domingo, 25 de março de 2012

Jogos Vorazes

A única coisa mais forte que o medo é a esperança. (Presidente Snow)


A primeira e mais interessante parte do filme me fez lembrar algumas sociedades que vivem sob o jugo de governos autoritários, na maioria das vezes auto declaradas socialistas ou comunistas. Pois é neste tipo de sociedade – tão idolatradas por algumas viúvas de K. Marx – que é possível  imaginar tal ingerência na vida das pessoas.  A segunda parte, boa mas nem tanto quanto a primeira, nos faz lembrar os famigerados programas de Reality show e até penso que a nossa platéia, aqui na vida real, é tão idiota quanto aquela do filme. Quem sabe um dia, para delírio dos telespectadores, nossos realitys shows também premiarão o vencedor com o direito a vida ao invés de dinheiro. 

O celebre romance de George Orwell, “1984” é claramente o pano de fundo para esta trama, pois, assim como no filme, o livro nos apresenta uma sociedade autoritária e um perfeito sistema de monitoramento dos seus cidadãos: o Big Brother. O que o filme tem de mais interessante é justamente esta possibilidade de reflexão política, como também faz o muito bom V de Vingança, pois o restante é uma tentativa de romance barato e o que estão chamando por aí de carnificina, um exagero. 

De qualquer forma o filme é bom e suas seqüências prometem bastante, principalmente se mantiverem este fundo político revolucionário, pois, não tenho nada contra o amor, pelo contrário, acredito e pratico, mas acompanhar novamente um romance adolescente em outro Crepúsculo seria difícil de digerir. 

Mas e o filme trata de quê mesmo? É ambientado em uma região pós-apocalíptica, uma terra chamada Panem, formada por 12 distritos e governada por uma poderosa e autoritária cidade central. Como punição pelo levante e tentativa dos distritos de atacar o governo central no passado, ficou estabelecido uma punição: no Dia da Colheita uma garota e um garoto entre doze e dezoito anos seriam escolhidos em cada distrito e levados para uma arena, onde lutariam até a morte e apenas um sobreviveria e seria o vencedor. E para este grande evento televisionado foram escolhidos pelo Distrito 12: Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) e Peeta Mellark (Josh Hutcherson).

Antes da batalha existe os momentos de preparação, treinamento e captação de patrocinadores, enfim, uma forma de interação entre os jovens lutadores e o público bestializado. 

A inspiração de Suzanne Collins - autora do livro The Hunger Games que fundamentou o filme – surgiu após o passeio entre canais de televisão, foi neste instante que ela se deparou com um reality show em um canal e cenas da guerra do Iraque em outro canal. Da dantesca junção dois dois cenários surgiu a ideia que originou três livros: The Hunger Games (Jogos Vorazes -no Brasil) em 2008; Catching Fire (Em Chamas - no Brasil) em 2009 e; Mockingjay (A Esperança - no Brasil) em 2010. Em fim, tudo indica que teremos mais dois bons filmes pela frente.  


Título original: (The Hunger Games)
Lançamento: 2012 (EUA)
Direção: Gary Ross
Atores: Liam Hemsworth, Jennifer Lawrence, Elizabeth Banks, Josh Hutcherson, Woody Harrelson, Willow Shields, Stanley Tucci, Alexander Ludwig, Isabelle Fuhrman.
Duração: 112 min
Gênero: Ação

sábado, 24 de março de 2012

Contágio


Acordada, as pessoas tocam o rosto de 3 a 5 vezes por minuto. Nesse intervalo tocamos em maçanetas, bebedouro e um ao outro.  (Dr. Erin Mears)


Um novo vírus é descoberto, após as primeiras mortes começa a corrida da Organização Mundial de Saúde, das Agências de Saúde dos países e, claro, dos laboratórios, todos em busca de uma vacina. Longe de ser apenas um relato da ação inescrupulosa dos laboratórios farmacêuticos em busca do lucro, ou da simples reconstrução dos fatos que seguiram a descoberta de vírus como a SARS ou H1N1. Este filme também revela aspectos interessante da ação de grupos anti-governos, aqueles mesmos: alarmistas que estão sempre apostos para te recomendar a não tomar uma nova vacina, ou dizer que tudo não passa de uma conspiração do governo. Sem deixar de destacar o aspecto humano de quem está no comando de toda a operação em um instante destes, no caso, o Dr. Ellis Cheever, muito bem interpretado por Laurence Fishburne. 

