sábado, 21 de julho de 2012

Drive

"Tem milhares de ruas nesta cidade, não precisa saber a rota. Diga a hora e o lugar que te dou cinco minutos de janela. Haja o que houver nestes cinco minutos eu estou a disposição, seja para o que for. Mas se acontecer alguma coisa após este tempo está sozinho, entendeu? Ótimo, não vai mais falar comigo neste celular."


Na trilha de filmes fracos perdi o caminho do blog, foram tantos filmes comerciais assistidos nestes últimos dias que a inspiração para comentar algo desapareceu tão rápido quanto as lembranças que estes filmes nos deixam. Mas enquanto as salas de cinema não nos presenteiam com filmes razoáveis vou elaborando uma receita para desintoxicação, ou seja, uma lista de bons filmes para comprar e assistir quando surgir o importante e saudoso tempo para o ócio.

Felizmente Drive foi a exceção a estes filmes insossos como os últimos Madagascar, Era do Gelo e O Espetacular homem Aranha que me embriagaram recentemente. O filme dirigido por Nicolas Winding Refn, a primeira vista, pode nos levar a pensar que é um daqueles thrillers em que a ideia central é a velocidade, fugas desenfreadas ou algo assim, porém, e felizmente, pode ser algo a mais. Aliás, o motorista (Ryan Gosling ) desfaz esta impressão logo no início do longa.

Duble de cenas perigosas e mecânico, mas nas horas vagas é piloto de fuga em pequenos assaltos, estas são as atividades do introspectivo personagem de Ryan Gosling. Porém, não apenas sua rotina, mas também seu estilo de vida entra em xeque no instante em que conhece sua vizinha Irene(Carey Mulligan) e seu pequeno filho (Kaden Leos). Aquela família parecia dar outro significado a sua vida, pelo menos este era seu pensamento até a chegada de Standard Gabriel (Oscar Isaac), o marido de Irene que acabara de sair da cadeia carregado de segredos. 

O que tem de mais interessante no filme, além da belíssima trilha sonora, fotografia e interpretação é o roteiro: quando o caminho mais fácil e esperado por nós, espectador, parece ganhar forma somos então  surpreendidos. Para conhecer o espírito da obra siga o ritmo e a mensagem da música A Real Hero” que embala as viagens do motorista. Um herói de Verdade, um desses heróis anônimos que cruzam nossos caminhos diariamente sem que nem saibamos a dimensão do seu último ato heroico, pois ele não está e nunca estará na mídia. 

Não é preciso muito para que um filme consiga nos emocionar verdadeiramente, não aquela emoção gerada pela simples sensação de espanto e admiração geralmente causada pelo aparato tecnológico ou algo assim. Característica típico dos filmes puramente comerciais (que também são importantes, claro), mas aquela emoção que nos faz enxergar o que está na frente dos nossos olhos, e que ás vezes é tão belo, cotidiano e simples.

Entre no clima ouvindo uma das músicas que compõem a trilha do filme (A Real Hero).





Título original: (Drive)
Lançamento: 2011 (Estados Unidos)
Direção: Nicolas Winding Refn
Atores: Albert Brooks, Bryan Cranston,Carey Mulligan, Cesar Garcia, Chris Smith, Christian Cage, Christina Hendricks, James Biberi, Jeff Wolfe, Joe Pingue, Oscar Isaac.
Duração: 95 min
Gênero: romance 

5 comentários:

  1. Ainda não assisti, mas está na lista.

    Abraço

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  2. Estou doido para ver esse filme!

    http://monteolimpoblog.blogspot.com.br/

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  3. A trilha sonora não é coadjuvante neste filme, mas pode reconstituir a trama pelas melodias que entoam momentos decisivos na vida da personagem. Filme muito bom, significativo e com uma interpretação vigorosa de Ryan.Indicado!

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  4. Um filme muito elogiado pela crítica. Vale a pena.

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  5. Denso e introspectivo, é cinema de verdade. Sem efeitos visuais, sem pancadarias e tiroteios, é filme para poucos, filme para quem gosta realmente de cinema como 7º arte.

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