domingo, 27 de fevereiro de 2011

Bravura Indômita

"Fogem os ímpios, sem que ninguém os persiga" (Epílogo- Provérbios 28:1)


É difícil escolher o destaque deste filme, tendo em vista suas inúmeras qualidades. Temos o Jeff Bridges no papel do xerife Rooster Cogbum, sempre acompanhado de sua arma e um garrafa de uísque, sem mencionar a característica fala arrastada.  Já LaBoeuf (Matt Damon), seria o contra ponto ao velho bêbado: bem arrumado, sóbrio e buscando sempre cumprir a lei. A jovem Hailee Steinfeld, interpretando a órfã de pai, Mattie Ross, aproveitou bem a chance de trabalhar com os irmãos Coem e de contracenar com Jeff Bridges e Matt Damon, tão bem que garantiu uma indicação ao Oscar e certamente é uma das favoritas a levar a estatueta para casa. Steinfeld nos apresentou uma garota dotada de ousadia impressionante, mas sem deixar transparecer o natural receio e medo quando necessário. Porém, talvez isso tudo não fosse possível sem a perfeita direção dos irmão Coem: não trouxeram fórmulas novas e mirabolantes, fizeram apenas o necessário, o que esperávamos de um filme de faroeste, e ao cumprir a receita nos apresentou um ótimo longa. A trilha sonora, os diálogos, a fotografia, a escolha dos espaços, as cenas de ação, tudo montado perfeitamente.
Talvez seu maior defeito nem seja tão seu assim. É que em virtude da ausência de um filme extraordinário  entre os concorrentes ao Oscar este ano, naturalmente depositamos expectativas exageradas aos que temos, o que pode provocar uma espécie de decepção. Este filme é bom, mas foi tão comentado que parecia ser  a essência dos filmes de faroeste e, pelo contrário, é apenas um ótimo filme que vale a indicação ao Oscar, mas, como quase todos os outros concorrentes, ainda falta aquele detalhe.
De qualquer forma eu diria que se você não assistir Bravura Indômita (que teve sua primeira  versão no ano de 1969) perderá um dos mais bem feitos filmes do ano. Não deixe de acompanhar a aventura de Mattie Ross, Cogbum e LaBoeuf, através dos áridos campos do interior norte americano, sob sol e neve, na caçada ao cruel assassino Tom Chaney (Josh Brolin), responsável por tirar a vida do pai da jovem. Por fim, não perca as belas e clássicas tomadas de ação envolvendo atiradores montados em seus cavalos em rápida perseguição, ou suas falas arrastadas, suas armas sempre em punho, sobrevivendo em uma terra em que até um cadáver de um homem encontrado na estrada pode ser carregado e trocado por dois espelhos lá na frente.
Título original: (True Grit)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: Ethan Coen e Joel Coen
Atores: Hailee Steinfeld , Jeff Bridges, Matt Damon, Josh Brolin, Barry Pepper, Paul Rae, Elizabeth Marvel
Duração: 110 min.
Gênero: Faroeste

sábado, 26 de fevereiro de 2011

[Oscar de Melhor Filme - 2010] - Guerra ao Terror

“A emoção da batalha costuma ser um vício forte e letal, pois a guerra é uma droga.”  (Epílogo - Chris Hedges)


Geralmente a guerra é um terreno fértil para a produção de bons filmes, e esta última no Oriente Médio iniciada pelos norte-americanos e seus aliados não poderia ser diferente. Contando com bons atores, um roteiro tenso, e tratando de um tema atual e até então muito debatido, Guerra ao Terror conseguiu faturar seis estatuetas, superando o fenômeno de bilheteria Avatar, por sinal, merecidamente.
Sou aficionado em filmes cujo tema principal é a guerra ou relações internacionais, por isso não preciso informar que este filme me impressionou bastante. O longa enfoca a rotina de um esquadrão norte-americano responsável pelo desarme de perigosas bombas  em praças, edifícios e ruas estreitas do conturbado Iraque. As intensas e eletrizantes sucessões de cenas mantêm o telespectador em constante suspensão,  definitivamente este é um filme que consegue manter o clima de ação e adrenalina com ou sem confronto e troca de tiros.
Dificilmente um filme será capaz de reconstruir a realidade e crueldade de uma guerra, quem sabe até este não seja seu principal objetivo. Porém, desta vez o telespectador segue a rotina dos soldados e compartilha com eles a satisfação e o alívio de uma bomba desarmada com sucesso, pois cada missão cumprida representa mais um dia vivo e mais um dia perto de casa. Mesmo sabendo que, a partir daquele instante, ações simples como fazer compras em um supermercado será uma rotina  vazia, após  tanto tempo flertando com a morte no Iraque.
Título original: (The Hurt Locker)
Lançamento: 2009 (EUA)
Direção: Kathryn Bigelow
Atores: Jeremy Renner, Anthony Mackie, Brian Geraghty, Guy Pearce.
Duração: 131 min.
Gênero: Drama

O Leitor

Não importa o que eu penso. Não importa o que eu sinto. Os mortos continuam mortos. (Hanna)


Se você procura por uma obra prima do cinema então acaba de encontrar. O Leitor é sereno,  intenso, emocionante,  surpreendente, em fim, magnífico. Baseado no livro Der Vorleser, escrito em 1995 pelo alemão Bernhard Schlink, o longa é ambientado na Alemanha pós-guerra e apresenta uma bela estória de amor vivida entre o jovem adolescente Michael Berg (David Kross) e Hanna Schmitz (Kate Winslet). Em virtude da diferença de idade o casal mantém seus encontros escondidos, porém, ainda assim são momentos de extrema paixão. Toda vez que se encontravam Michael, ou Garoto, conforme era chamado por Hanna, lia livros clássicos para sua amante e posteriormente faziam amor. E estas sessões de leitura e sexo se sucederam por muito tempo até que um dia Hanna desaparece sem deixar pistas, e só é vista por Michael oito anos mais tarde, quando já estudante de Direito, o jovem a vê no banco dos réus, sendo julgada por crimes de Guerra contra os Judeus. Ela e mais outras alemães, na época servindo a SS foram acusadas de deixar várias prisioneiras judias morrerem queimadas em uma igreja.
Enquanto que a primeira parte do filme enfoca o intenso relacionamento amoroso do casal, a segunda, por sua vez, traz a tona questões éticas e morais que envolvem os acontecimentos que permearam a segunda Guerra Mundial, porém sem desfazer a cativante atmosfera do filme. Neste instante o telespectador se questiona: por que aquela mulher capaz de amar tanto poderia ter feito parte daquele crime desumano? Qual sentimento é tão poderoso capaz de mover as pessoas em um front ? E qual seria o segredo que Michael esconde e que poderia ser favorável a Hanna naquele julgamento? Para quem acha que aqui é o final está enganado, pois, o desfecho ainda não é o julgamento, a alta qualidade da obra ainda é mantida nas cenas que se sucedem.
Para quem ainda não assistiu e não curti muito a folia carnavalesca pode pôr este belo filme na lista.
Título original: (The Reader)
Lançamento: 2008 (Alemanha, EUA)
Direção: Stephen Daldry
Atores: Ralph Fiennes, David Kross, Jeanette Hain, Kate Winslet.
Duração: 124 min.
Gênero: Drama

