domingo, 30 de setembro de 2012

Ted


- O céu está caindo, não é mesmo Johnnie. (Ted)
- Pode ter certeza. (John)
- Vamos ficar calmos e cantar a música do trovão. (Ted)
- Certo. (John)
- Quando você ouvir o som de trovão não precisa ficar com medo. Apenas dê sua mão ao amigo e diga as palavras mágicas. Trovão vá se fuder, venha meu pau lamber. Você não pode me pegar porque eu sei peidar. (Ted e John)


Quem conhece a série animada Uma Família da Pesada já pode imaginar o que irá encontrar neste filme. Piadas do baixo e médio escalão, livre uso de drogas, picantes cenas sexuais (envolvendo o urso, claro), piadas politicamente incorretas, e tudo o mais que os fãs daquela série já estão acostumados a ver. Aliás, tem até um membro do nosso nobre legislativo, um paladino da moralidade, que está revoltado com este filme.

Deixe seus filhos em casa e vá ver o filme. E se acha estranho assistir um longa em que o personagem principal é um urso de pelúcia falante que usa drogas, transa com colegas de trabalho e tem medo de trovão, é porque você ainda não assistiu ao filme em que Abraham Lincoln decepa vampiros por meio de um machado. Estranho por estranho a comédia é muito melhor.

John Bennett (Mark Wahlberg) teima em abandonar a infância, já na casa dos trinta anos ainda tem um urso de pelúcia, é imaturo e tem um emprego que os norte-americanos chamariam de decepcionante. Porém, Lori (Mila Kunis) sua namorada, acredita que já está na hora dele fazer algumas escolhas, enfim, todos nós temos que crescer!

Entre a amizade de Ted, o urso falante e escroto, e o amor de Lori, Bennett ainda precisa dar um jeito de se livrar do estranhíssimo Donny (Giovanni Ribisi) e seu filho mimado Robert (Aedin Mincks) que querem a qualquer custo ter o pequeno Ted também em suas vidas.

Sem dúvida, se você não esquenta com aquelas piadas ás vezes exagerada, apelativas ou não tem nada contra ao sexo entre humanos e bichinhos de pelúcia. Se não está nem aí quando um ursinho de pelúcia faz uso de drogas, então, vá tranquilamente ao cinema e divirta-se.


Título original: (Ted)
Lançamento: 2012 (EUA)
Direção: Seth MacFarlane
Atores: Mila Kunis, Mark Wahlberg, Giovanni Ribisi, Seth MacFarlane, Patrick Warburton, Laura Vandervoort, Jessica Stroup, Joel McHale.
Duração: 106 min
Gênero: Comédia

Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros


“Mas teu nome será Abraham, pois eu te faço pai de uma multidão de nações.” Gênesis, capítulo 17, versículo 5.


Em janeiro do ano passado revirando a blogosfera encontrei no blog minhavidaporumlivro da assídua leitora Marina Moura, a resenha de uma obra de Seth Grahame-Smith e seu título era nada mais que "Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros". Confesso que na época fiquei admirado com a criatividade do autor. Porém, há poucos dias, quando avistei o cartaz deste filme no cinema, indicando sua adaptação, criatividade não foi a primeira coisa que pensei, pelo contrário, a falta de imaginação dos roteiristas.

Está sobrando dinheiro em Hollywood e faltando inventores. Já não bastavam as regravações de sucessos e insucessos dos anos oitenta e noventa. Qualquer dia desses vão tentar montar uma trama baseada em uma bula de remédio. Aliás, nem  isso tentariam, pois precisariam ser criativos.

Acompanhar Abraham Lincoln (Benjamin Walker) e seu machado em uma busca desenfreada por vampiros é algo inusitado. O motivo desta caçada não poderia ser mais nobre: vingar Nancy Lincoln (Robin McLeavy), sua mãe e, não podemos esquecer, impedir que estes inveterados chupadores de sangue destruíssem a nação que estava nascendo.

Entre o treinamento com seu parceiro de caçada e mestre, Henry (Dominic Cooper), Lincoln ainda encontra tempo para fazer política. Enquanto isso nós, espectadores, tentamos encontrar sentido naquela trama toda. E imaginar o que poderia ser feito com os setenta milhões que foram queimados com cento e cinco minutos de filme.

Os atores não contribuíram em nada para elevar a qualidade do filme. Pelo menos não foram piores do que os efeitos especiais, principalmente o pula-pula em cima dos cavalos. Aliás, deveriam ter cortado esta cena, assim o longa se pareceria menos com uma comédia.

Acredito que este foi o último passo dado na tentativa de destruir tudo o que os vampiros representaram para o cinema. Parabéns Timur Bekmambetov por ter dirigido o filme que aplicou o golpe final na história dos vampiros nas telonas.

