sábado, 31 de dezembro de 2011

Os Melhores de 2011

Geralmente os cinéfilos reservam a última postagem do ano para listar aqueles considerados os melhores filmes do ano. Alguns filmes que foram bem avaliados ainda não consegui assistir, como Melancolia e Meia Noite em Paris, ainda assim, também farei a famosa lista do Alguns Filmes. Em suas respectivas categorias temos:

Drama - O maravilhoso e surpreendente O Segredo dos Seus Olhos, de 2009 é claro, mas que só cosegui assisti este ano.

Ficção - Planeta dos Macacos - A Origem. Certamente deverá estar na lista do Oscar, nem que seja na categoria Melhor Maquiagem.

Comédia - Kick Ass - Quebrando Tudo. A garotada encantou!

Suspense - Old Boy. Só para lembrarmos que existe vida longe de Hollywood, bem que ás vezes parece que só existe vida longe de lá.

Terror -  Sem muitas opções, então ficarei com O Ritual.

Ação - O imperdível Sucker Punch- Mundo Surreal, com certeza um dos três melhores filmes que assisti este ano.

Aventura - X-Men: Primeira Classe, esperamos que os próximos mantenham a mesma qualidade deste.

Animação - Nem Rio, muito menos Rango, no topo está o bom Gnomeu e Julieta.

Nacional - Mantendo a boa safra dos filmes nacionais. O Palhaço não decepcionou. 


Que venha 2012!


Gato de Botas


“Ao longo dos años eu fui chamado por muitos nombres: Diablo o Gato, Amante Felino, Chupa Cabra, Don Juanito, El Ruivo Romântico, mas para maioria yo soy El Gato de Botas - El Fuera da Ley” (O Gato de Botas)


Gato de Botas é baseado nas obras Les contes de ma mère l'Oye, do escritor francês Charles Perrault, e publicado em 1697. Porém, no cinema já possui vida própria e independente, participando de aventuras que muito pouco tem haver com a fábula original. E agora, cansado de dividir a telona com Shrek e Fiona, o Gato vive as suas próprias aventuras, e promete repetir o sucesso conquistado em Tão Tão Distante.

O Gato (Antonio Banderas), por hora um destemido fora da lei, tem um grande objetivo: limpar sua honra de um mal entendido do passado. E vê nas mãos (literalmente) de Jack (Billy Bob Thornton) e Jill (Amy Sedaris) a oportunidade para alcançar seu objetivo. É que esta dupla de malfeitores está com os Feijões Mágicos, aqueles que dão acesso a Gansa dos Ovos de Ouro. Para ajudar o Gato nesta imensa confusão de fábulas encontraremos a bela Kitty Pata Mansa (Salma Hayek) e seu velho amigo de infância: Humpty Dumpty (Zach Galifianakis), mais conhecido como Ovo. O trio tentará roubar os feijões e alcançar os tão desejados ovos de ouro, mal sabem eles o que os esperam.

Sabendo que as salas estariam lotadas do público infantil, os idealizadores trataram de direcionar bem as piadas, porém sem deixar os adultos desanimados, pelo contrário. Uma mistura de carisma, sedução, simpatia, referência a filmes famosos e conto de fadas dão conta da proposta da Animação. Mesmo que em determinado momento a trama perca o fôlego, em determinado instante pareceu até que o filme estaria chegando ao fim antes do tempo. Mas as reviravoltas nos minutos finais garantem o espectador acordado.   

O trailer, como é de costume, gerou uma enorme expectativa sobre a animação que talvez não tenha sido contemplada, contudo, mesmo não sendo tão divertido quanto Gnomeu e Julieta, ainda assim vale seus noventa minutos, principalmente para a criançada.


Título original: (Puss in Boots)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: Chris Miller
Atores: Antonio Banderas, Salma Hayek, Zach Galifianakis, Billy Bob Thornton.
Duração: 90 min
Gênero: Animação

Os Especialistas


- Isso termina hoje. (Spike)
- A guerra não termina até que ambos os lados decidam. (Danny)


O meio careca mais valente de Hollywood está de volta, após cumprir todo tipo de missão e aniquilar os malfeitores em filmes tipo Adrenalina e Carga Explosiva, Jason Statham surge agora como Danny, um mercenário, ou o que chamaríamos por aqui de matador de aluguel. Danny, após uma missão não tão bem sucedida no México, ao lado do seu parceiro Hunter (Robet De Niro), resolve se aposentar, abandonar o mundo da criminalidade. Sossegado em uma fazenda na Austrália, saboreava bem sua aposentadoria, inclusive conseguiu até uma namorada (Yvonne Strahovski).

Porém, Hunter, seu velho parceiro, ao tentar fazer um serviço, foi atraído para uma armadilha, ou seja, foi seqüestrado por um poderoso Xeque do petróleo que teve seus filhos assassinados por forças secretas britânicas no Sudão. Assim, Danny teria que fazer um último serviço para o Xeque, se quisesse ter seu amigo Hunter novamente: matar os assassinos dos seus filhos. O problema é que estes assassinos são nada mais nada menos que agentes da SAS (Agentes Secretos Britânicos), protegidos ainda por um grupo de respeitados senhores investidores, além do veterano ex-SAS, Spike (Clive Owen). Enfim, uma briga de cachorro grande.

É um filme baseado no livro de Ranulph Fiennes, (Os Especialistas) e em fatos reais. Cumpre o que promete: tiroteios, perseguição a pé, em carros, lutas bem coreografadas, tiros certeiros, etc., ou seja, ação do início ao fim, e sem muita complexidade no roteiro. Quem aprecia o gênero certamente irá gostar deste.


Título original: (Killer Elite)
Lançamento: 2011 (Austrália, Estados Unidos)
Direção: Gary McKendry
Atores: Robert De Niro, Jason Statham, Clive Owen, Yvonne Strahovski.
Duração: 105 min
Gênero: Ação

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Um Ano do Alguns Filmes



Dezembro de 2010, sem nada pra fazer na net resolvi então iniciar um blog. Sem muitas ideias, faço a opção por algo que escreveria sem  cansar rapidamente: filmes. Primeiro passo foi a escolha de um nome – nada espalhafatoso. O Banner não foi o passo menos complicado, com ajuda da amada Francis elaboramos este com fotografias de quatro grandes filmes: dois antigos e dois mais novos. (dou um doce virtual a quem acertá-los).  E, assim chegamos a um ano e, coincidentemente, duzentos comentários do blog Alguns Filmes. Confesso que certos comentários não foram apagados ainda simplesmente porque servem como registro histórico. 

