklage.
Duração: 92 min.
Gênero: Comédia

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Memórias de Uma Guerra

Leve Stein para o canil do Rex. Não, Adam. De quatro. É mais divertido assim (Willem Dafoe - Soldado nazista)


Filmes sobre o Holocausto sempre emocionam, possuem a capacidade de nos questionar: como foi possível? E enquanto buscamos respostas, filmes como este nos ajudam a perceber como terrível pode ser a natureza humana.
O que fazer para salvar a sua vida, ou a vida de seus familiares em um campo de concentração nazista? Qual o limite da humilhação? E da culpa? Adam Steim (Jeff Goldblum) é um judeu que sobreviveu aos traumas da Segunda Guerra Mundial, e está internado em um hospital psiquiátrico junto a outras vítimas dos nazistas. Inteligente, Adam tem consciência do estado de sua mente e, ao mesmo tempo em que luta contra os médicos da instituição e seus métodos ultrapassados, também enfrenta batalhas contra seus medos, consequência das humilhações que sofreu durante o encarceramento. Também encontra energia para ajudar seus companheiros;  outros pacientes do hospital, principalmente o garotinho que acredita ser um cachorro e vive como cachorro, e que contribui para trazer a tona lembranças dolorosas de Adam.
Um filme ás vezes alegre outras angustiante, mas na maioria das vezes triste, porém obrigatório para quem aprecia o cinema.


Título original: (Adam Resurrected)
Lançamento: 2010 ( EUA)
Direção:Paul Schrader
Atores: Jeff Goldblum, Willem Dafoe, Derek Jacobi, Joachim Król, Ayelet Zurer
Duração: 75 min.
Gênero: Guerra

Instinto de Vingança

- Meu coração está me fazendo matar gente (Jack)


Um técnico em computação recebe um transplante de coração, o que poderia ser o recomeço de uma vida saudável junto a sua filhinha que sofre de uma enfermidade genética rara (FOP), porém reações estranhas acontecem toda vez que Terry Bernard (Josh Lucas) se aproxima dos homens que teriam matado seu doador. Baseado no conto "Coração Delator" de Edgar Allan Poe, o coração da vítima passa a comandar algumas ações de Jack, o transplantado, segue se então uma feroz caçada em busca de vingança dos assassinos.
É adicionada ainda a trama, além da garotinha com a doença rara, o detetive Van Doren (Brian Cox) com poucas doses de escrúpulos e sedento por vingança, uma médica solteirona, a Dra. Elizabeth Clemson (Lena Headey), apaixonada por Terry, que fará revelações surpreendentes.
Um filme rápido, sem muitas novidades, que pode ser um passa-tempo para alguns ou perda de tempo para outros.



Título original: (Tell Tale)
Lançamento: 2009 (Reino Unido, EUA)
Direção:Michael Cuesta
Atores: Josh Lucas, Lena Headey, Brian Cox, Beatrice Miller.
Duração: 93 min
Gênero: Suspense

um Homem Misterioso

- Um Homem pode ser salvo se tiver Deus no coração. (Padre)
- Não acredito que Deus tenha algum interesse em mim, Padre. (Jack)


George Clooney no elenco é propaganda fácil para qualquer filme, e com este não foi diferente. Promete ser um filme de ação, mas não aqueles trilers acelerados, se você não tiver dormido a noite pode acabar pegando no sono na poltrona assistindo este filme. Porém,  caso se mantenha acordado até achará o final razoável.
Jack (George Clooney) é o personagem principal desta trama baseado no romance de Martin Booth (A Very Private Gentleman), um hábil construtor de armas por encomenda. Porém esta atividade também lhe rendeu bastantes inimigos. O filme todo Jack está matando para se defender, ou fugindo, é impedido de manter uma vida normal, mulher, casa, família, pois sempre está sendo perseguido por um de seus inimigos. Ah, sim, tem algumas cenas quentes com Clara (Violante Placido), a prostituta por quem Jack se apaixona.
Não é fácil fazer uma adaptação para o cinema, transformar um livro em filme exige um enorme poder de síntese sem retirar a essência da estória, e esta tarefa nem sempre é bem sucedida. No caso de Um Homem Misterioso o pecado se resume a ser um filme parado demais, ás vezes cansativo e chato. O telespectador, esperançoso, aguarda uma reviravolta na cena seguinte, mas não é contemplado, pois a linha é a mesma do início ao fim.