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O Barco do Rock

 “Governos odeiam que as pessoas sejam livres.” (Quentin)


Este filme é um gracioso misto de exaltação ao rock e a liberdade com uma pitada de nostalgia. Pois, enquanto lá por volta dos anos 60 o governo britânico proibia o “transviado” ritmo pop/rock, um grupo de DJ amante do rock encontrou a forma de driblar as leis caretas: montar rádios piratas em barcos, longe da jurisdição e do aparelho repressor do Estado. Quem se deliciava com estes DJ e suas belas músicas  durante vinte e quatro horas por dia, eram justamente os ouvintes da Grande Ilha que antes se contentavam apenas com míseras duas horas de rock por dia, pois as rádios convencionais não ousavam tocar este ritmo, até então, agressivo aos ouvidos conservadores. Imagine o que estes distintos governantes ingleses fariam com o pornopagode que imunda nossos ouvidos hoje em dia?
Comédia, ótima trilha sonora, boas interpretações, personagens interessantes, um enredo cativante, eis aí elementos suficiente para compor um bom filme, e assim é O Barco do Rock. Talvez, o que tenha me chamado mais atenção seja justamente a ação dos sujeitos rebeldes e amantes do Rock: frente a uma parede conservadora, burocrática, sem graça e castradora, retratada pelos homens do governo, aqueles representante da música que ganhava fôlego rapidamente não mediram esforços para curtir um bom som, e manterem seus espíritos livres.
 Título original: (The Boat That Rocked)
Lançamento: 2009 (Alemanha, Reino Unido)
Direção: Richard Curtis
Atores: Bill Nighy, Philip Seymour Hoffman, Nick Frost, Kenneth Branagh, Tom Sturridge, Rhys Ifans, Talulah Riley
Duração: 129 min.
Gênero: Comédia

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

8 Mile - Rua das Ilusões

Você apenas tem uma chance, não perca sua chance para estourar
Porque a oportunidade vem uma vez na vida mano
Você pode fazer tudo que está direcionado a fazer, cara

(Lose Yourself – Eminem)


O primeiro e autobiográfico filme de Eminem fez um relativo sucesso, em parte pela boa performance cênica do rapper, como dos demais atores, e também em virtude da sua premiadíssima trilha sonora(a canção Lose Yourself conquistou o Oscar de Melhor Canção Original). O drama não expõe muita coisa diferente do que imaginamos ser a vida daqueles que batalham sol a sol para conseguir alcançar o estrelato, seja na periferia dos Estados Unidos ou mesmo aqui no Brasil. E talvez este aspecto escuro, dramático, triste e desesperador da vida do jovem astro antes do estrelato tenha sido o grande trunfo do filme, além, é claro, do que já foi mencionado acima.
É muito interessante ver o talento artístico superar as adversidades, por isso devemos tirar o chapéu para o rapper branco. O filme acertou em não endeusar a figura do seu personagem principal, deixou saliente seus medos, suas dúvidas, em fim, sua humanidade. Reconstruiu bem uma atmosfera marginal do bairro e das festas frequentadas por Jimmy (Eminem). Quem sabe, talvez seu pecado tenha sido a presença de um roteiro demasiado morno no início, diferentemente dos seus minutos finais. Ainda assim, é um filme que vale seus cento e onze minutos.
Título original: (8 Mile)
Lançamento: 2002 (EUA)
Direção: Curtis Hanson
Atores: Eminem, Mekhi Phifer, Brittany Murphy, Kim Basinger.
Duração: 111 min.
Gênero: Drama

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O Amor em Beverly Hills

" Tome cuidado, pois um dia vai me perder. Posso ser a melhor coisa que não aconteceu a você." (Adelaide)


Este é mais um daqueles filmes que comprovam que não são necessários efeitos especiais e atores famosos para fazer nascer um bom filme, basta um roteiro bem escrito e atores convincentes. Nesta trama  o telespectador é levado a compartilhar com Liam Liu (Ken Leung) seus conflitos; desde o desentendimento com o pai, a dificuldade em conseguir um papel de verdade no mundo de Hollywood, ou pelo menos que fuja do estereótipo do chinês no cinema. Ainda o deslocamento típico de alguém que parece ser um estrangeiro em seu próprio país. Até entende o porquê das suas lágrimas quando dividi a cama com uma mulher. Ao mesmo tempo, se encanta com o amor juvenil e sincero de Adelaide Bourbon (Hayden Panettiere) que, pra sua infelicidade, esbarra em um pequeno detalhe legal: seus 16 anos.
Este filme conta a estória de um ator de Nova Iorque de origem chinesa, que tenta conseguir um papel em Hollywood, e em meio a testes e negativas, encontra uma bela jovem durante uma pacata viagem de ônibus. Após ser cativado pela beleza e boa conversa da garota, o aspirante a astro de cinema cede a um convite para tomar café, e se inicia assim o que para ele era apenas uma amizade, quem sabe até perigosa. Porém, para a precoce adolescente Adelaide, parecia ser o nascimento de uma paixão, do amor. Liam sabia que o fato da bela jovem ter apenas 16 anos era um sério empecilho para qualquer tentativa de satisfazer aquele amor, por isso tentava manter este desejo distante. E a imprevista viagem a Xangai e posterior encontro com a bela chinesa Micki Yang (Kelly Hu) poderia ser a solução para aquele drama amoroso.
Um nova-iorquino de origem chinesa surpreso por perceber que nem sabe falar o mandarim, não sabe nada da cultura da terra natal de seus pais. Alguém que pertence ao mesmo tempo a dois mundos sem ser de nenhum deles. O que Xangai poderia fazer por Liam?
Definitivamente um filme surpreendente.
Título original: (Shanghai Kiss)
Lançamento: 2007 (EUA)
Direção: Kern Konwiser, David Ren
Atores: Ken Leung, Hayden Panettiere, Kelly Hu, Joel Moore, James Hong, Kathleen Lancaster
Duração: 106 min.
Gênero: Comédia/Drama