Observo agora, em um velho caderno, uma longa lista de outros filmes que desejo comentar, considerando ainda os lançamentos que não cansam de chegar, concluo então que estaremos ativos em 2012, mesmo que a vida profissional, doméstica e os estudos digam não. 

Um forte abraço aos parceiros, visitantes anônimos, e comentadores. Que tenhamos sempre boas novas em 2012!

E se quiserem visitar bons blogs acessem a lista dos parceiros abaixo:

Falando Frances com Francis          Que tenha vida longa em  2012
Empadinha Frita          Parceiro mais antigo
Cinema Filmes Seriados        Um dos três parceiros que mais enviam visitantes
Cine Pub Café                Um dos três parceiros que mais enviam visitantes
Gilberto Carlos Cinema           Um dos três parceiros que mais enviam visitantes
Um Amador no cinema        
O Falcão Maltês             
Falando Sobre All            
Apimentário        
Cinema Rodrigo         
Monte Olimpo      
Renato Cinema             
Cine Lupinha      
Cine Mais                       
Cinema Atemporal         


200° Comentário - As Loucuras de Dick e Jane


- Dick Harper! Mas que sorte você tem! (Chefe da Pirâmide Tech)
- Que mundo pequeno... olha, meu amigo, você vai me desculpar mas eu não consigo me lembrar de onde você me conhece. (Dick)
- Ah, eu não conheço você não. Eu vi você tremendo na televisão... minha nossa, foi demais hahaha. Temos uma expressão aqui para quem comente um erro: ‘é burro feito o Dick’. Hahahaha ...  Já entrou no site dickharperemane.com? (Chefe da Pirâmide Tech)
- o quê?... Podemos continuar a entrevista de emprego?(Dick)
- Entrevista de emprego? .... Hahahaha.... só queremos bater sua foto, vamos lá pessoal junta mais... (Chefe da Pirâmide Tech)




Neste post especial eu poderia ter escolhido um filme clássico, um campeão de bilheteria ou quem sabe um Cult, como foi o 100° comentário,  porém, fiz a opção por um filme que, de uma forma ou de outra, vejo sempre com outros olhos. Sinto-me colega de aventura, cúmplice de Dick e Jane, por isso, talvez até ache mais graça do que as outras pessoas das peripécias do casal diante daqueles momentos de crise. No fundo mesmo é aquela identificação subjetiva que cada um de nós, seres humanos, temos com uma expressão artística: seja uma canção, um poema, uma pintura, um filme, enfim, sempre encontramos um(a) para chamar de meu!

Por outro lado, não podemos destituir a qualidade do filme. Carrey, interpretando Dick Harper, faz o típico papel que o consagrou: piadas espalhafatosas, gesticulações e caretas excessivas, não chegou a ser um MásKara, mas ficou perto. E Téa Leoni, interpretando Jane, a esposa dedicada, entendeu o sentido do filme. Uma refilmagem de Adivinhe Quem Veio para Roubar (1977), interpretado por George Segal e Jane Fonda. Enquanto o original fez uma crítica ao posicionamento americano frente às questões geopolíticas, desta vez, mais de trinta anos depois, Carrey e Leoni brincam com a ganância corporativista dos anos dois mil, e como não, belisca o estilo de vida do norte-americano (pelo menos o estilo dos executivos que fazem de tudo para se manterem no topo).

Harper parecia ter conseguido aquela promoção que sempre sonhara, afinal, tinha sido chamado ao 51° andar, isso mesmo, ao 51° andar, o Território dos Grandes, e foi lá que lhe deram o ostentoso cargo de Vice Presidente de Comunicação da Empresas Globo Dine! Mas o que parecia ser um sonho logo se transformaria no maior dos seus pesadelos. Este cargo foi a maior enrascada que só findou com sua demissão, e, é a partir daí que começam as aventuras. Dick e Jane tentam fazer de tudo para manter seu alto padrão de vida: vender os móveis, o carro, ser cobaia para novos produtos estéticos, brigar com mexicanos ilegais por bicos, até partir para os assaltos.

Sempre que revejo este filme acabo rindo das mesmas piadas, desde os estereótipos: executivos jogando golfes no escritório, voando pra lá e pra cá de helicópteros, até seus exagerados caprichos, como o Mercedes que responde ao comando de voz ou uma coleira inibidora de latidos, etc.

Este já é um daqueles filmes do tipo Sessão da Tarde, ou seja, para a maioria das pessoas só serve mesmo como “Momento Nostalgia!”, mas, ainda assim, sempre o considerarei um dos melhores do gênero comédia.


Título original: (Fun with Dick and Jane)
Lançamento: 2005 (EUA)
Direção: Dean Parisot
Atores: Jim Carrey, Téa Leoni, Alec Baldwin, Richard Jenkins.
Duração: 90 min
Gênero: Comédia

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Missão Impossível – Protocolo Fantasma


- Há uma hora uma bomba destruiu o kremlin. O Presidente iniciou o Protocolo Fantasama. Toda a IMF foi renegada.  (Secretário de Segurança dos EUA)


Com certeza a maioria das pessoas que assistem filmes freqüentemente conseguirão identificar a trilha sonora dos filmes Missão Impossível, assim como, também lembrarão que Tom Cruise é seu ator principal. Em fim, definitivamente essa franquia já entrou para a história do cinema. Contudo, há ainda outro elemento que os apreciadores do cinema também relacionarão com estes filmes: é a ação.  E neste quesito não há o que reclamar deste último filme: continuam as boas cenas de tirar o fôlego, perseguições, lutas, intrigas, segredos, algumas piadinhas, cenários diversificados, e uma trama, digamos, um tanto fantasiosa, mas agradável.

O filme começa com o resgate do super agente secreto, Ethan Hunt, de uma prisão russa. Isto porque precisam dele para uma importante missão. Porém antes mesmo que Ethan consiga completar sua nova missão um atentado ao Kremlin põe em cheque a relação entre os Estados Unidos e a Rússia. Revisitando a Guerra Fria, o risco de uma Guerra Nuclear volta a tona, então não há outra alternativa para o governo norte americano que não seja retirar a agência IMF de cena e acusar Ethan e seus colegas pelo atentado em solo russo.  Assim, oficialmente fora de operação, não resta outra alternativa a Ethan, Benji (Simon Pegg) e Jane (Paula Patton), além de Brandt (Jeremy Renner), senão tentar identificar o responsável pelo atentado e assim livrar seus nomes da acusação de terrorismo.

Talvez não seja tão bom quanto o terceiro, porém satisfaz o desejo de quem procura apenas um bom filme de ação.  E o melhor, ainda não ficou aquela famosa sensação: “já chega de tantas continuações desta franquia”, o que é muito comum nas sequências de filmes que não apresentam diferença alguma entre um e outro. Pelo contrário, acredito que se manter o bom nível ainda há espaço para mais um filme.  