Contágio vai além das fronteiras que delimitam as grandes corporações ou relações entre Estados. Impressiona a perspectiva ideológica de alguns dos cientistas envolvidos na busca da vacina, ou na tentativa de encontrar a primeira vítima. Os dramas pessoais são sensíveis ao espectador, assim como a sensação de terror frente a uma grande tragédia. Ou a idéia de que estamos a todo instante mergulhados em uma sopa de vírus e bactérias, isto faz deste um filme não recomendado para quem tem mania por limpeza ou toc (transtorno obsessivo-compulsivo).

Beth Emhoff (Gwyneth Paltrow) retorna de uma viagem internacional e já no aeroporto apresenta os sintomas da doença, aparentemente gripada vai para casa do marido Mitch Emhoff (Matt Damon) e de seu filho. Algumas Cenas depois acompanhamos Mitch no hospital e a movimentação do grande aparato burocrático e tecnológico das agências de saúde e de seus médicos e cientistas, todos investigando a origem desta doença. Observamos também a alma crítica do filme que é Alan Krumwiede (Jude Law), um blogueiro (ou seria uma pixação com pontuação?). O pensamento de Alan não é diferente do nosso, pois quando recebemos mais uma notícia de um novo vírus matando pessoas por aí, sempre questionamos a relação destes grandes laboratórios com este acontecimento. 

Aprecio bastante estes filmes que não tem a pretensão de lhe mostrar a verdade, mas deixam algumas pistas que podem te fazer acreditar tanto em um lado quanto no outro. Assim é o imperdível Contágio. Paramos por aqui antes que eu revele mais sobre o filme.


Título original: (Contagion)
Lançamento: 2011 (EUA/ Emirados Árabes)
Direção: Steven Soderbergh
Atores: Matt Damon, Marion Cotillard, Kate Winslet, Gwyneth Paltrow, Jude Law, Laurence Fishburne, John Hawkes, Tien You Chui, Josie Ho, Daria Strokous
Duração: 106 min
Gênero: Ação

quarta-feira, 21 de março de 2012

Poder Sem Limites


Me escuta, agente não pode brincar com isso. É perigoso demais. ( Matt)


Inicialmente parece um filme um tanto besta, envolvendo alguns nerds superpoderosos, mas, felizmente, a trama tomou um caminho interessante. E melhor, ainda abre espaço para discutir a ideia de equilíbrio, amizade, traumas familiares, bullyng etc. Só descartaria aquela velha prática da “câmera na mão”, ou filme caseiro, no estilo consagrado em A bruxa de Blair, pois não é um filme tão bom assim que valha a pena sair do cinema com a cabeça rodando.

Andrew (Dane DeHaan) não tem muitos amigos, aliás apenas o primo Matt (Alex Russell), metido a conhecedor de filosofia, e, posteriormente, Steve (Michael B. Jordan), o cara mais popular do colégio, aquele tão popular que planeja ser político e começa concorrendo para presidente de grêmio estudantil. Andrew coleciona ainda um pai ex-bombeiro que vive do seguro, não precisa dizer que para a sociedade norte americana isto é sinônimo de perdedor, o pior dos insultos. Sem falar na sua mãe, em estado terminal de câncer e sem dinheiro para comprar medicamentos. Além das perseguições no colégio. Assim, quem sabe para se distanciar desta triste realidade, Andrew adquire uma velha câmera e começar a gravar seu dia-dia, produzindo uma espécie de documentário, e nos deixando de cabeça zonza com tanto balança-balança

Enquanto segue esta nada gloriosa vida, Andrew é surpreendido por um estranho acontecimento: em uma festa, ao lado de Matt e Steve, encontraram um artefato brilhante em uma espécie de caverna. O contato com esta rocha faz com que os três adquiram superpoderes, que ficam cada vez mais forte a medida que o utilizam.

A saída honrosa do roteiro acontece exatamente a paertir do instante em que a trama passa a girar em torno da personalidade dos três jovens e a dificuldade de cada um para lidar com aqueles poderes. Afinal, não é todo dia que um nerd pode se transformar em um supermen!

Certamente um dia depois você nem mais se lembrará do filme - aliás, com vinte minutos de iniciado eu já não lembrava mais o nome do fillme! – porém, se faltar opções, se for fã de quadrinhos, se for um nerd, se não está nem aí pra qualidade dos filmes, pois o que importa é a “curtição”, então pode encarar a estréia de Josh Trank na direção.


