domingo, 25 de setembro de 2011

Larry Crowne - O Amor Está de Volta

- Olha quem está esperando o ônibus! Quer uma carona. (Larry Crowne)
- Tudo bem, mas não usarei este balde na cabeça. (Mercedes Tainot)


Recentemente uma representante do mundo das editoras de livros afirmou em entrevista que nos Estados Unidos houve um grande crescimento nas vendas de livros acadêmicos, universitários, um reflexo da crise econômica americana, pois muitos recém desempregados voltaram para as universidades. Este filme também é um reflexo desta crise, mas não tão engraçado ou dramático quanto o muito bom: As Loucuras de Dick e Jane. Ainda assim é um filme prazeroso, leve e simpático. Tom Hanks, como sempre, está muito bem, assim como Julia Roberts, sem mencionar os demais atores que dão vida a bonita jornada do personagem principal em sua busca por, digamos, requalificação profissional.

Há vários anos trabalhando naquela imensa loja, e tendo sido escolhido por nove vezes o funcionário do mês, Larry Crowne (Tom Hanks) já imaginava o que lhe aconteceria quando foi chamado para falar com a diretoria: era o prêmio de funcionário do mês. Porém, desta vez Larry não seria escolhido, pior, estava demitido, simplesmente por não ter um curso superior. Não adiantou seu bom rendimento ou larga experiência. Estava demitido. Assim tem início o filme e também as redescobertas do nosso personagem.   

Em outra cena temos Mercedes Tainot (Julia Roberts), uma professora do curso de Oratória de uma Universidade Comunitária americana (todos nós sabemos o prestígio que estas universidades possuem nos Estados Unidos). Desestimulada com o trabalho, com a vida, com o marido, um ex-professor e agora blogueiro que passa o dia todo vendo pornografia na internet. Compõe ainda o roteiro a simpática Talia (Gugu Mbatha-Raw), uma jovem universitária, alegre, antenada com moda, tecnologia e membro da gangue dos “motoqueiros”.

Se você aprecia comédias românticas, fica a dica. Um pouquinho diferente das outras, só um pouquinho. Mas vale a pena assisti-la.


Título original: (Larry Crowne)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: Tom Hanks
Atores: Tom Hanks, Julia Roberts, Bryan Cranston, Rami Malek.
Duração: 98 min
Gênero: Comédia Romântica

sábado, 24 de setembro de 2011

Lanterna Verde

"No dia mais claro, na noite mais densa, o mal sucumbirá ante a minha presença. Todo aquele que venerar o mal há de pensar quando o poder do Lanterna Verde enfrentar". (Hal Jordan)


Seguindo a onda de outros super-heróis que invadiram as telonas, Lanterna Verde surge como apenas mais um entre tantos filmes medianos. Ou seja, não tão bom quanto X-Men: Primeira Classe, nem tão ruim quanto Tor. Assim, se o objetivo do espectador é curtir duas horas de efeitos especiais, então ficará satisfeito, porém se procura um pouco mais de emoção, interpretação mais convincente, roteiro mais elaborado, dramaticidade, com certeza, infelizmente, não se aproxime deste longa.

Hal Jordan é um jovem e competente piloto de avião, porém bastante conhecido por sua irresponsabilidade, além de carregar consigo o drama de ter perdido o pai, também piloto, em um acidente de avião. Este jovem cheio de traumas foi escolhido pelo Anel para fazer parte da Tropa dos Guardiões do Universo. Sua missão não poderia lhe exigir mais: substituir o maior dos Lanternas: Abin Sur (Temuera Morrison), o mesmo que lhe dera o anel após ser perseguido pelo maior de todos os inimigos, aquele que se alimenta do medo: Parallaxi. Jordan terá que superar vários desafios nesta aventura, seu medos e a falta de responsabilidade, convencer os outros guardiões que ele, um terráqueo, pode sim defender o Universo, além de enfrentar o retorno daquele que foi o maior de todos os inimigos dos Lanternas.

Enfim, espero estar enganado, mas dificilmente estreará um filme de ação ainda este ano melhor do que o Sucker Punch- Mundo Surreal e X-Men: Primeira Classe. Porém, muitos fãs dos quadrinhos aprovaram esta adaptação. De qualquer forma, não cultive expectativas exageradas para não se decepcionar.