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Besouro Verde

"você é um canivete suíço humano. Agente pensa que acabou e tem amais um lance." (Britt Reid)


Um milionário, Britt Reid (Seth Rogen) que herdou todo império após a misteriosa morte do pai. Um dedicado funcionário da família, Kato (Jay Chou), bom com as invenções tecnológicas e com as artes maciais, estes dois personagens se aliam para se tornarem os mais novos super heróis da cidade. Seu maior inimigo é um criminoso de nome impronunciável, Chudnofsky (Christoph Waltz), dotado de alguns complexos quanto sua imagem frente aos inimigos. Uma repórter, Lenore Case(Cameron Diaz), para trazer um toque especial a trama. O que poderia parecer mais um filme de aventura perfeitamente encaixado na categoria cine pipoca na verdade consegue descer ainda mais. Vejamos os motivos: diálogos superficiais e piadas fracas. Personagens pouco desenvolvidos. Roteiro confuso, o que resultou em uma trama mal elaborada, até o desfecho final pare ter sido fruto de um arranjo improvisado. Alguns efeitos especiais que conseguiram ser piores que os de Caça as Bruxas (troca de tiros e explosões dos carros). Ás vezes parecia que o telespectador estava assistindo uma comédia pastelão.
Só salvaria a primeira cena com Christoph Waltz, quando este elimina um concorrente e quem sabe algumas cenas em que Jay Chou apresenta suas habilidades marciais surreais. No mais, não é um filme pra se orgulhar de ter assistido.
Título original: (The Green Hornet)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: Michel Gondry
Atores: Seth Rogen, Cameron Diaz, Jay Chou, Christoph Waltz.
Duração: 119 min
Gênero: Aventura

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Memórias de Uma Gueixa

"O coração tem uma morte lenta. Perde-se a esperança como as árvores perdem as folhas, uma a uma." (Chiyo)


Anos antes da Segunda Guerra Mundial, Chiyo (Suzuka Ohgo), uma menina com nove anos, foi vendida  a casa das Gueixas por seu pai, um pescador pobre que morava no interior do Japão. Neste local a menina seria preparada para desempenhar o papel de uma Gueixa. Porém, em virtude da não adaptação, tentativa de fuga e conflitos com as outras jovens da casa, Chiyo foi punida e passou a desenvolver a simples função de empregada doméstica, trabalhando em troca de alimento. Este seria o destino da jovem se não fosse o casual encontro com Shachõ (Ken Watanabe), um senhor bastante rico, por quem, mesmo sendo criança, Chiyo se apaixonara. A partir deste dia, aquela triste menina passara a cultivar um intenso amor e desejar ardentemente se tornar Gueixa e assim conquistar Sanchõ.
Adiantar o restante da trama tiraria a surpresa e o interesse pelo filme, porém destaco que o roteiro é muito bom, assim como o figurino e a fotografia. As atrizes são belas, e muito convincentes no papel. Um filme recheado de conflitos, rivalidades, esperança e amor. Um retrato especial de aspectos da cultura Oriental que tanto desconhecemos. Qualquer comentário sobre o filme não seria suficiente para descrever sua capacidade de impactar e hipnotizar o telespectador.
Entretanto, não podemos esquecer que este filme, baseado na obra de mesmo nome do escritor Arthur Golden, é uma produção Ocidental, logo, infelizmente não é fiel a verdadeira cultura Oriental, pelo menos quanto ao mundo das Gueixas. E esta foi uma das principais críticas ao filme, pois: proporcionou uma visão caricaturada das Gueixas, presença de elementos anacrônicos confundindo o Japão dos anos 30 com o atual, os papéis principais foram feitos por atrizes chinesas e não japonesas. Além da não valorização da maquiagem das Gueixas, pelo menos da forma como deveria ser feito. O site Cultura Japonesa contém mais detalhes sobre a crítica japonesa, mas só visite após assistir o filme.
Ainda assim, mesmo diante de tantas críticas, é obrigatório assistir este longa, pelo menos para quem gosta de ir além de um cinema pipoca.
Título original: (Memoirs of a Geisha)
Lançamento: 2005 (EUA)
Direção: Rob Marshall
Atores: Zhang Ziyi, Ken Watanabe, Michelle Yeoh, Youki Kudoh.
Duração: 145 min
Gênero: Drama

Obrigado Por Fumar

- Como um astro de cinema. É o que eu faço, ganho a vida falando. (Nick Naylor)
- Sobre o que você fala. (garotinha na escola)
- Eu falo em nome dos cigarros. (Nick Naylor)
- Mamãe fumava. Ela diz que os cigarros matam. (garotinha na escola)
- É mesmo? Sua mãe é médica? (Nick Naylor)
- Não. (garotinha na escola)
- É pesquisadora? Científica? (Nick Naylor)
- Não (garotinha na escola)
- Bem, ela não parece ser uma especialista confiável, não é? (Nick Naylor)


Fazer comédias interessantes não é uma tarefa fácil e ainda tratar de temas delicados sem parecer demagogo ou afogado no discurso do politicamente correto, aí já é fazer uma obra de arte. Este filme, baseado no livro de Christopher Buckley, é um exemplo perfeito de comédia sarcástica, sincera, ingênua e bastante irônica. Seria um Bruno, ou Borat, porém muito menos escrachado, mais elegante, sutil e eficaz.
A trama gira em torno de Nick Naylor (Aaron Eckhart), um lobista das industrias de tabaco que tenta melhorar a imagem do seu patrão. E para isso visita escolas( isso mesmo, escolas) políticos, produtores de Hollywood, sempre com o objetivo claro ou subjacente de promover uma imagem positiva do tabaco. Nick não faz isto por ser um pessoa má, pelo contrário seu objetivo é manter sua família,pagar a hipoteca, ou seja, continuar com o estilo de vida americano. Interessante que seus maiores amigos são outros lobistas: Polly (Maria Bello), lobista da área de bebidas e Bobby Jay (David Koechner), representante dos fabricantes de armas. O encontro entre representantes de três das maiores pragas da sociedade norte-americana: cigarro e bebida (drogas) e armas. Imagine o diálogo entre estes três? E realmente estas cenas estão entre as melhores do filme, além do encontro com os produtores de Hollywood e as criativas idéias para incluir o cigarro nos filmes. Sem mencionar a atuação de políticos sem escrúpulos, desta vez representado por William H. Macy.
Certamente este você não se arrependerá de ter assistido.
Título original: (Thank You for Smoking)
Lançamento: 2006 (EUA)
Direção: Jason Reitman
Atores: Aaron Eckhart, Maria Bello, Cameron Bright, Adam Brody.
Duração: 92 min.
Gênero: Comédia