Protocolo Fantasma: Missão Cumprida!


Título original: (Mission: Impossible - Ghost Protocol)
Lançamento: 2011 (Estados Unidos)
Direção: Brad Bird
Atores: Tom Cruise, Simon Pegg, Jeremy Renner, Paula Patton.
Duração: 133 min
Gênero: Ação

A Minha Versão do Amor


- Algum dia eu desisti, em ralação a você? (Panofsky)
- Nunca. (Miriam)


Paul Giamatti é um daqueles raros atores que serve como selo de qualidade para um filme, basta vê-lo no cartaz ou na capa do DVD que já nos interessamos, ou mesmo decidimos assistir sem até mesmo ler a sinopse. E desta vez não é diferente, interpretando Barney Panofsky, Giamatti novamente é um show a parte, não é por acaso que este papel lhe rendeu o Globo de Ouro de Melhor Ator de Comédia em 2011.

Panofsky é um produtor de TV sessentão, agora solteiro, mas com dois filhos do seu terceiro casamento. Passa boa parte do filme recordando suas trajetórias amorosas: o casamento na Itália com a primeira esposa (Rachelle Lefevre), então acompanhado pelos seus grandes amigos, entre eles: Boogie (Scott Speedman).  Mesmo descobrindo depois que o filho que ela esperava, principal motivo do casamento, não era seu, Panofsky ainda assim nutria um forte sentimento por ela. E, apesar de tudo, também manteve sólida a amizade com seu amigo Boogie, mesmo que o detetive O'Hearne (MarkAdd y) insistisse em pensar o contrário.

E foi no dia do casamento com sua segunda esposa (Minnie Driver) que  Panofsky conhece Miriam (Rosamund Pike), por quem se apaixonara perdidamente, e tentaria, por todos os meios, conquistar. A vida de Panofsky se resumia então a ganhar o amor daquela bela mulher. E se dependesse de Izzy (Dustin Hoffman), seu pai e grande companheiro, Panofsky deveria ir sim lutar por Miriam.

Este é um filme que trata dos erros e acertos das pessoas que buscam a felicidade no amor. Panofsky experimentou o doce paraíso e o terrível gosto amargo do inferno, tudo em virtude dos seus acertos e erros, porém nunca desistiu de um grande amor. 

Definitivamente, não há o que tirar nem pôr neste filme.


Título original: (Barney's Version)
Lançamento: 2010 (Canadá)
Direção: Richard J. Lewis
Atores: Paul Giamatti, Rosamund Pike, Minnie Driver, Scott Speedman.
Duração: 132 min
Gênero: Drama

sábado, 24 de dezembro de 2011

A Árvore da Vida


- A única maneira de ser feliz é amar. A menos que você ame sua vida passará rapidamente. Faça o bem ao próximo. Tenha curiosidade, tenha esperança. (Sra Obrien)


Um filme que trata da religião, do sofrimento causado pela perda de uma pessoa querida, mas acima de tudo é um filme sobre a relação familiar. Exatamente uma família tradicional texana de meados do século passado, enfim, de famílias que prezam por uma educação conservadora, religiosa e patriarcal. Muitos perceberão que apesar de retratar uma família norte americana certamente identificaremos semelhanças com famílias brasileiras, pois por muito tempo, e ainda hoje é bastante comum existir famílias que guiam a educação dos filhos conforme a retratada no filme.

Brad Pitt é o chefe da família O'Brien, junto com sua esposa, interpretada por Jessica Chastain, e seus três filhos. Sempre cuidadoso e meticuloso em relação a educação e o respeito as tradições, o senhor Obrien não media esforços para mostrar a sua cria o que era certo e o que era errado, o que se deve e não se deve fazer, mesmo que fosse necessário repetir cinquenta vezes: “você vai ficar aqui e vai fechar esta porta sem fazer barulho cinquenta vezes, e conte em voz alta” . O senhor Obrien não educava seus filhos daquela forma rígida simplesmente porque gostava de vê-los oprimidos e sofrendo, pelo contrário, ele os amava e acreditava fielmente que estava construindo homens fortes, que jamais diriam: “eu não consigo”. E é esta inflexível educação que põe o seu primogênito em crise: obrigações, limites, ausência de liberdade, necessidade de transgredir, livrar-se do pai, etc.

Anos depois é Sean Penn que dá voz a um dos filhos do Sr. Obrien. Neste instante a dor causada pela morte do irmão, o sentimento de culpa e as lembranças dos difíceis  (e por que não, também felizes) anos de convivência naquela família vem a tona. O expectador é levado em uma viagem simbólica, onírica, conhecendo - e às vezes se reconhecendo - nos dramas da família Obrien. 

Um filme criticado pelos impacientes acostumados com a correria dos trailers de ação e suspense, aqui caminhamos a passos lentos, condensando cada frase e cada cena, apreciando a bela fotografia e densidade dos personagens.  Vá com a mente aberta.


Título original: (The Tree of Life)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: Terrence Malick
Atores: Brad Pitt, Sean Penn, Jessica Chastain, Fiona Shaw.
Duração: 138 min
Gênero: Drama

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Assalto em Dose Dupla


- Estamos atrasados, e aquele cara, Lancelot, é um psicopata! Temos dois idiotas no lobby brincando com explosivos! (assaltante Weinstein)


O que aconteceria se dois grupos de assaltantes resolvessem assaltar o mesmo banco e ao mesmo tempo? É esta a trama central deste filme, acrescenta ainda o fato de uma das gangues ser altamente especializada em assalto desta natureza, enquanto a outra, no caso uma dupla, é tão atrapalhada que mal sabe acionar explosivos. Além de alguns funcionários que foram tomados como reféns, entre eles o inquieto Tripp (Patrick Dempsey) e a ponderada Kaitlin (Ashley Judd). 

Em determinado instante os planos dos assaltantes passam a dar errado: equipamentos falham, reféns são assassinados. Algo estava errado naquele inusitado assalto, e enquanto não descobrissem quem foi o informante das duas gangues o mistério não seria revelado. 

Em algum momento o filme parece entrar em um drama existencial, pois não sabe se é um suspense, uma caricatura das obras de Agatha Christie ou uma comédia. Até que a trama não é ruim, mas as falhas no roteiro, a falta de ritmo e ausência de piadas ou situações realmente engraçadas tiraram muitos pontos do filme, principalmente a escolha de Patrick Dempsey para o papel de um personagem com transtorno obsessivo compulsivo, não ficou engraçado. Pelo menos a atrapalhada dupla de assaltantes Peanut Butter (Tim Blake Nelson) e Jelly (Pruitt Taylor Vince) salvaram o filme.  