Título original: (Green Lantern)

Lançamento: 2011 (EUA)

Direção: Martin Campbell

Atores: Ryan Reynolds, Blake Lively, Peter Sarsgaard, Mark Strong.

Duração: 105 min

Gênero: Aventura

sábado, 17 de setembro de 2011

Cawbois & Aliens

Eles voltarão com mais e não haverá sobreviventes. (Ella)


Jake (Daniel Craig) está sem memória e desorientado, após um encontro pouco amigável com uma família de caçadores de índio, vai parar em Absolution, uma cidade quase deserta e que vive sempre amedrontada, seja pelo criador de gado Woodrow Dollarcyde (Harrison Ford), ou então pelo seu filho, o medroso e metido a valente Percy (Paul Dano). Até aí tudo estaria bem encaminhando para um tradicional filme estilo faroeste, porém, o inusitado entra em cena: aliens surgem em enormes e rápidas naves capturando as pessoas e destruindo toda a cidade. Não resta outra alternativa senão a união de todos em torno da perseguição destes aliens. E assim, o forasteiro, o valentão e seu filho, além do pastor, da enigmática viajante Ella (Olivia Wilde), do doutor, da criança, do cachorro, e mais tarde, dos índios, isso mesmo, dos índios. Todos juntos na caçada aos monstros do espaço.

Jake também carrega em seu pulso um misterioso artefato e muito estranho para sua época (1873), uma espécie de relógio que se transforma em uma poderosa arma letal contra os aliens. Como ele teria conseguido esta arma? O que esconde o passado de Jake? E quem é esta Ella? O que querem estes aliens? É o que descobriremos neste longa recheado de tiroteios, correria, explosões e efeitos especiais.

Um tradicional faroeste misturado com ficção científica, e no final, com muita boa vontade, até que o espectador aceita o resultado. Pelo menos os atores são bons, a produção também, em fim, para um filme estilo pipoca, e na falta de outras opções, dá pra enrolar.  


Título original: (Cowboys and Aliens)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: Jon Favreau
Atores: Daniel Craig, Olivia Wilde, Harrison Ford, Sam Rockwell.
Duração: 118 min
Gênero: Ação

O Homem do Futuro

Será que eu devo desistir dela?  (Zero)
Não, eu estou te dizendo um jeito de ficar com ela.  (Zero)


Depois da decepção com o De Pernas Pro Ar, uma cópia mal feita do que tem de mais descartável em Hollywood, confesso que pensei mais de duas vezes antes de decidir assistir O Homem do Futuro. Porém, Wagner Moura é um ótimo cartão de visitas, tendo em vista os seus últimos bons trabalhos. Assim, decidi ver uma estória já contada várias vezes pelo cinema americano, cujo auge está no nostálgico De Volta para o Futuro.

E, para a felicidade dos apreciadores do cinema nacional, o filme diverte sim. Wagner Moura, como sempre, está muito convincente, aliás, como é de praxe neste tipo de enredo, em determinado momento o bom baiano terá que dar caras diferentes ao mesmo personagem, saindo se muito bem. A trilha sonora, típica do início dos anos Noventa e final dos Oitenta, também foi bem escolhida, aliás, foi uma oportunidade para o ator principal divulgar suas aventuras no mundo da música, aventuras estas bastante criticadas. O roteiro nos dá aquela velha e tão comum sensação de “já vi isto antes”, pois voltar no tempo não é nenhuma novidade no cinema, bagunçar o passado muito menos. Ainda assim, o elenco consegue nos manter atentos e a espera da próxima cena.

Zero (Wagner Moura) é um cientista que não consegue esquecer o passado, precisamente a noite em que perdeu Helena (Aline Moraes), aquela que poderia ser o amor de sua vida, mesma noite em que ganhou o apelido que marcaria negativamente sua vida. Até que um dia tentando construir uma nova forma de energia através do seu mais novo invento, Zero, acidentalmente, é transportado para o passado, exatamente aquela fatídica noite. Então, vê ali a chance de mudar seu futuro, retirar enfim, da sua vida a melancolia dos tristes dias sem seu grande amor, Helena. É assim que Zero inicia a construção de um novo destino, nada de laboratórios, aulas chatas, falta de dinheiro e, principalmente, nada de solidão. Porém, como é sabido, alterar o passado não é tão simples assim.

Enfim, bom retorno aos anos noventa!