O Corajoso Ratinho Despereaux

"Ah Despereaux, há tantas coisas lindas para você ter medo nesta vida, só basta descobrir o quão assustadoras elas são " (Pai de Despereaux)


Uma grande vantagem dos roteiros adaptados, ou seja, dos filmes originados de obras literárias é que em sua maioria possuem uma magnífica riqueza de detalhes no seu roteiro; tramas e personagens bem mais elaboradas e logo, a possibilidade maior de emocionar o público, evidentemente isto não é uma regra. Assim é esta animação que conta a estória de um ratinho bastante corajoso e destemido, baseado na obra de Kate DiCamillo: A História de Despereaux.
Uma terra em que a convivência entre humanos e ratos não era de inimizade, pelo menos até a rainha morrer em virtude de um acidente causado por um rato viajante, daí pra frente o rei baniu os ratos do reino, expulsando-os para uma espécie de calabouço, masmorra aonde nem a luz do sol alcançava. Entretanto, escondidos na cozinha, viviam os camundongos, entre eles Despereaux, que diferentemente dos outros, não temia os humanos, tão pouco as ratoeiras e também não comia livros, preferia ler suas estórias. Por ser um camundongo atípico - eu diria um camundongo além do seu tempo, semelhante a muitos artistas de nossa História que só foram compreendidos após a morte - Despereaux foi castigado por ter falado com humanos ( a triste princesa): banido para sempre, jogado em um poço que daria justamente no mundo dos ratos expulsos pelo rei. Daí em diante ocorre um cruzamento de estórias bastante interessantes: o rato viajante que havia provocado a morte da rainha e a ira do rei conhece Despereaux, um guarda do castelo muito amargurado, pois havia doado a filha quando bebê e hoje se arrepende muito também conhece o destemido herói. Sem mencionar a figura maligna do líder dos ratos, um promovedor de eventos cruéis e sádicos com objetivo de divertir seus súditos. Tem ainda uma princesa triste por não ter mais aquele mundo feliz de antes do acidente com os ratos, uma empregada que sonha em ser princesa, um rei muito triste, um cozinheiro esquizofrênico que conversa com a comida, e muito mais.
Esta é uma animação com uma riqueza de personagens e detalhes impressionante, talvez uma das melhores que já assisti nos últimos anos.

 Título original: (The Tale of Despereaux)
Lançamento: 2008 (EUA, Inglaterra)
Direção: Sam Fell, Robert Stevenhagen
Atores: Matthew Broderick, Dustin Hoffman, Emma Watson, Tracey Ullman.
Duração: 100 min.
Gênero: Animação

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Hooligans

"O mais importante não é saber que seus amigos o protegem,mas saber que você protege seus amigos" (Matt)


Sentir se vivo, fazer parte de algo, lealdade, ir até seus limites, sentir a adrenalina correndo nas veias, estas poderiam sim ser as justificativas que levassem o telespectador a entender o motivo de Matt Buckner (Elijah Wood) querer fazer parte dos Hooligans. Mas ainda assim, seriam insuficientes, pois estas palavras não seriam suficientes para traduzir a intensidade daqueles momentos. Não se trata, a princípio, de cruéis criminosos, mas sim, de construir e manter uma reputação. Quando Peter Dunham (Charlie Hunnam) e Matt cederam seus lugares a uma senhora em uma viagem de metrô foi justamente para demonstrar este aspecto daqueles jovens, todos estabelecidos em suas profissões, porém após envolvido na atmosférica mágica do pré e pós jogo, nada importava, senão proteger os amigos e construir uma imagem de uma torcida forte, mesmo que para isso fizessem uso da violência, aliás, a extrema violência era a principal estratégia.
É sim, até certo ponto, a construção de uma imagem romântica das torcidas organizadas, pois o filme não objetiva trazer uma crítica àqueles comportamentos, mas sim, mostrá-lo a partir de uma perspectiva: a dos seus membros. Para o filme, toda esta rivalidade violenta acaba no dia posterior ao jogo, pois todos voltariam as suas vidas normais. Aceitamos esta abordagem, é uma licença cinematográfica.
Hooligans faz um breve mais intenso passeio pelo submundo das torcidas organizadas de Londres, através de Matt, um ex-estudante de Harvard, de onde foi expulso injustamente. Ao chegar à Inglaterra, para visitar a irmã, conhece Peter que logo o apresenta ao mundo da extrema rivalidade das torcidas de futebol. E assim, violência, brigas, bebidas, e futebol passam a fazer parte da vida daquele ex-estudante de jornalismo que nunca havia brigado antes.

Título original: (Hooligans)
Lançamento: 2009 (EUA, Inglaterra)
Direção: Lexi Alexander
Atores: Elijah Wood, David Alexander, Joel Beckett, Geoff Bell.
Duração: 109 min.
Gênero: Drama

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Sherlock Holmes

"Não há nada mais ilusório do que um fato óbvio." (Sherlock Holmes)


Este é mais um personagem que emergiu da literatura para a telona dos cinemas.  É fruto da mente criativa do escritor inglês: Sir Arthur Conan Doyle, do final do século XIX, influenciado pelo já bem estabelecido discurso racional que contaminou todas as áreas do conhecimento, e como não, as artes também. Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.) sempre faz uso da razão científica para alcançar as respostas que precisa, seja na investigação de um crime, ou para potencializar seus golpes de artes marciais durante uma luta.
Holmes está sempre acompanhado de seu fiel amigo, Dr. John Watson (Jude Law) que nesta trama está para se casar, o que não agrada o famoso detetive, pois isto os separaria. Ambos investigam um assassino e feiticeiro, condenado a morte e enforcado, mas que fugiu do túmulo aonde havia sido enterrado. Céticos como são, os detetives farão de tudo para descobrir a armação por traz do suposto feiticeiro. E para dar graciosidade e romance a trama encontramos também Rachel McAdams no papel da ladra que roubou o coração de Holmes, e Kelly Reilly no papel da noiva de Watson.
Está com dúvida quanto ao filme que vai assistir? Elementar meu caro internauta... assista Sherlok Holmes.