Enfim, deixo por sua conta e risco.

 
Título original: (Flypaper)
Lançamento: 2011 (Alemanha, EUA)
Direção: Rob Minkoff
Atores: Patrick Dempsey, Ashley Judd, Tim Blake Nelson, Pruitt Taylor Vince.
Duração: 87 min
Gênero: Comédia

domingo, 18 de dezembro de 2011

O Preço do Amanhã


- O que vamos fazer? Roubar? (Sylvia)
- É roubo, se já foi roubado? (Will Salas)


Geralmente estamos acostumados a assistir filmes em que a trama central é bastante comum: vingança, provar a inocência, traição, etc. nada mais que isso. Porém, vez ou outra, surge uma obra em que existe uma boa fundamentação, seja baseado em algum fato histórico interessante, em uma questão social, existencial ou filosófica.  Fazer com que filmes assim, se tornem também atrativos para a maioria dos apreciadores do cinema é o grande desafio para os roteiristas e diretores. Quase sempre usam a fórmula básica: rostos bonitos e ação. Quando acertam temos uma bela obra, exemplo: Matrix, V de Vingança, Clubeda Luta, Transporting, etc. Estes são filmes que agradam o público que buscam apenas ação, e também aquelas pessoas que que gosta de sair do cinema e passar dias maturando uma cena ou um diálogo. 

O Preço do Amanhã consegue nos presentear com o que é mais raro: uma boa fundamentação filosófica. Porém, se perde ao tentar agregar um recheio repleto de ação e correria. Imaginar uma sociedade em que a imortalidade está ao seu alcance e condicioná-la ao trabalho foi uma boa idéia. Indivíduos que têm seus salários transformados automaticamente em dias ou horas a mais de vida é uma realidade que não está muito distante do nosso mundo: quem tem mais recursos financeiros, pelo menos teoricamente, pode viver mais, ao contrário daqueles que tem apenas o suficiente para viver um dia por vez. Conforme disse Will Salas (Justin Timberlake) : ”nunca tive mais que um dia de vida”.

Por mais que, inevitavelmente, esta discussão nos leve ao inegável e batido tema da concentração de riqueza, o filme também pode nos apresentar elementos que suscitam outros debates paralelos, por exemplo: o aprisionamento tanto dos personagens ricos (pode viver para sempre se não fizer algo insensato) quanto dos pobres. A falsa liberdade/solução proposta pelos heróis. A incansável busca pela eterna juventude, e talvez a busca de um sentido para esta eternidade, ou seja, para quer viver para sempre? E ainda: a força de expressões como “tempo é dinheiro” ganham um sentido extraordinário no filme extrapolando o sentido que damos no mundo real. E por que não falar da ausência de diferenciação entre as gerações, pois, pais, filhos e avós aparecem no filme com talvez centenas de anos, mas sempre conservando o mesmo rostinho de 25 anos. Enfim, O Preço do Amanhã, te deixa muito feliz no início quando parece trazer a tona uma interessante gama de elementos que gerariam um rico debate, porém também te leva à frustração rapidamente ao insistir com o padronizado roteiro “mocinho versus bandido” esvaziando o que o filme tem de melhor. 

De qualquer forma, não deixe de acompanhar a aventura de Will Salas, um jovem que repentinamente recebe uma quantidade de tempo que jamais pensaria em ter, e ao ser perseguido pelos Guardiões do Tempo, sequestra Sylvia (Amanda Seyfried), a entediada filha de um milionário dos negócios do tempo. A doação que o misterioso homem encontrado no bar fez a Salas não foi impensada, pois como ele mesmo rabiscou no vidro da janela antes de partir para o suicídio: “não perca meu tempo”.  Assim, diferentemente das críticas que pairam pela net, aconselho sim a assistirem a este filme, pois, apesar de todos os defeitos, ainda assim, supera os filmes medianos que invadem as telonas atualmente.  


Título original: (In Time)
Lançamento: 2011 (Estados Unidos)
Direção: Andrew Niccol
Atores: Justin Timberlake, Amanda Seyfried, Alex Pettyfer, Olivia Wilde.
Duração: 109 min
Gênero: Ficção Científica

domingo, 11 de dezembro de 2011

MENINOs Não CHORAm


- Os médicos disseram que não pode controlar seus impulsos. (Tom)


Ultimamente o tempo está escasso para assistir e principalmente comentar filmes, tenho me limitado aos passa tempo comerciais das salas de cinema. Porém, ontem tive a grata surpresa de conhecer a obra que penso ser o melhor trabalho de Hilary Swank e que também lhe rendeu um Oscar. E não podemos esquecer que esta é uma atriz que coleciona bons filmes. Meninos não Choram é uma obra prima de interpretação, Swank está irreconhecível e muito convincente.

Conta a história real de Teena Brandon (Hilary Swank), vinte e um ano, uma mulher que tem crise existencial sexual, ou seja, biologicamente, fisicamente nasceu  mulher, mas se senti e age como um homem. Gosta de meninas, anda com meninos. E por mais que gradativamente a sociedade esteja se tornando mais liberal quando o assunto é tolerância a opção sexual alheia, ainda assim, os anos noventa não eram um lugar ideal para manifestar suas escolhas livremente. Por isso, Teena Brandon se vestia e se comportava como homem e não permitia que ninguém descobrisse seus segredos, com exceção para o seu primo Lonny (Matt McGrath).

Alucinado por garotas, Brandon não resistia a possibilidade de uma conquista, e foi assim que, em um bar, conheceu Candace(Alicia Goranson), uma jovem mãe solteira,  e na mesma noite, John (Peter Sarsgaard). Mais tarde veio Tom (Brendan Sexton III)  e Lana(Chloë Sevigny), uma jovem por quem John nutria um amor platônico. Juntos, aquele grupo curtia a vida sem medir conseqüências: bebidas, fuga da polícia, surf em carroceria de caminhonete, etc. Mais os segredos de Brandon estavam mais difíceis de serem mantidos, principalmente após conquistar o coração de Lana. E Brandon sabia que este seria um jogo arriscado, haja vista, aquela ser uma cidade intolerante e preconceituosa.

Para um blogueiro de cinema não há nada mais estimulante do que um bom filme, logo surge um tempinho vago para uma breve postagem. E esta é uma obra imperdível: emocionante, sensível, comovente, uma homenagem ao amor, um apelo contra o preconceito em um mundo em que, infelizmente, para amar ou ser amado(a) deve se antes respeitar alguns padrões ainda intocáveis.  