Título original: (Chronicle)
Lançamento: 2012 (Reino Unido e Estados Unidos)
Direção: Josh Trank
Atores: Dane DeHaan, Alex Russell, Michael B. Jordan, Michael Kelly, Ashley Hinshaw, Bo Petersen, Anna Wood
Duração: 83 min
Gênero: Ficção

sexta-feira, 16 de março de 2012

O Pacto


"Homem real joga" (Simon)


Ao longo dos últimos anos, com raríssimas exceções, a crítica especializada e não especializada (como este blog aqui) acostumou se a “descer o sarrafo” em Nicolas Cage, claro, com toda a razão, tendo em vista a baixa qualidade de seus trabalhos. Em relação a este último não tem sido diferente, pelo menos a maioria dos críticos assim tem feito, porém resolvi mudar um pouco o discurso.

Inicialmente relutante em dedicar duas preciosas horas de lazer a mais um duvidoso filme de Cage, pensei duas vezes antes de comprar o ingresso, assim mesmo arrisquei, porém, auto- comprometido em ser benevolente com o ator que rende bons quadros ao bom programa Saturday Night Live (Canal Sony da TV a cabo). Assim, não iria me ater aos furos de roteiro, a fraca interpretação de Cage, e principalmente de January Jones, muito menos pensaria que esta é uma trama muito comum (e qual não é?) nos filmes atuais. E por fim seria generoso na avaliação da obra final.

Antes de tudo vamos a trama: Will Gerard (Nicolas Cage) é um pacato professor de escola pública norte-americana, aquelas em que, pelo menos nos filmes, são retratadas como o purgatório, só melhor do que a cadeia, que é o inferno. Aquelas mesmas em que só latinos e negros freqüentam. Gerard é casado e vive feliz com a musicista Laura (January Jones), até o dia em que ela foi atacada na rua e terminou gravemente feriada em um hospital. É neste instante que Simon (Guy Pearce) surge com uma proposta sedutora: matar o homem que teria atacado sua esposa. Sem o objetivo de entregar o filme – pelo menos não tanto quanto o trailer – diria que independente da decisão do pacífico professor, Simon não seria alguém que eu gostaria de ter na minha lista de amigos, nem na quase indiferente lista de amigos do facebook. 

Assim, considerando todos os elementos avaliativos destacados no segundo parágrafo, e ainda a séria opinião daquela maravilhosa companhia nesta agradável sessão de cinema, eu diria que sim: dê um crédito a Cage, pelo menos desta vez. Este longa supera e muito a brincadeira de mal gosto com o Motoqueiro Fantasma e Motoqueiro Fantasma 2, se bem que ser melhor do que estes dois filmes não é mérito, e sim, obrigação. O fato é que este é um filme regular, tem basicamente tudo o que esperamos em um simples longa de ação e suspense, inclusive os furos de roteiro. Aliás, talvez devessem ter reduzido um pouco o tempo, pois fica nítida a intenção em algumas cenas de simplesmente fazer o tempo passar. Sejamos bonzinhos, mas cento e cinco minutos para este filme é demais em Cage?

Mas vale uma observação, existe uma grande parcela de apreciadores de filmes que adoram o trabalho de Nicolas Cage, independentemente do que bradam os críticos. Assim, especialmente para estes fãs: corram aos cinemas!


Título original: (Seeking Justice)
Lançamento: 2012 (Estados Unidos)
Direção: Roger Donaldson
Atores: Nicolas Cage , Guy Pearce , January Jones, Harold Perrineau, Jennifer Carpenter , Xander Berkeley , Jason Davis
Duração: 105 min
Gênero: Ação

domingo, 11 de março de 2012

John Carter: Entre Dois Mundos


O nono raio deve ficar com os brutos, estes são mais fáceis de controlar. (Matai Shang)


Quando literatura e cinema se cruzam geralmente resulta em algo interessante. Não sei se é apenas uma impressão, mas acredito que os roteiros adaptados possuem mais densidade, riqueza de detalhes que os demais, claro que existem as exceções. John Carter: Entre dois Mundos é uma adaptação da obra “A Princesa de Marte”, um clássico romance de Edgar Rice Burroughs, mesmo criador do famoso Tarzan. 