Título original: (Sherlock Holmes)
Lançamento: 2009 (Austrália, EUA, Inglaterra)
Direção: Guy Ritchie
Atores: Robert Downey Jr., Jude Law, Rachel McAdams, Mark Strong.
Duração: 128 min.
Gênero: Aventura

Operação Valquíria

Podemos Salvar a Alemanha ou o Fuhrer, mas não os dois. (Claus Von Stauffenberg)


Filmes que tratam das Segunda e Primeira Grande Guerra sempre me fascinam, e esse é um deles. Conta a história de homens que, descontente com o governo de Hitler, montam um plano para matá-lo. Tanto o roteiro e os diálogos, como a ambientação histórica e os figurinos estão muito bem estruturados, sem deixar de destacar as cenas de ação e suspense que, apesar de não serem muitas, convencem bastante. Um trecho,  inesquecível, por exemplo, é quando Hitler e o alto comando do governo estão em dos seus esconderijos, e junto a eles, na mesma sala, há um dos conspiradores portando uma mala recheada de explosivos pronta para detonar.
Claus Von Stauffenberg (Tom Cruise) é o homem que tentou por em prática o plano cujo objetivo era retirar o Fuhrer do comando da Alemanha. Após voltar do campo de batalha cego de um olho, sem uma das mãos e sem dois dedos da outra mão, o coronel adquire aos poucos a confiança e necessária entre os conspiradores, recebendo assim a importante missão já tramada a bastante tempo. O final já é conhecido por todos nós, entretanto, quem aprecia um bom filme com foco historiográfico não pode perder este.

Título original: (Valkyrie)
Lançamento: 2008 (Alemanha, EUA)
Direção: Bryan Singer
Atores: Tom Cruise, Kenneth Branagh, Bill Nighy, Tom Wilkinson.
Duração: 121 min
Gênero: Drama

15 Anos e Meio

-Tá brincando? vai sair assim? (Philippe)
-Assim como? (Églantine)
-Assim com essa roupa, parece uma... (Philippe)
-Puta? (Églantine)
-Você quem disse. (Philippe)
-E você, com essas calças de Jacques Chirac? (Églantine)


Comédia leve e graciosa, sem grandes pretensões. Conta, mais uma vez, a estória de um pai que é obrigado a conviver com a filha, após ter estado longe dela desde seu nascimento. Agora, quinze anos e meio depois, Philippe Le Tallec (Daniel Auteuil), cientista bem sucedido nos Estados Unidos retorna à  França para tentar recuperar o tempo que passou sem a filha, ou pelo menos não estragar tudo. E este projeto inclui tarefas difíceis para um pai que esteve muito tempo ausente: se reaproximar da filha, entender seu jeito, reconhecer suas linguagens e aceitar seus hábitos típicos de adolescente. E sem esquecer do namorado, pois, eis aí o maior drama de quase todos os pais: o namorado da filha. Entre confusões e entendimentos o telespectador é carregado até o desfecho da trama, sem esperar um final inovador, mais não deixando de ser agradável, pois tanto Daniel Auteuil quanto Juliette lamboley, no papel da filha Églantine, entretém bem.  
É mais uma trama envolvendo pais e seus filhos adolescentes, ambos habitando mundos diferentes mas que no final das contas descobrem seus elementos em comum, e os laços que os interligam: o verdadeiro amor e a aceitação do outro. Apreciem um típico filme pipoca hollywoodiano em língua francesa.


Título original: (15 Ans et Demi)
Lançamento: 2008 (França)
Direção: François Desagnat, Thomas Sorriaux
Atores: Daniel Auteuil, Juliette Lamboley, François Damiens, Lionel Abelanski.
Duração: 97 min.
Gênero: Comédia

Não é um filme, mas emociona (II)

Não quero mais
Não quero mais ser só seu amigo
Não quero mais só ouvir você
Ir embora e torcer para que as horas passem logo
Ficar vermelho de ciúmes quando outros homens te desejam
Eu quero
Eu quero ser seu amigo, namorado, amante...
Eu quero ouvir você, sorrir, beijar-lhe
Quando estiver com você, não precisarei mas de relógios
Quando outros homens te olharem, me alegrarei intensamente
Pois sei que você é minha namorada...
                                                                                                                                                 05.04.2004
 

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

À Procura de Eric

- Você preisa dizer "não". (Cantona)
- Não, não. (Eric)
- Com vontade ! NÃO! (Cantona)
- NÃO!... NÃO!...NÃO! (Eric)


Eric Bishop (Steve Evets) é um carteiro com a alto-estima arrasada, abandonado pela esposa e sem coragem de dizer quanto ainda a ama, com dois filhos do primeiro casamento descontrolados e metidos em problemas, sem autoridade em casa, e sem ânimo para trabalhar, apesar de seus colegas carteiros estarem sempre dispostos a ajudá-lo.  Apenas relaxa e foge da dura realidade da vida quando roubar maconha do filho e fuma escondido no recanto de seu quarto, e foi em um destes eventos que o personagem teve a ilusão de estar conversando com seu ídolo, o ex-jogador do Manchester United, Eric Cantona. O crack do futebol , interpretado por ele mesmo, passou a aparecer constantemente e dar conselhos para o carteiro, até então, desiludido com a vida. E, enquanto tentava resolver os problemas que rodeavam sua vida (reconquistar a ex-esposa, tirar os filhos das drogas e dos problemas com valentões, atualizar a entrega das cartas nos correios) Eric recordava a história e os momentos gloriosos do jogador, desde os títulos até a severa suspensão a qual foi submetido por ter agredido um torcedor.
Ao mesmo tempo é uma comédia e um drama em que, através dos problemas pessoais de Eric Bishop, o diretor traz a tona questões sociais que cercam o subúrbio europeu, problemas que aflige pais e trabalhadores, assim como, também critica a política dos ricos clubes de futebol europeus que se distanciam cada vez mais dos torcedores proletários que não tem como assistir os jogos de seu time em virtude dos altos preços dos ingressos.
Aproveitem o craque do futebol dando um show na telona.  

Titulo original: (Looking for Eric)
Lançamento: 2009 (Bélgica, França, Itália, Espanha, Inglaterra)
Direção: Ken Loach
Atores: Steve Evets, Eric Cantona, Stephanie Bishop, Gerard Kearns.
Duração: 116 min
Gênero: Drama

Monsieur Joseph

 Recentemente o cinema francês tem dado destaque a um tema bastante interessante: o xenofobismo, a dificuldade das minorias em território europeu, principalmente o francês. O filme Monsieur Joseph vem justamente levantar esta temática; com um roteiro muito bem elaborado, o longa nos apresenta o drama de Joseph, comerciante de origem árabe, casado com uma mulher muito mais jovem (cerca de 30 anos) com a qual possuía um relacionamento aberto. Porém, após o desaparecimento desta jovem, e a denúncia de uma vizinha a polícia, a vida normal do Monsieur foi alterada drasticamente. A polícia, os vizinho e os amigos passaram a desconfiar que a jovem havia sido assassinada pelo próprio marido. A polícia, apesar de cautelosa, encontrava indícios e testemunhas que o acusavam, os vizinhos esqueceram-se daquele comerciante que já fazia parte da paisagem da rua. Já seus amigos, o ignoravam, de nada adiantaram os 45 anos de convivência com aquelas pessoas.
Suspeita, preconceito e xenofobismo se alimentam neste instante, e aquele homem percebe que já não é reconhecido e não se reconhece mais naquele ambiente.  É a arte retratando a realidade, nos trazendo de forma poética a triste e crua natureza de um ambiente recheado, mesmo que ás vezes mascarado, de hostilidade e preconceito contra o diferente, o estrangeiro.