Título original: (Boys Don't Cry)
Lançamento: 1999 (EUA)
Direção: Kimberly Peirce
Atores: Hillary Swank, Chloë Sevigny, Peter Sarsgaard, Brendan Sexton III.
Duração: 114 min
Gênero: Drama


domingo, 4 de dezembro de 2011

Os Muppets


- Vocês dão ao público a maior dádiva da vida deles. (Walter)
- Filhos? (Caco)
- Não, a outra dádiva. (Walter)
- Sorvete? (Caco)
-Não, depois dessa... (Walter)
-A alegria! (Caco)


Mais um filme da série “Relembrando os anos Oitenta”. Quando a criatividade diminui Hollywood resolve fazer refilmagens, e aqui está a mais nova: Muppets. Um dos desenhos animados mais assistidos naquela década, confesso que passei várias tarde acompanhando as aventuras destes bonequinhos, mas ainda assim, estes não eram meus desenhos preferidos, não sei bem mas pareciam um pouco os Ursinhos Carinhosos, ou seja, chatinho.

Muitos sites e blogs elogiaram bastante este filme, alguns o elegeram Top 10 do ano, quem sabe tenha sido muito mais efeito da nostalgia do que da qualidade da obra, não que seja ruim, porém, de forma absoluta, não está entre os dez melhores filmes de 2011. Mesmo que ainda consiga ser divertido.

Os Muppets estão separados, já não se vêem há muito tempo, mas os planos que o empresário do petróleo, Tex Richman (Chris Cooper), tem para o antigo teatro do grupo, faz com que estes alegres bonequinhos se reúnam novamente. Tex pretende pôr o Teatro abaixo para perfurar um poço de petróleo no local, só há uma alternativa para manter de pé o espaço sagrado para o grupo: reuni-los novamente e fazer um grande show para arrecadar dez milhões de dólares e comprar o prédio. E esta missão nem mesmo começaria se não fosse a esperteza do grande fã do grupo: Walter (Peter Linz), que junto com Gary (Jason Segal) e sua noiva Mary (Amy Adams) que dão a maior força a Caco, Miss Piggy, Fozzie, Animal, Gonzo e companhia. Mas esta não será uma tarefa fácil, que diga o próprio Jack Black!

Certamente quem tem menos de vinte ou vinte e cinco anos não assistirá o mesmo filme que aqueles um pouco mais velhos, pois apesar da boa edição, dose de diversão, trilha sonora e musicais, ainda assim, o ponto alto do filme é exatamente algo que não está no filme, mas em cada espectador: o sentimento de nostalgia. Assim, pode ser que alguns saiam da sala de projeção bastante satisfeitos outros apenas levemente.



Título original: (The Muppets)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: James Bobin
Atores: Jason Segel, Amy Adams, Peter Linz, Zach Galifianakis.
Duração: 98 min
Gênero: Comédia

sábado, 12 de novembro de 2011

Soldado Anônimo

- Tenho 20 anos, fui burro o bastante para assinar um contrato e estou sentado aqui neste fim de mundo. Já dá pra ouvir as bombas deles e estou com medo. (Swoff)


São diversos os olhares e as críticas que podem ser lançadas sobre este filme: de um lado, os amantes daquele estilo de filme de guerra mais intenso, com chuvas de balas e membros pelo chão, dirão que Soldado Anônimo não é um bom filme. Não que ele seja paradão, até que em alguns momentos acontecem algumas cenas de ação. Por outro lado, para aqueles que preferem as eventuais críticas ao belicismo que geralmente surgem nos filmes de guerra, principalmente nos filmes de Sam Mendes, afirmarão que o filme é muito bom. E no que diz a ação ou falta dela, confesso que em certo momento torci até para que ela não aparecesse, pois da forma que se desenvolvia a trama nos era permitido refletir sobre as condições pessoais ou sociais que levavam e levam os jovens - no caso, norte-americanos - a se alistarem nas forças armadas.

A trama gira em torno do jovem Swoff (Jake Gyllenhaal), oriundo de uma família que sempre serviu ao exército. Desta forma, era esperado que assim também o fizesse, principalmente naquele momento que antecedia a primeira Guerra do Golfo. Boa parte dos dramas e expectativas de Swoff e os demais soldados, entre eles Troy (Peter Sarsgaard), surgem exatamente no campo de treinamento fortemente dirigido pelo sargento Sykes (Jamie Foxx). É neste espaço que faz sentido a gíria "Jarhead" (nome original do filme) aplicada aos novos soldados, seria mais ou menos “cabeça de jarro”. Dado a intensa lavagem cerebral por qual passavam os futuros defensores da liberdade e democracia, pelo menos assim se imaginam.

Estes jovens tinham que encarar a distância de casa, da família, da esposa ou namorada, às vezes atenuada pelas cartas e telefonemas que cada vez mais perdiam o sentido. E ainda, o exaustivo treinamento no Deserto do Golfo, adicionada ainda a angustiante espera pelo combate - em algum momento estavam no Oriente a expressiva quantidade de centenas de milhares de soldados aguardando e ansiosos para o combate. Além das entrevistas maquiadas que os soldados tinham que dar para as televisões americanas, que como sabemos, transformam qualquer evento em um espetáculo. Porém, nada disso os incomodava mais do que a possibilidade de voltarem para casa sem matar ninguém, sem usar os rifles que aprenderam a amar e proteger, haja vista serem franco atiradores. Nas guerras atuais franco atiradores já não são tão indispensáveis, principalmente frente ao poderio de um caça. Este era o maior pesadelo dos "Jarhead".

Não há o que reclamar de Soldado Anônimo: bela fotografia, trilha sonora, direção, parte dos créditos vão para Anthony Swofford, escritor do livro autobiográfico Jarhead que deu origem ao filme.



Título original: (Jarhead)
Lançamento: 2005 (EUA)
Direção: Sam Mendes
Atores: Jake Gyllenhaal, Jamie Foxx, Tyler Sedustine, Jacob Vargas.
Duração: 123 min
Gênero: Drama



sábado, 5 de novembro de 2011

O Palhaço

Mas tudo passa tudo passará
E nada fica nada ficará
Só se encontra a felicidade
Quando se entrega o coração
( Tudo Passará – Nelson Ned)


Em algum momento do filme recordei da primeira vez que entrei em um circo, mesmo já na idade adulta, ainda assim fui capturado pela atmosfera circense. Sem esquecer que era um circo tão humilde quanto o retratado no filme: a arquibancada se resumia a algumas velhas madeiras amarradas que deixavam enormes buracos a vista, lonas gastas, assim como os carros que levavam aqueles heróis pelas pequenas cidades do interior. Não sei se foi porque era a primeira vez, mas as outras visitas a circos bem melhores e mais equipados não foram tão alegres quanto aquela naquele pequeno circo.