Os Estúdios Disney, ávidos por um sucesso, investiram pesado neste longa, mais de duzentos e cinquenta milhões de dólares, sem mencionar o gasto com marketing.  É um investimento alto e arriscado, pois, apesar do filme ser interessante e divertido não promete ser um recordista de bilheterias. Mas espero verdadeiramente que a Disney consiga lucrar bastante, pois a seqüência de John Carter está condicionada ao desempenho do primeiro filme, e gostaria bastante de acompanhar as próximas aventuras deste terráqueo em Barsoom, como Marte é chamado. 

Para quem não leu a obra de Edgar Rice Burroughs é muito fácil gostar de John Carter, principalmente se não exigir demais, haja vista ser apenas um filme de aventura para crianças e adolescentes. É dinâmico, boas lutas, muitos pulos, uma necessária veia cômica – felizmente não exagerada - possui ainda bons efeitos especiais, uma trama concisa e roteiro satisfatório, além de trazer a velha mensagem “pró-preservação” tão em voga nestes tempos de Onda Verde

John Carter (Taylor Kitsch), e não Virgínia (entenderão quando assistirem o filme), é um homem corajoso e determinado quanto aos seus propósitos. Ex-capitão da Guerra Civil Americana, foi misteriosamente transportado para o planeta Vermelho, e para seu espanto, ele é habitado e está em guerra.  E como toda guerra esta também é cruel e pode levar o planeta ao fim. Enquanto aqueles que parecem ser os humanos de lá se destroem, os outros habitantes, os homenzinhos verdes de quatro braços e guerreiros por natureza, apenas tentam observar. Aliás, foi com o líder desses homens verdes, Tars Tarkas (Willem Dafoe), que John Carter se depara ao chegar a Marte, quer dizer Barsoom.   

O que poderia levar John Carter a entrar em uma guerra que não é sua? E como encontrar o caminho para casa? Quem sabe a princesa Dejah Thoris (Lynn Collins) pode ajudar a responder estas e outras perguntas que surgem ao longo da aventura naquele misterioso planeta que não difere tanto assim do nosso. 

Vale a pena conferir!


Título original: (John Carter )                         
Lançamento: 2012 (Estados Unidos)
Direção: Andrew Stanton
Atores: Taylor Kitsch, Lynn Collins, Willem Dafoe, Bryan Cranston, Ciarán Hinds, James Purefoy, Mark Strong, Dominic West, Thomas Haden Church, Samantha Morton.
Duração: 137 min
Gênero: Aventura

Motoqueiro Fantasma 2: Espírito de Vingança


Por mais que você corra, há alguns demônios dos quais não podemos fugir. (Johnny Blaze)


Já disse em outra oportunidade (Caça às Bruxas) que Cage deveria dar um tempo com estes filmes envolvendo bruxas, magias, fantasmas, etc. pois seu potencial brilha mais quando trabalha em dramas. Afinal de contas estamos falando de um ganhador de Oscar (Melhor Ator em: Despedida em Las Vegas – 1995). Mas dizem por ai que são as dívidas que o levam fazer filmes como este. Nosso astro está “passando o chapéu” em busca dos trocados, enquanto isso vai demorar até que nos presentei com um bom filme.

O primeiro Motoqueiro Fantasma foi cheio de furos, foi vazio e desnecessário. Um filme sem pé nem cabeça, com um desfecho terrível, apenas a trilha sonora chamava a atenção de forma positiva. Enfim, imaginamos que seria difícil o segundo filme ser tão fraco quanto o primeiro, na verdade foi um grande engano pensar assim. Motoqueiro Fantasma 2: Espírito da Vingança é um dos filmes mais sem sentido, sem graça, fraco, tedioso, mal feito que já vi nos últimos anos no cinema.

Um motoqueiro que quando está em pé parece aqueles bonecos de vento de posto de gasolina, e quando está segurando o malfeitor pelo pescoço e o encarando nos olhos chega a ser uma tomada tão longa que você imagina que vai rolar um beijo apaixonado entre os dois. Cenas amadoras, personagens sem origens, sem sentido, uma das piores interpretações de Nicolas Cage, vide sua fala final: um achado para a história das piores cenas do cinema. Acredito em Cage quando diz que “é um desafio amar o Motoqueiro Fantasma” ainda mais com filmes como este. Enfim, ainda tá pra ser feito este ano um filme tão ruim, candidato insuperável ao inglório prêmio Framboesa de Ouro.