Título original: (Monsieur Joseph)
Lançamento: 2007 ( França/Bélgica)
Direção: Olivier Langlois
Atores: Daniel Prévost, Serge Riaboukine, Julie-Marie Parmentier, Catherine Davenier, Franckie Defonte, Didier Lafaye, Jean-François Gallotte
Duração: 90 min.
Gênero: Drama

Ghost World – Aprendendo a Viver

"Não quero conhecer ninguém que compartilhe meus interesse" (Seymour)


Quem começar a assistir este filme sem consultar a sinopse ficará inicialmente perdido, pois geralmente os filmes norte-americanos sobre adolescentes seguem um padrão: hora comédia, hora sexo, com raras exceções. E esta incógnita seduz o telespectador: enquanto tenta encontrar e se encontrar no filme, não consegue parar de assistir ou imaginar seus prováveis roteiros.
 A trama, baseada na HQ de Daniel Clowes, trata essencialmente de duas jovens recém saídas do colegial, traçam planos para um futuro juntas, e diferente da maioria dos seus colegas, ou seja, nada de universidade. Enid (Thora Birch) é uma adolescente crítica e inquieta quanto aos modelos, quanto ao conformismo, além de curiosa e irônica. Inicialmente havia planejado morar com a colega de escola Rebecca (Scarlett Johansson), mas, após conhecer Seymour (SteveBuscemi) seus planos passaram a ser questionados. Rebecca, por sua vez, logo se adaptou a vida de uma adulta, e de certa forma, cobrava esta transformação também de Enid, logo conseguiu um emprego simples, alugou um apartamento, e se preocupava com coisas domésticas, mas também percebia que sua colega estava cada vez mais distante. Já  Seymour, era um homem maduro, sem habilidades sociais, com dificuldades de conseguir um relacionamento e conformado com sua situação, colecionava discos e objetos antigos. Inicialmente parecia mais uma das vítimas de Enid e Rebecca, era o estereótipo perfeito do perdedor norte-americano, contudo a curiosidade levou Enid a se aproximar e se interessar por aquele homem mais velho, estranho e interessante ao mesmo tempo.
É uma estória de amizade, amor e auto-descobertas. Sem apelação sexual, um misto de comédia e drama, com desfecho distante dos clichês despejados constantemente no mercado, este é um bom filme e merece ser assistido.

Título original: (Ghost World)
Lançamento: 2001 ( EUA)
Direção: Terry Zwigoff
Atores: Thora Birch, Scarlett Johansson, Steve Buscemi, Brad Renfro.
Duração: 111 min.
Gênero: Drama

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O Ritual

"Você não está sozinho..." (Angeline)


Michael Kovak é um jovem que fugiu para o Seminário Católico para estudar teologia, não por vocação, mas porque queria se livrar da profissão que fatalmente herdaria de seu pai; preparar os mortos para o funeral. Porém com o fim dos estudos e chegada a hora de se tornar Padre a sua falta de fé o impedia de seguir em frente, mas antes que desistisse um dos Padres do Seminário lhe ofereceu a oportunidade de fazer um curso para exorcistas em Roma. Foi lá que Kovak conheceu a jornalista Angeline (Alice Braga) e o Padre Lucas (Anthony Hopkins), um exorcista que há muito tempo combate os demônios que se apossam dos seres humanos.  O ceticismo de Kovak entra em conflito com os eventos experimentados naqueles exorcismos, e em algum momento ele terá que decidir sobre a sua fé, pois sua vida dependerá desta decisão.
O telespectador não encontrará nada neste filme que já não tenha visto em outros do gênero, inclusive no O Último Exorcista, porém, com a ressalva que desta vez é baseado em fatos reais. Então, tente se assustar com O Ritual.

Título original: (The Rite)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: Mikael Håfström
Atores: Anthony Hopkins, Alice Braga,Rutger Hauer, Colin O'Donoghue.
Duração: 114 min.
Gênero: Terror

O Último Exorcista

"Se acredita em Deus, tem de acreditar no diabo." (Cotton Marcus)


A receita é a seguinte: um pastor (Patrick Fabian) desacreditado em sua fé, um amigo com uma câmera na mão - para dar um ar de documentário ao filme, aliás, uma fórmula que já conhecemos. Uma jovem (Ashley Bell) que, segundo o pai (Louis Herthum), está sendo possuída pelo demônio. Esta jovem e sua família moram em uma cidadezinha pacata e conservadora no interior dos Estados Unidos. Pronto, aí está a receita pra mais um filme de exorcismo, o final vai depender do diretor, mas as variações não são tão grandes. E não vamos esquecer as clássicas cenas de membros retorcidos, água benta no rosto, voz estranha, leitura da bíblia, paranoia, dúvida do pastor quanto a sua fé, e alguns segredinhos de família para levantar uma dúvida cética aqueles acontecimentos.
Mesmo sabendo que esta fórmula não assusta mais, aí está a pedida para quem gosta de filme de terror.


Título original: (The Last Exorcism)
Lançamento: 2010 (EUA)
Direção: Daniel Stamm
Atores: Patrick Fabian, Ashley Bell, Louis Herthum, Iris Bahr.
Duração: 87 min.
Gênero: Terror

Monstros VS. Alienígenas

Mais uma vez um disco voador pousou nos Estados Unidos, parece que é o único país em que os discos voadores pousam... (repórter cobrindo a invasão alienígena)


Vamos mais uma vez saudar a imaginação criativa dos roteiristas de Hollywood, desta vez com uma interessante animação recheada de personagens super esquisitos: Susan Murphy e ma  jovem mulher que  no dia do seu casamento após ter contato com um meteorito cresceu demais, precisamente 15metros. Um cientista louco que se transformou em uma barata após uma experiência científica mal sucedida. E por falar em experiência, tem também o B.O.B; uma gosma desprivilegiada de inteligência porque não possui cérebro. Ainda completa a lista, mas não a finaliza, o Elo Perdido; um monstro metido a herói. E por fim, temos o Insetossauro, uma enorme larva de 106 metros. Estes cinco personagens são Os Monstros e ficavam presos na famosa Área 51. Porém, o governo americano, através de um presidente muito atrapalhado e um altivo general, resolveu recrutá-los, pois a Terra estava sendo ameaçada por um estranho alienígena. Uma Lula com vários olhos e uma enorme cabeça, de espírito aventureiro, megalomaníaco e colonizador, estava a procura do meteorito que havia feito Susan crescer 15 metros, sem mencionar que este invasor possuía uma potente aeronave dotada de alta tecnologia, ou seja, tudo o que um alienígena precisa para nos atacar, claro, segundo ainda as férteis mentes dos nossos queridos roteiristas.
Geralmente as animações não decepcionam as crianças e muito menos aos adultos, e pode acabar sendo uma boa pedida para quem gosta de dar umas boas risadas, principalmente nestes tempos de raras boas comédias. Sendo assim, apreciem estas estranhas criaturas.