Selton Mello fez uma verdadeira homenagem ao nosso circo, principalmente a estes mais humildes que teimam em manter-se na estrada e oferecer um divertimento que já não é nenhuma novidade nestes anos de entretenimento fácil: vídeo game, televisão, internet, etc. Não há como não se emocionar com a resistência da turma do Circo Esperança.

Alguns desavisados entraram nas salas de cinema ansiosos para assistir uma comédia, isto porque devem ter sido influenciados pelo título do filme, como também pelo seu ator principal (quem sabe recordando o muito bom O Alto da Compadecida). O fato é que por volta da metade do filme, quando perceberam que havia um drama em meio a não tão aparente alegria daquele palhaço, alguns destes desavisados já murmuravam seus descontentamentos, inclusive com um, pasmem, “este filme é muito inteligente pra mim”. Eu, ao contrário, apreciei do início até seu desfecho final junto com os criativos créditos e a belíssima trilha sonora.

Benjamim (Selton Mello), o palhaço Pangaré, andava triste com sua vida no circo, apesar de ser responsável por levar alegria para a plateia, não conseguia encontrar esta mesma alegria no que fazia. De cidade em cidade Benjamim amadurecia a ideia de deixar o pai Valdemar (Paulo José) e seus colegas de circo. Vários sentimentos e desejos o consumiam, pondo em dúvida sua identidade de palhaço, aliás, bem metaforizada pela falta do Documento de Identidade (RG) de que tanto reclamava Benjamim. Sonhava com um ventilador, quiçá também desejasse um amor.  É assim, neste caminho tortuoso, rumo ao autoconhecimento, que seguimos com Benjamim, aprendendo em algum momento que, como diz Nelson Ned: “só se encontra a felicidade quando se entrega o coração”.

Mas a graça do filme não está só em Benjamim, nos encantamos também com o palhaço Puro Sangue e sua amada e vilã Lola (Giselle Motta), com os irmãos Lorota (Álamo Facó e Hossen Minussi), e ainda com o hilário delegado Justo, interpretado por Moacyr Franco, sem esquecer a encantadora Guilhermina (Larissa Manoela). Tudo isto sob a ótima direção de Selton Mello e as grandes músicas dos Tempos Antigos.

Não é uma comédia, porem saímos do cinema felizes e com um leve e nostálgico sorriso no rosto.


Título original: (O Palhaço)
Lançamento: 2011 (Brasil)
Direção: Selton Mello
Atores: Selton Mello, Paulo José, Giselle Motta, Larissa Manoela.
Duração: 88 min
Gênero: Comédia Dramática

Gigantes de Aço


- Ensine-o a lutar. (Max)
- Está brincando? (Charlie)
- Você entende de luta como ninguém. Ele precisa dos seus golpes e comandos. (Max)
- Não posso, não posso. (Charlie)
- Sim, você pode. (Max)


Ficamos órfãos daqueles bons filmes de boxe dos anos oitenta, desde que Rocky deixou as telonas estamos sempre em busca daquelas perfeitas e sincronizadas trocas de golpes, tomadas em câmera lenta, pingos de suor espalhados no ar em virtude do forte direto e certeiro no queixo, rostos inchados de tanto apanhar, porém sem desistir. É por causa desta lacuna que vez ou outra nos lembramos de Stallone quando assistimos a este tipo de filme. E em Gigantes de Aço surgem sim algumas referências a clássicos do boxe como Rocky e O Campeão.

Charlie (Hugh Jackman) é um ex-boxeador sem tantos recursos financeiros. Endividado, está sempre à procura de eventos de boxe para ganhar um trocado junto com seu caminhão e um robô de segunda mão, isto porque, nesta época (2020) os boxeadores humanos deram espaço aos robôs. Porém, os problemas de Charlie não se resumem a falta de grana, pois terá que se aproximar do filho Max (Dakota Goyo) de 11 anos com quem não tinha mais contato. Não será fácil construir esta relação, principalmente com aquele garoto esperto e teimoso feito o pai.

É Atom, um robô-sparring muito antigo encontrado no ferro velho, que irá uni-los nesta jornada.  Pai e filho perceberam que aquele robô repetia os movimentos dos humanos, e assim poderia também repetir os golpes do boxe, ou seja, o simpático robozinho era capaz de aprender boxe. Assim, pai, filho e Atom saíram pelos rings do país faturando e encantando as plateias. Mas o poderoso Zeus, um super robô que não perdoava seus adversários, não permitiria que um robozinho qualquer se tornasse o astro dos eventos de boxe. Então, que comece a luta!

Dizer que este filme está recheado de clichês, já é um ótimo clichê, então, se você só busca um passatempo não se preocupe com os clichês e põe este filme na sua lista. 

  

Título original: (Real Steel)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: Shawn Levy
Atores: Hugh Jackman, Dakota Goyo, Evangeline Lilly, Hope Davis.
Duração: 107 min
Gênero: Aventura

sábado, 29 de outubro de 2011

Premonição 5


“Vocês não deveriam estar aqui. Deveriam ter morrido naquela ponte.” (O Legista)


Anote aí: o jovem Sam (Nicholas D'Agosto) estranhamente consegue prever um terrível acidente na ponte em que ele e seus colegas de trabalho estavam. Esperto, Sam consegue convencer aos outros (não foi fácil) a fugirem. Em fim, muitos assim fizeram e escaparam daquele terrível acidente previsto minutos antes. Porém, a morte é esperta demais para ser enganada, e então vai buscar todos aqueles que conseguiram sobreviver. É isto aí, Premonição 5 não é muito diferente dos outros quatro filmes anteriores.

Geralmente o que diferencia um filme do outro é a forma como os personagens morrem, aliás, haja criatividade. Se você tem Síndrome do Pânico aconselho a não chegar perto deste filme. É uma morte mais horripilante que a outra, um prato cheio para os sádicos. Pelo menos as cenas são muito bem feitas, mesmo que sejam exageradas. A famigerada tecnologia 3D, que às vezes atrapalha mais do que ajuda, neste caso veio a calhar e deu uma força a mais no filme, assim como a presença do enigmático Tony Todd, o legista que serve apenas para dramatizar ainda mais a trama. 

Estava resistente em assistir este filme, fui convencido, mas já se passaram semanas e ainda não consigo ver uma cirurgia a laser da mesma forma que antes. Pelo menos sei que dificilmente serei convencido novamente a assistir as sequências 6, 7, 8... (porque este parecer ser mais um daqueles filmes que nunca cansam de continuar filmando), não é que o filme seja ruim, inclusive muitos adoraram, é que a ideia da existência de uma Morte perseverante, no mínimo, não é agradável.