Um parágrafo é mais que suficientes para descrever a trama: Johnny Blaze (Nicolas Cage) é encontrado pelo religioso (?) Moreau (Idris Elba) escondido na Europa. Este lhe promete a oportunidade de se livrar da maldição que o atormenta desde o pacto que fizera com demônio, bastaria que salvasse o garotinho Danny (Fergus Riordan) das garras do demônio (Ciaran Hinds) que buscava um corpo novo. O resto não importa.

 
Título original: (Ghost Rider: The Spirit of Vengeance)
Lançamento: 2012 (Estados Unidos)
Direção: Brian Taylor e Mark Neveldine
Atores: Nicolas Cage, Idris Elba, Violante Placido, Ciarán Hinds, Johnny Whitworth, Fergus Riordan, Christopher Lambert
Duração: 110 min
Gênero: ação
 

domingo, 4 de março de 2012

Meia Noite em Paris

Paris de manha é bonita. Paris à tarde é charmosa. Paris ao entardecer é encantadora. Mas Paris após meia-noite é mágica.

- A que horas voltou ontem? (Inês)
- Não muito tarde. Provavelmente vou andar de novo esta noite. (Gil)


Outro dia passeando por uma destas imensas livrarias me deparei com uma promoção, era um Box com inúmeros filmes do Woody Allen, confesso que não fiquei por muito tempo admirando aquelas obras, pois certamente seria atraído por eles e findaria fazendo a compra, o que não seria ruim para o meu laser, porém não seria nada bom para o bolso, que naquele instante falava mais alto. Espero que ao retornar naquela livraria algum dia meu bolso seja mais legal comigo.

Dizer que Meia Noite em Paris é um dos melhores filmes de Allen não é algo fácil, tendo em vista a vasta gama de bons filmes deste aclamado ator e diretor. Desta vez o criativo Allen retratou o desejo da maioria de nós, meros mortais: ou seja, a oportunidade de conversar cara a cara – não através dos livros, quadros, músicas, ou filmes – com nossos ídolos, com aquelas pessoas que com certeza teríamos perfeitas e maravilhosas conversas por horas, caso os encontrássemos algum dia. Pelo menos foi assim com Gil (Owen Wilson).

Se existe um lugar capaz de trazer inspiração novamente a um artista, definitivamente este lugar é Paris. Gil é um roteirista que vê seus filmes fazerem sucesso em Hollywood, mas sabe que isto não é sinônimo de qualidade. Frustrado por não poder dar vazão a sua veia artística e sua criatividade, este bem sucedido roteirista, em meio a uma viagem a Paris com sua noiva Inez (Rachel McAdams) e sogros John (Kurt Fuller) e Helen (Mimi Kennedy), passa repentinamente a conversar com seus ídolos: Ernest Hemingway (Carey Stoll), Salvador Dali (Adrian Brody), F. Scott Fitzgerald (Tom Hiddleston), Zelda Fitzgerald (Alisson Pill), Picasso, etc. Seria uma ilusão, delírio, subconsciente? 

A indicação ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Roteiro Original (pelo menos esta faturou) não foi por acaso. Mas, resultado de um cenário perfeito, de uma ótima história, da impecável e irreconhecível atuação de Owen Wilson, além de coadjuvantes de peso, que, entre outros, contou com a ilustre presença da mais bela de todas as Primeiras Damas, a francesa Carla Bruni-Sarkozy. 

Enfim, é um filme imperdível.


Título original: (Midnight in Paris)
Lançamento: 2011 (Espanha e Estados Unidos)
Direção: Woody Allen
Atores: Owen Wilson, Marion Cotillard, Rachel McAdams, Carla Bruni-Sarkozy, Michael Sheen, Nina Arianda, Alison Pill, Tom Hiddleston, Kathy Bates, Corey Stoll, Kurt Fuller, Mimi Kennedy
Duração: 100 min
Gênero: Comédia

Oscar de 2012: ainda não foi desta vez


O Artista foi o grande premiado da noite, além de desbancar A Invenção de Hugo Cabret, o líder de indicações, faturou também os principais prêmios: Melhor Filme, Direção e Ator, além de Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Figurino. Tal como em 2011, mais uma vez não é um filme tipicamente norte-americano que leva a estatueta.

Mas, a grande decepção, pelo menos para nós, brasileiros, foi a não premiação do filme Rio na categoria Melhor Canção Original. Comentar sobre a superioridade de "Real in Rio" em relação a "Man or Muppet" seria desnecessário e também suspeito. Mas não foi a primeira nem a última vez que a Academia cometeu injustiças. Aliás, acredito que outro premiado que não merece tanto assim é o longo e entediante Rango.