Título original: (Monsters Vs. Aliens)
Lançamento: 2009 (EUA)
Direção: Rob Letterman, Conrad Vernon
Atores: Reese Whiterspoon, Seth Rogen, Hugh Laurie, Will Arnett.
Duração: 94 min.
Aênero: Animação

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Frida

“Eu tive dois desastres na vida: um foi o bonde, o outro foi você” (Frida, para Diego Rivera)



A vida de Frida Kahlo (Salma Hayek), uma das principais artistas mexicana é retratada neste belo filme recheado de polêmica, paixão e calor, assim como ótimas interpretações e trilha sonora estonteante, e como não poderia deixar de ser, perfeita fotografia e figurino.
Frida, que apesar de não ter sido agraciada pelo destino, pois além de ter adquirido uma doença grave quando criança, ainda sofreu um grave acidente de ônibus, passando a sofrer fortes dores ao longo da sua breve vida, ainda assim, amou e criou tão bem como poucos fizeram. Entre seus amores encontramos o excêntrico e também artista Diego Rivera (Alfred Molina), o revolucionário e refugiado Leon Trostky (Geoffrey Rush), além de várias outras mulheres.
Definitivamente é um filme feito não só para os amantes das artes plásticas, como também para quem aprecia boas interpretações e para quem adora se deixar levar por belas (hi)estórias, mesmo quando são verdadeiros dramas humanos que nem sempre nos dão um final feliz.


Título original: (Frida)
Lançamento: 2002 (EUA)
Direção: Julie Taymor
Atores: Salma Hayek, Alfred Molina, Geoffrey Rush, Ashley Judd.
Duração: 123 min.
Gênero: Drama

Território Restrito

"Pergunte a si próprio por que tanta gente arrisca tanto para cruzar nossas fronteiras." Max (Harrison Ford)


A crítica nacional não abraçou este filme, como é o caso de um dos mais importantes críticos de cinema brasileiros, Rubens Ewald Filho, que aponta em um fato dos bastidores como um dos motivos do fracasso do filme. Todavia, a não aprovação da crítica não significa que a película não mereça ser apreciada, pois o tema é interessante e a proposta também. O diretor, Wayne Kramer, pretendeu montar uma trama envolvendo várias estórias paralelas interligadas pelo mesmo tema: a imigração. Um projeto semelhante talvez, a Crash, no Limite e Babel, entretanto, o resultado final, concordando com os críticos, não foi semelhante, ainda assim, é um bom filme.
Conseguir entrar e trabalhar nos Estados Unidos é o principal sonho de muitas pessoas no mundo, e a forma ilegal de conseguir realizar este sonho ás vezes é a única possível. E, após dentro do território norte-americano, a aventura dramática ainda não tem fim, pois agentes estarão sempre na perseguição dos inúmeros imigrantes ilegais, e qualquer descuido pode significar o fim do sonho. Porém, ainda existem aqueles que tentam entrar legalmente através de uma autorização, mas que também sofrem igualmente, em virtude das constantes negativas. Sem mencionar as pessoas que construíram família, estabilidade, uma vida, porém ilegalmente, e após descoberto terão que ser deportados para sua terra de origem, que muitas vezes é uma região de guerra. O que estas pessoas estariam dispostas a fazer para conseguir realizar seus sonhos? Estes são exemplos dos vários dramas que o telespectador encontrará em Território Restrito, e apesar da “crítica oficial”, assistam, pois valerá à pena.


Título original: Crossing Over
Lançamento: 2008 (EUA)
Direção: Wayne Kramer
Atores: Harrison Ford, Ray Liotta, Ashley Judd, Jim Sturgess, Cliff Curtis, Summer Bishil, Alice Braga, Alice Eve, Jacqueline Obradors, Justin Chon
Duração: 113 min.
Gênero: Drama

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Resultado da Enquete

A Primeira enquete do Alguns Filmes chegou ao fim neste dia 10 de fevereiro. Na rede desde o início de janeiro a pergunta realizada aos nossos visitantes foi a seguinte: Qual o melhor filme de 2010? E tivemos 45 votos que se distribuíram da seguinte forma: 

A Origem: 16 votos
Tropa de elite 2: 7 votos
O Mestre do Ar: 4 votos
Salt: 3 votos
Nosso Lar: 2 votos
Toy Story: 2 votos
Ilha do Medo: 1 voto
Tron, O Legado: 1 voto
Encontro Explosivo: 1 voto
A Rede Social: 1 voto
Robin Hood: 1 voto
Outro 6: votos

Concordo com a maioria: desta lista o filme A Origem realmente é o melhor, certamente pode ter existidos filmes melhores no ano de 2010 que não entraram no circuito comercial nem nas principais salas de cinema, mas que um dia encontraremos empoeirado em alguma locadora qualquer. Ainda assim, acredito que nem nosso vencedor: A Origem, muito menos A Rede Social não levarão o próximo Oscar. Alguém arrisca um palpite?
Até a próxima enquete

A Rainha

Ela era a princesa do povo (Tony Blair)


O funeral da Princesa Diana talvez tenha sido um dos eventos de maior audiência da história da televisão mundial, porém enquanto a maioria das pessoas estavam acompanhando o enterro da mãe do herdeiro da Monarquia inglesa, nos bastidores decisões importantes deveriam ser tomadas. A nobreza e os políticos deveriam se posicionar, era a História da Inglaterra, precisamente da Monarquia que estava em jogo, é neste cenário que participam o recém eleito Primeiro Ministro, Tony Blair, interpretado por Michael Sheen e a Rainha Elizabeth II, interpretação que rendeu a Helen Mirren o Oscar de Melhor Atriz em 2007.
O telespectador não deve esquecer que a nobreza britânica não via a Princesa Diana com bons olhos, por isso não queriam dar muito destaque a sua morte, porém, a mídia e principalmente os cidadãos britânicos adoravam aquela jovem que desafiava os poderosos. Era um dilema a ser enfrentado pela Rainha e um novato político.
Por mais que seja apenas um olhar do cinema sobre alguns acontecimentos, que talvez seja apenas ficção sem nenhum resquício de verdade, ou até mesmo que existam verdades subjacentes a trama, de qualquer forma é um ótimo filme que agrada qualquer apreciador do cinema.