Título original: (Final Destination 5)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: Steven Quale
Atores: Nicholas D'Agosto, Emma Bell, David Koechner, Tony Todd.
Duração: 95 min
Gênero: Terror

O Retorno de Johnny English



“Agente ferido, agente ferido, agente ferido. Eu estou aqui, eu estou aqui, eu estou aqui. Iniciando localizador visual...” (Equipamento localizador de agente ferido)


Rowan Atkinson, mais conhecido como Mr. Bean, é um dos atores mais previsíveis que conhecemos, seja interpretando seu personagem mais famoso ou qualquer outro. Porém, ainda assim, consegue ser bastante simpático. Já conhecemos seus trejeitos, manias e estilo, porém não conseguimos controlar o riso. É assim, cheio do estilo Mr. Bean, que o nosso “quase mudo”  Atkinson nos traz a continuação de um dos agentes mais atrapalhados do Reino Unido. 

English retorna do Oriente após um longo período de recuperação da sua última, fracassada e traumática aventura, a “Missão Moçambique”. Desta vez o MI7, Agência de Inteligência Britânica, resolveu lhe dar outra chance: sua mais nova missão será impedir o assassinato do Primeiro Ministro chinês, porém não será uma tarefa fácil, principalmente porque, por um lado, seus métodos profissionais não são lá tão profissionais assim, e por outro lado, este agente terá que enfrentar alguns adversários perigosos, como a persistente assassina do aspirador de pó: uma velhinha chinesa (Pik Sem Lim), loira, que está sempre disfarçada de empregada domestica. Mas ele terá o apoio das parafernálias tecnológicas desenvolvidas no super laboratório do MI7, mesmo que English nem sempre dê o uso correto para estes equipamentos.  Terá também o apoio do Agente Tucker (Daniel Kaluuya) e da psicóloga comportamental (Rosamund Pike).

Não são poucas as paródias de James Bond: a Pantera Cor de Rosa, O Agente 86, Austin Power, etc. Pelo menos em O Retorno de Johnny English já temos uma boa ideia do que encontraremos, iremos assisti-lo sem muita expectativa. Quem sabe o consideramos até como mais uma aventura de Mr. Bean, agora falante. Ou seja, não espere morrer de rir, também certamente não sairá chateado do cinema, basta não exigir demais do britânico, pois em algumas cenas ele consegue nos fazer rir.



Título original: (Johnny English Reborn)
Lançamento: 2011 (França, Israel, Japão, Reino Unido)
Direção: Oliver Parker
Atores: Rowan Atkinson, Gillian Anderson, Dominic West, Rosamund Pike.
Duração: 101 min
Gênero: Comédia

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Atividade Paranormal 3


- Se lembra das regras? (Katie)
- Sim, dizer “Bloody Mary” três vezes. (Kristi)
- Ok, vou apagar a luz. Está pronta? (Katie)
- Bloody Mary, Bloody Mary, Bloody Mary (Katie, Kristi)


Quem assistiu ao primeiro e ao segundo filme já imagina o que lhe espera neste terceiro: o velho estilo câmera na mão (e no ventilador também); a intenção de contar a uma estória que remonte a origem, aos segredos que envolvem aquela sinistra casa; além das coisas estranhas, fantasmas e truques clássicos de filmes de terror. É isso aí, nada muito diferente dos anteriores.

Lembro daquela época em que divulgaram o trailer do primeiro Atividade Paranormal , o clima de suspense estava no ar: mostravam bastante a reação da platéia que assistia ao filme. E as fisionomias davam conta de algo que parecia ser o mais tenebroso filme de todos os tempos. Por fim, aquele longa até que não decepcionou, porém, hoje já é uma fórmula gasta, e assim como muitos filmes por aí que insistem em gravar continuações, este também parece que já fez sua parte na história do cinema.

A tentativa de trazer à tona a origem de todo esta assombração passa pela família Julie (Lauren Bittner) e suas filhas Katie (Chloe Csengery) e Kristi (Jessica Tyler Brown), além do padrasto das meninas: Dennis (Christopher Nicholas Smith), que trabalha com filmagem de casamentos, por esta razão anda sempre com uma câmera na mão. Após um breve terremoto Dennis percebe que se formou uma estranha imagem no filme da câmera que estava gravando no quarto do casal, desconfiado que algo estranho estivesse acontecendo naquela casa resolve então pôr câmeras em todos os cômodos com objetivo de “capturar” algum ser estranho. Enquanto isso, Kristi passa a conversar com aquele que a mãe pensa ser um amigo imaginário, Toby. Daí em diante é tudo o que estamos acostumados a ver nesta franquia: sustos e mais sustos.

Certamente minha impressão sobre a película seria melhor se nesta noite não tivessem três tagarelas mal educados na fila atrás de mim comentando tudo: dos trailers aos créditos finais. Tem gente que não deveria entrar em uma sala de cinema. 

   
Título original: (Paranormal Activity 3)
Lançamento: 2011 (Estados Unidos)
Direção: Henry Joost, Ariel Schulman
Atores: Christopher Nicholas Smith, Lauren Bittner, Jessica Tyler Brown, Chloe Csengery.
Duração: 85 min
Gênero: Suspense

domingo, 16 de outubro de 2011

Os três Mosqueteiros


- E mais uma coisa filho...  (pai de D'Artagnan, um nobre Gascão)
- Já sei pai, “não se meta em confusão”...  (D'Artagnan)
- Não filho, se meta em confusão, lute, viva.  (pai de D'Artagnan, um nobre Gascão)


Os fãs de Alexandre Dumas talvez não apreciem muito este filme, pois, Paul Anderson, o diretor, fez algumas adaptações que fogem bastante da aventura original. Por falar em adaptações, espero que os historiadores também não fiquem chateados pelas aberrações tecnológicas implantadas em pleno século XVII. Diria o diretor: foi tudo em prol da ação.

É um filme de ação, recheado de explosões, armas futuristas, lutas, duelos de espadas e algumas situações engraçadas. Ou seja, batalhas entre dirigíveis, isto mesmo, dirigíveis nos céus da Europa. Na verdade a batalha foi muito parecida com aquelas bastante comuns em filmes envolvendo piratas. Os duelos de espada não trouxeram golpes especiais ou inovadores, aliás, em alguns momentos o diretor fugia das tomadas longas, quem sabe porque os autores não tinham decorado bem a coreografia. 

Entre as cenas mais engraçadas do filme estão aquelas com o rei Louis (Freddie Fox), retratado como um adolescente inseguro, apaixonado e bastante preocupado com a atualidade da moda. Sem falar no colorido proporcionado pelo figurino que também é muito interessante.