 
Título original: (The American)
Lançamento: 2010 (EUA)
Direção: Anton Corbijn
Atores: George Clooney, Violante Placido, Thekla Reuten, Paolo Bonacelli, Bruce Altman, Filippo Timi
Duração: 105 min
Gênero: Suspense

domingo, 23 de janeiro de 2011

Dúvida

“Leve um travesseiro para o telhado, corte-o com uma faca e volte a falar comigo. Ela foi para casa pegou um travesseiro na cama, uma faca na gaveta, subiu até ao telhado e retalhou o travesseiro. Então ela voltou ao velho padre como ele pedira. Você destruiu o travesseiro com uma faca? Ele perguntou. Sim, padre. E qual foi o Resultado? Penas, ela disse. Penas, ele repetiu. Penas por toda a parte, padre. Agora, eu quero que volte lá e recolha cada pena que saiu voando com o vento. Mas, ela disse, isso não pode ser feito. Não sei pra aonde elas foram, o vento espalhou as penas. Assim é, disse o padre, a maledicência” (Sermão do padre Flynn)


Eis um filme que assistiríamos inúmeras vezes. Não apenas  por suas cinco indicações ao Oscar, não pelas ótimas interpretações dos seus atores, não só porque trazem temas atuais envolvendo a Igreja Católica, não só porque traz a tona o confronto entre o amor e a ética, não só porque a verdade não está clara, e isto nos inquieta, não só por isso, mas também por tudo isso junto.  
O ano é 1964, o cenário é a escola St. Nicholas, no Bronx. Um conflito entre o padre Flynn (Philip Seymour Hoffman) carismático, recém chegado e com ideias novas e progressistas, que tenta por fim a rigidez dos costumes imposta pela diretora da escola, a Irmã Aloysius Beauvier (Meryl Streep) sempre serena e disciplinadora. Entre os dois, o primeiro aluno negro da escola, Donald Miller (Joseph Foster). Certo dia a Irmã James (Amy Adams) comenta com a diretora sobre suas suspeitas em relação ao padre, por este dar atenção demasiada ao garoto. Daí em diante a Irmã, contrariada com as intromissões do padre em sua forma de dirigir a escola, passa a persegui-lo, levantando suspeitas e acusações, principalmente, por ele já ter sido transferido por também suspeita de pedofilia.
O embate entre um padre amoroso, mas possivelmente pedófilo, e uma Irmã rígida, disciplinadora, e ética, levam o telespectador até os minutos finais do filme sem pender para um lado ou outro. Junta se a este contexto a imagem frágil de um garoto inserido em um meio hostil, fruto do preconceito racial da sociedade norte americana dos anos 60, e ainda , pode estar sendo abusado sexualmente. Uma mãe desesperada para dar um futuro melhor ao seu filho, mesmo que seja ás custas de um possível e inaceitável amor de um padre.
Assistam, mas sem perder de vista o título do filme.



Título original: (Doubt)
Lançamento: 2008 (EUA)
Direção:J ohn Patrick Shanley
Atores: Meryl Streep Philip Seymour Hoffman  Amy Adams, Joseph Foster, Viola Davis.
Duração: 104 min
Gênero: Drama

Zé Colmeia – O Filme

Sou tão esperto que dói  (Zé Colméia)

Antes de tudo é importante salientar que Zé Colmeia- o Filme, é uma animação essencialmente para o público infantil, diferentemente de muitas que existem por aí. Destaco isso porque o público adulto está mal acostumado (ainda bem) com animações que agradam muito mais a eles do que a seus filhos, e pode pensar que encontrarão o mesmo em Zé Colmeia, ainda mais que a maioria desse público adulto se divertiu bastante com os desenhos animados deste Urso simpático.
E quanto ao filme? O melhor do filme é que ele tem apenas 80 minutos, não que seja muito ruim, é que tem roteiristas e diretores que não entendem quando deve pôr fim em uma estória, The Karate Kid (2010) com seus longos 140 minutos é um bom exemplo. A trama não é nova: o prefeito da cidade, Brown (Andrew Daly) pretende lotear o Park de Jellystone para poder pagar as dívidas (este prefeito lembra muitos políticos da nossa terra) assim, Zé Coméia e Catatau se unem ao guarda-florestal Smith (Tom Cavanagh)e a documentarista Rachel (Anna Faris) para impedir que isso aconteça, principalmente por se tratar do ano do centenário do Parque.
Cenas engraçadas que te roubam algumas gargalhadas, bons efeitos especiais (a junção dos ursos com o cenário ficou muito boa). Boas interpretações: o prefeito, e seu assistente (Nathan Corddry), assim como o guarda-florestal Jones (T. J. Miller), porém Anna Faris, talvez não tivesse sido a melhor escolha para o papel: estava sem graça e sem brilho.
Eis aí uma das estreias da semana.


Título original: (Yogi Bear)
Lançamento: 2010 (EUA)
Direção: Eric Brevig
Atores: Dan Aykroyd, Guilherme Briggs, justin Timberlake, Renan Freitas, T. J. Miller.
Duração: 82 min
Gênero: Aventura