Título original: (O Homem do Futuro)
Lançamento: 2011 (Brasil)
Direção: Cláudio Torres
Atores: Wagner Moura, Alinne Moraes, Fernando Ceylão, Maria Luísa Mendonça.
Duração: 106 min
Gênero: Comédia Romântica

domingo, 11 de setembro de 2011

As Torres Gêmeas

Você consegue ver a luz? (John McLoughlin) 


O cinema não poderia deixar de fazer seus registros sobre aquele que foi o dia que marcou o apagar das luzes do século XX. Um século que já começou mal, com duas Grandes Guerras e seguiu dando serenas demonstrações de como nós, seres humanos, somos bons no quesito matar. Infelizmente a lista das guerras, genocídios e atentados ocorridos nestes últimos cem anos é longa, triste e repetitiva. Como foi dito, Hollywood trouxe boas contribuições para dar voz ao maior atentado em solo americano já ocorrido. Além de As Torres Gêmeas, do conhecido diretor Oliver Stone, também podemos citar: Vôo 93, de Paulo Greengras. E inúmeros documentários, alguns patriotas, outros criticando o imperialismo norte americano, outros levantando mirabolantes teorias conspiratórias. Enfim tem pra todo gosto.

O filme é baseado na verídica história dos policiais John McLoughlin, interpretado por Nicolas Cage, e Will Jimeno, na pele de Michael Peña. Trabalhando no dia do atentado, estes e outros policiais entraram em uma das Torres, antes do segundo impacto, com o objetivo de ajudar as pessoas a saírem, porém com o desabamento acabaram ficando presos. O enfoque dramático é apontado em duas direções: o desespero dos homens soterrados e sua luta por sobrevivência de um lado, e do outro a aflição de suas famílias que sofriam sem saber se ainda estariam vivos ou não. Não deixa de ser o retrato do sofrimento vivido por inúmeras outras vítimas naquele fatídico mês.

Sim, é um filme tenso, até mesmo melodramático ou patriótico, mas também é uma boa oportunidade para refletirmos e percebermos que mesmo sob o reino da razão ainda podemos ser marionetes das paixões.



Título original: (World Trade Center)
Lançamento: 2006 (EUA)
Direção: Oliver Stone
Atores: Nicolas Cage, Michael Pena, Maggie Gyllenhaal, Maria Bello.
Duração: 129 min
Gênero: Drama

sábado, 10 de setembro de 2011

Planeta dos Macacos: a Origem

- Não!!!



Este filme ultrapassa aquela inconfundível fronteira entre os “filmes passa tempo” e os “bons filmes”. Com certeza não é o melhor filme do ano, porém, encontramos neste longa atributos que vão além dos ótimos efeitos especiais e boa trilha sonora. Talvez, o que mais nos chame atenção seja o convencimento que César, o super macaco, nos transmite nos vários instantes em que está em cena. Um convencimento que inicialmente nos afeiçoa, mas não demora a se transformar em medo, porém, nunca raiva.  Quem sabe até torçamos para os macacos em detrimento dos seres humanos, penso até que não seria injusto.

A origem de toda a confusão, ou melhor, catástrofe, envolvendo macacos e seres humanos não poderia ser diferente, pelo menos em se tratando de Hollywood. Uma nova droga traz a esperança de curar uma doença que há muito tempo aflige o homem, o mal de Alzheimer. Associado a esta esperança, adicionamos ainda testes desta droga em animais selvagens e uma sucessão de erros científicos primários. Assim, muito antes da metade do filme você estará vendo Will Rodman (James Franco), um bem intencionado cientista, como sempre, claro, cuidando e se afeiçoando a um macaquinho superdotado em sua própria casa. Daí pra frente posso garantir que os acontecimentos não te deixam cochilar, nem tão pouco decepcionam os fãs do Primeiro Planeta dos Macacos, lançado lá nos longínquos anos sessenta, quando minha mãe ainda era uma criança.

Felizmente não são apenas os efeitos especiais que chamam atenção no filme, há ainda uma interessante mensagem que nos leva a pensar a forma como nós, humanos, nos relacionamos com os animais, como exemplo podemos citar a questão que está em evidência atualmente: os rodeios, e a que sempre temos que lembrar: as touradas.



Título original: (Rise of the Planet of the Apes)

Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: Rupert Wyatt
Atores: James Franco, Andy Serkis, John Lithgow, Tom Felton.
Duração: 105 min
Gênero: Ficção Científica