A trama já é bastante conhecida: após um audacioso golpe dos Mosqueteiros e da bela Milady (Milla Jovovich) na cidade de Veneza com um desfecho inesperado, a estória avança alguns anos até D'Artagnan (Logan Lerman), um jovem sonhador que se despede dos pais e segue para Paris em busca do sonho de ser um Mosqueteiro. Após muitas confusões nesta cidade o tão aguardado encontro com seus heróis acontece, talvez não da forma como ele esperava. Athos (Matthew Macfadyen), Aramis (Luke Evans) e Porthos (Ray Stevenson) já não eram tão heróis assim, porém ainda tinham a admiração do rei.  E é para proteger este rei que eles lutarão juntos novamente, pois o cardeal Richelieu (Christoph Waltz) conselheiro do rei, trama por a França em guerra contra a Inglaterra do Duque de Buckingham (Orlando Bloom). Seu objetivo é desestabilizar e tirar do trono o instável e inseguro rei Louis. 

Enfim, entre os pecados históricos ou contra Alexandre Dumas e, por outro lado, as inovações, se você não é fã do clássico original ou muito exigente quanto as adaptações, quem sabe até pode se divertir com o filme.

Título original: (The Three Musketeers)
Lançamento: 2011 (França, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos)
Direção: Paul W.S. Anderson
Atores: Matthew Macfadyen, Logan Lerman, Luke Evans, Ray Stevenson.
Duração: 110 min
Gênero: Aventura

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Capitães da Areia


- Ladrão aqui dentro não, nós somos ladrão lá fora e você sabe disso Ezequiel, vai embora agora! ( Pedro Bala)


As vésperas de comemorarmos o centésimo aniversário de nascimento de Jorge Amado, chega as telonas o bom filme Capitães da Areia, resultante da adaptação de livro homônimo. O escritor baiano, entre tantos adjetivos, é reconhecido por retratar com muita propriedade aspectos culturais e sociais do Brasil, principalmente da Bahia, desde as relações de mando e desmando dos “coronéis do cacau”, no sul do Estado, até elementos do cotidiano soteropolitano, principalmente das ladeiras do Pelourinho. Lembremos ainda de outros filmes baseados em livros do famoso escritor: Gabriela Cravo e Canela, Dona Flor e Seus dois Maridos, Quincas Berro D`Água, sem mencionar algumas novelas influenciadas por muitas estórias interessantes do bom baiano.

Trazendo consigo todas as dificuldades inerentes as adaptações de livros para o cinema, Capitães da Areia, ainda encanta com facilidade, principalmente aqueles que não leram o livro, pois estes podem ser menos exigentes quanto ao roteiro. A candura, o romantismo e as aventuras dos Meninos conseguem nos atrair de tal forma que até esquecemos da imaturidade de muitos atores (em algumas cenas parecem estar lendo suas falas). Concentramo-nos na trama, nas angústias, nos sofrimentos, na luta diária pela sobrevivência, e como não poderia deixar de ser, somos capturados para a companhia daqueles jovens de uma época distante (1930). Mas é sabido que estes Meninos ainda permanecem entre nós, porém, desta vez, nosso olhar sobre eles – quem sabe ofuscado pela mídia - nos faz enxergá-los como perigosos delinquentes, que estariam bem melhor atrás das grades. Ou não seria verdade que a defesa da redução da maioridade penal seduz muitos brasileiros?   

Pedro Bala (Jean Luís Amorim) lidera um grupo de adolescentes que moram nas ruas de Salvador, entre eles: Professor (Robério Lima), Gato (Paulo Abade), Sem Pernas (Israel Gouvêa) e Boa Vida (Jordan Mateus). Vivem de pequenos furtos e correrias pela cidade, desde o Porto a casa de meretriz ou as ricas mansões da área nobre da cidade, sempre buscando a sobrevivência, seja através de mentiras, pequenas malandragens ou furtos. Até que um dia conhecem outra jovem órfã e seu irmãozinho, era Dora (Ana Graciela) e Zé Fuinha (Felipe Duarte). E assim, Professor a convida para morar com eles, não imaginava que a presença de uma menina mudaria bastante a dinâmica do grupo, resta saber se  para melhor ou para pior. 

Confira este bom filme e também sua trilha sonora.


Título original: (Capitães da Areia)
Lançamento: 2011 (Brasil)
Direção: Cecília Amado
Atores: Jean Luís Amorim, Ana Graciela, Robério Lima, Paulo Abade.
Duração: 96 min
Gênero: Drama

A Hora do Espanto

- Nunca convide um vampiro pra entrar em sua casa (Ed)


Seguindo a onda das refilmagens que nos são apresentadas aos montes, esta é a vez de A Hora do Espanto, cuja primeira versão data do ano de 1985, dirigido por Tom Holland, e que contaram ainda com os atores: Chris Sarandon, William Ragsdale, Amanda Bearse e Roddy McDowall. Mesmo não sendo tão elogiado quanto o original, esta última versão consegue apreender o expectador, principalmente nesta época em que os vampiros são bonzinhos, voadores e brilhantes.

Sem ser exagerado ou cair na mesmice, o filme nos traz, como sempre, os adolescentes e seus traumas, alguns rostos bonitos, além dos clássicos mandamentos que cercam o mundo vampiresco: água benta, estaca no coração, não entrar na casa em que não é convidado, mortal a luz solar, ou seja, coisa pouca, nada demais...

Muitos já assistiram a primeira versão e conhecem a estória, mas para aqueles que são mais novos, como eu, farei um breve relato: Ed (Christopher Mintz-Plasse) é um jovem adolescente aficionado por vampiros, aliás, é um verdadeiro caçador destas criaturas, porém não consegue convencer Charley (Anton Yelchin), amigo de infância, que seu vizinho, Jerry Dandridge (Colin Farrell) é na verdade um destes vampiros. Principalmente porque Charley já não se interessa muito por estórias de vampiros, e sim por meninas, ou melhor, por Amy (Imogen Poots), sua namorada.    

Não passa muito tempo e Charley percebe que Jerry realmente escondia algo, e todos a sua volta poderiam estar em perigo, inclusive sua mãe Jane (Toni Collette), bastante encantada pelo vizinho. Descobrir a verdade sobre o vizinho, não parecer um nerd a ponto de ficar mal com a namorada e os amigos: esta era a missão de Charley, pelo menos era o que ele imaginava.


Título original: (Fright Night)
Lançamento: 2011 (Estados Unidos)
Direção: Craig Gillespie
Atores: Colin Farrell, Anton Yelchin, Toni Collette, Christopher Mintz-Plasse.
Duração: 120 min
Gênero: Terror