Enfim, segue a lista dos vencedores do Oscar de 2012.


Melhor filme

O Artista

Os Descendentes
A Árvore da Vida
Histórias Cruzadas
A Invenção de Hugo Cabret
O Homem Que Mudou o Jogo
Cavalo de Guerra
Meia-Noite em Paris
Tão Perto e Tão Forte



Melhor ator 

Jean Dujardin - O Artista

George Clooney - Os Descendentes
Brad Pitt - O Homem Que Mudou o Jogo
Demián Bichir - A Better Life
Gary Oldman - O Espião que Sabia Demais



Melhor atriz

Meryl Streep - A Dama de Ferro

Glenn Close - Albert Nobbs
Viola Davis - Histórias Cruzadas
Rooney Mara - Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres
Michelle Williams - Sete Dias com Marilyn



Melhor ator coadjuvante 

Christopher Plummer - Toda Forma de Amor

Kenneth Branagh -Sete Dias com Marilyn
Nick Nolte - Guerreiro
Max Von Sidow - Tão Perto e Tão Forte
Jonah Hill - O Homem Que Mudou o Jogo



Melhor atriz coadjuvante


Octavia Spencer - Histórias Cruzadas

Bérénice Bejo - O Artista
Jessica Chastain - Histórias Cruzadas
Janet McTeer - Albert Nobbs
Melissa McCarthy - Missão Madrinha de Casamento



Melhor diretor 

Michel Hazanivicous - O Artista

Woody Allen - Meia-Noite em Paris
Terrence Malick - A Árvore da Vida
Alexander Payne - Os Descendentes
Martin Scorsese - A Invenção de Hugo Cabret



Melhor roteiro adaptado
 

Os Descendentes
A Invenção de Hugo Cabret
Tudo pelo Poder
O Espião que Sabia Demais
O Homem Que Mudou o Jogo



Melhor roteiro original 

Meia-Noite em Paris
O Artista
Margin Call - O Dia Antes do Fim
Missão Madrinha de Casamento
A Separação



Melhor filme em lingua estrangeira 

A Separação (Irã)
Bullhead (Bélgica)
Monsieur Lazhar (Canadá)
Footnote (Israel)
In Darkness (Polônia)



Melhor longa animado 

Rango

Gato de Botas
Kung Fu Panda 2
Um Gato em Paris
Chico & Rita



Melhor trilha sonora original 

O Artista
As Aventuras de Tintim
O Espião que Sabia Demais
A Invenção de Hugo Cabret
Cavalo de Guerra


Melhor canção original 


"Man or Muppet" - Os Muppets

"Real in Rio" - Rio



Melhores efeitos visuais 

A Invenção de Hugo Cabret
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2
Gigantes de Aço
Planeta dos Macacos - A Origem
Transformers: O Lado Oculto da Lua



Melhor maquiagem

A Dama de Ferro

Albert Nobbs
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2



Melhor fotografia

A Invenção de Hugo Cabret

Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres
O Artista
A Árvore da Vida
Cavalo de Guerra



Melhor figurino 

O Artista
Anônimo
A Invenção de Hugo Cabret
Jane Eyre
W.E. - O Romance do Século



Melhor direção de arte 

A Invenção de Hugo Cabret
O Artista
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2
Cavalo de Guerra



Melhor documentário 

Undefeated
Hell and Back Again
If a Tree Falls
Paradise Lost 3: Purgatory
Pina



Melhor documentário de curta-metragem 

Saving Face

God is the Bigger Elvis
The Barber of Birmingham: Foot Soldier of the Civil Rights Movement
Incident in New Baghdad
The Tsunami and the Cherry
Blossom



Melhor montagem 

Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres
Os Descendentes
O Artista
O Homem Que Mudou o Jogo
A Invenção de Hugo Cabret



Melhor curta 

The Shore

Pentecost
Raju
Time Freak
Tuba Atlantic



Melhor curta animado 

The Fantastic Flying Books of Mister Morris Lessmore
Dimanche
La Luna
A Morning Stroll
Wild Life


Melhor edição de som 

A Invenção de Hugo Cabret

Drive
Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres
Cavalo de Guerra
Transformers: O Lado Oculto da Lua



Melhor mixagem de som 


A Invenção de Hugo Cabret

Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres
Cavalo de Guerra
Transformers: O Lado Oculto da Lua
O Homem Que Mudou o Jogo