Título original: (The Queen)
Lançamento: 2006 (França, Itália, Inglaterra)
Direção: Stephen Frears
Atores: Helen Mirren, Michael Sheen, James Cromwell, .
Duração: 97 min.
Gênero: Drama

Os Outros Caras

- Como você se sentiu ao atirar?  (Terry)
- Como uma pílula de Viagra, só que com um rosto!  (Allen)


Está cansado de ver estas duplas de policias que fazem seu trabalho tão bem que faz inveja até aos investigadores do C.S.I? Então está na hora de conhecer Os Outros Caras, porque é preciso que se mostre a verdadeira realidade de um trabalho policial. Estes Outros Caras são Terry Holtz (Mark Wahlberg), o policial durão e Allen Gamble (Will Ferrell), um policial que para sua própria segurança precisa usar arma de madeira, porém, após nunca terem sido aproveitados nas ruas de Nova York como verdadeiros policiais, eles têm a oportunidade que sempre desejaram: irão investigar os piores criminosos da cidade, pois os policiais símbolos da delegacia: Christopher Danson (Dwayne Johnson) e Manzetti (Samuel L. Jackson) morreram estranhamente.
Uma paródia dos filmes policiais que fizeram (e ainda fazem) sucesso nos últimos anos mesclando besteirol com cenas de ação, não é o melhor filme de comédia do ano, porém como este gênero está fraquíssimo ultimamente, Os Outros Caras se destacam.


Título original: (The Other Guys)
Lançamento: 2010 (EUA)
Direção: Adam McKay
Atores: Will Ferrell, Mark Wahlberg, Michael Keaton, Dwayne Johnson.
Duração: 107 min.
Gênero: Comédia

Amnésia

"Todos precisam de espelhos para se lembrarem de quem são" (Leonard)


Contar uma estória sem ser necessariamente na sua sequencial  natural já não é novidade no cinema, alguns diretores e roteiristas fazem bem, outros nem tanto. Amnésia é perfeito para exemplificar uma experiência de sucesso neste tipo de trabalho. Tudo bem que se o telespectador não ficar sempre atento pode se perder durante o filme, no entanto, a recompensa pode ser muito satisfatória para aqueles que estiveram ligados em cada cena, em cada reconstrução e detalhe da trama.
Após não conseguir impedir o assassinato da esposa, Leonard Shelby (Guiy Pearce), traumatizado, passa a sofrer de uma doença rara: perda da memória recente, ou seja, fica incapacitado de guardar fatos recentes, e apenas com as memórias dos anos anteriores ao momento da morte da esposa, este homem passa a investigar e perseguir o assassino de sua esposa. É o desejo de vingança que o mantém vivo, porém, em virtude da sua amnésia, será necessário disciplina e métodos especiais para que ele tenha êxito. Munido de máquina fotográfica, útil para registrar as pessoas que conhece durante a jornada, e caneta para anotar tudo que sua memória não consegue mais guardar. Sem mencionar que as informações mais importantes são registradas no próprio corpo em forma de tatuagens. Um homem sem memória, que  pode esquecer até mesmo uma conversa de dez minutos atrás, certamente poderá ser induzido a cometer erros ao longo de sua caçada, alguém poderia se aproveitar dele. Para o telespectador, até a montagem da trama não estar completa qualquer personagem pode ser o criminoso ou estar se aproveitando da amnésia de Leonard.
Ótimo roteiro, edição e direção, este é um filme feito para os apreciadores da Sétima Arte e com final surpreendente.  

Título original: (Memento)
Lançamento: 2001 (EUA)
Direção: Christopher Nolan
Atores: Guy Pearce, Carrie-Anne Moss, Joe Pantoliano, Mark Boone Junior.
Duração: 120 min.
Gênero: Drama

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Santuário

"Nunca desista, não importa o que aconteça, nunca, nunca desista" (Frank)


A maioria dos cerca de seis bilhões de habitantes da Terra nunca escalarão o Everest, ou o K-2, muito menos farão mergulho nas profundezas de uma gigantesca caverna inexplorada, no entanto sabem que estes esportes são arriscadíssimos, seja por meio dos noticiários das inúmeras mortes anuais envolvendo estas atividades, ou por meio de documentário. Pois bem, este filme é quase um dramático documentário destinado a essa imensa maioria de medrosos que não sabem o que é viver perigosamente, não sabem o que é ter doses cavalares de adrenalina correndo no corpo, em fim, é um filme para nós fracotes. Sabemos - por meio do Google, é claro - que neste tipo de atividade os erros são fatais, e a equipe do mergulhador Frank McGuire (Richard Roxburgh) cometeu vários, o primeiro foi estar dentro de uma caverna em meio a uma tempestade tropical, e depois, estar cercado por alguns principiantes.
A trama é a seguinte: uma equipe de mergulho e exploradores de cavernas investigam a maior caverna já encontrada e não conseguem sair a tempo de uma forte tempestade chegar, levados pelas águas não há outra alternativa senão  seguir o rio subterrâneo por labirintos desconhecidos até o mar. Uma tarefa difícil até para o realista e experiente Frank que terá que tomar difíceis decisões, principalmente porque precisa salvar a vida de seu filho que também faz parte da equipe.
Sabe aquelas cenas que lhe faz pensar: “hum, isto não vai dar certo, alguém vai se dar mal...” e no final realmente algo acontece de errado? Pois é, existem várias cenas assim. Entretanto não é um filme ruim, pelo contrário, se você gosta de adrenalina, ou melhor, gosta de assistir personagens em situação de extrema adrenalina, então irá gostar de Santuário. Apesar de sua falha grave, que poderia ter sido evitada facilmente: sabe estes filmes que iniciam a partir da cena final? Foi uma opção desnecessária do Diretor Alister Grierson.



Título original: (Sanctum)
Lançamento: 2011 (Austrália, EUA)
Direção: Alister Grierson
Atores:  Ioan Gruffudd, Richard Roxburgh, Rhys Wakefield, Alice Parkinson.
Duração: 79 min.
Gênero: Aventura