Título original: (Abraham Lincoln: Vampire Hunter)
Lançamento: 2012 (EUA)
Direção: Timur Bekmambetov
Atores: Benjamin Walker, Mary Elizabeth Winstead, Dominic Cooper, Anthony Mackie, Rufus Sewell, Marton Csokas, Jimmi Simpson, Joseph Mawle, Robin McLeavy.
Duração: 105 min
Gênero: Ação, Suspense

domingo, 23 de setembro de 2012

Resident Evil 5: Retribuição


"A Umbrella está mais poderosa do que nunca. E nós somos os únicos que podemos detê-los." (Alice)


Os apreciadores dos jogos Resident Evil estão em festa, pois a sequência da franquia parece, dentre todos os outros filmes anteriores, ter sido o mais fiel aos cenários e adversários encontrados no game. Sem mencionar os personagens que desta vez surgiram em peso. Além de Alice (Milla Jovovich), figura carimbada dos filmes da série, encontramos também Albert Wesker (Shawn Roberts), Luther West (Boris Kodjoe), James One Shade (Colin Salmon),e os aguardadíssimos Leon Scott Kennedy (Johann Urb) e Ada Wong (Bingbing Li). Claro que não poderiam faltar as vilãs Rainha Vermelha, Jill Valentine (Sienna Guillory) e Rain Ocampo (Michelle Rodriguez).

Uma equipe foi montada para cumprir a difícil missão de resgatar Alice da quase inacessível base da Umbrella. E a medida que a missão vai sendo desenvolvida os fãs do game acompanham os diversos cenários que fizeram parte dos filmes anteriores e como a Umbrella os montou. Às vezes temos a sensação que não estamos assistindo a um filme e sim jogando um game, passando de fase em fase.

Se por um lado, a interface game-filme foi muito bem elaborada, agradando a quase todos, por outro lado, a trama foi bastante pobre. São 128 minutos de muito correr, atirar, correr, atirar e enfim, lutar. Nos filmes anteriores, Resident Evil 4, por exemplo, havia tensões, expectativas, medos dos terríveis zumbis cada vez mais próximos, ricos personagens, etc. Entretanto, desta vez a balança não estava equilibrada: boa adaptação e fraco roteiro.

É também suscetível de crítica o pouco desenvolvimento dos personagens. A maioria deles só aparecem atirando, correndo e dizendo algumas frases de efeito. Mas este problema está inteiramente relacionado ao fraco roteiro.

A liderança na bilheteria americana e o sucesso no Brasil, inclusive superando Mercenários 2, mostra que ao final as críticas ao filme são superadas por seus pontos positivos: lutas, variedade de personagens, boa adaptação, riqueza de detalhes nos cenários, ação, etc. Porém, como fã do jogo e dos seus filmes, espero um esforço maior para o projeto seguinte. 

Título original: (Resident Evil: Retribution)
Lançamento: 2012 (EUA)
Direção: Paul W.S. Anderson
Atores: Milla Jovovich, Sienna Guillory, Shawn Roberts, Michelle Rodriguez, Li Bingbing, Johann Urb, Boris Kodjoe, Colin Salmon, Oded Fehr, Kevin Durand, Aryana Engineer.
Duração: 95 min
Gênero: Terror

O Legado Bourne


Olha, sou eu. Quer viver? Porque eu quero viver. (Aaron Cross)


Impossível pensar nesta franquia e não associar ao nome de Matt Damon, pois foi este o ator que ajudou a construir a boa imagem dos filmes bournes. Porém, desta vez outro super agente irá desempenhar a difícil tarefa de ocupar o lugar central na trama. Estamos falando de Jeremy Renner, na pele do espião Aaron Cross. É claro que ainda ficamos com a impressão que em algum momento veremos Damon surgir na tela e aprontar das suas.

Tony Gilroy e Dan Gilroy, diretores e roteiristas, também trouxeram coadjuvantes de peso, talvez com intuito de aliviar a falta de Matt Damon: Rachel Weisz, interpretando Martha Shearing, a cientista que cruzará o caminho de Aaron. E principalmente Edward Norton , interpretando o auto funcionário de uma das agências de espionagem dos Estados Unidos, suas missões geralmente giram em torno das besteiras que os outros fazem, ou seja, Eric Byer limpa as pisadas de bola do governo.

O Legado Bourne cumpre o que promete. Passada a sensação de ausência do astro maior, até que somos conquistados pela atuação de Jeremy Renner, sem deixar de mencionar que existe boas cenas de ação ao longo do filme. É preciso atenção para entender a trama, como todo filme envolvendo espiões, agências secretas, projetos governamentais, etc. Um dos elementos essências para gostar do filme é entender a trama.

Não entregando mais que o trailer, saibam que informações importantes sobre o projeto Treadstone (o mesmo que deu origem aos super espiões) vazaram para a imprensa, o que seria um desastre para o governo norte-americano, é assim que Eric Byer e sua equipe entra no cenário. Medindo os possíveis prejuízos decide-se então que será preciso cortar na própria carne. E assim começa a caçada. Ao longo da perseguição o público descobre os segredos das incríveis habilidades dos espiões bournes, além de acompanhar um ótimo trailer de ação.

E felizmente ficamos com a impressão que a franquia sobreviverá a ausência de Matt Damon, sua maior estrela.


Título original: (The Bourne Legacy)
Lançamento: 2012 (Estados Unidos)
Direção: Tony Gilroy
Atores: Jeremy Renner, Rachel Weisz, Edward Norton, Stacy Keach, Oscar Isaac, Joan Allen, Albert Finney, David Strathairn, Scott Glenn
Duração: 135 min
Gênero: ação