domingo, 6 de julho de 2014

Transcendência – A Revolução

Eu costumava trabalhar para Thomas Casey. Estagiei para ele. Um certo dia ele convidou todos nós para ir ao laboratório. Fez todo um discurso sobre História, serviu champanhe a todos como se houvesse encontrado a cura para o câncer. E sabe... quando ele fez o upload daquele macaco fiquei feliz por ele, todos ficamos. E então percebemos que tínhamos passado dos limites. A máquina que acreditou ser um macaco nunca respirou, nunca comeu, nunca dormiu. Só gritava, implorava para que parássemos, para desliga-la. (Bree)


Confesso que desde a “leitura” dos filmes Matrix que não havia me surpreendido tanto com um longa de ficção científica quanto com Transcendência. Estrelado por Johnny Depp, vivendo Dr. Will Caster, e dirigido por Wally Pfister esta obra tem o que há de melhor em filmes desta natureza: a possibilidade de conexões com diversas áreas do conhecimento (filosofia, ética, política, teologia, biologia, etc.) e a leve chance de acordarmos um dia e nos vermos mergulhados em um mundo como aquele apresentado na telona.

Na trama uma linha limítrofe fora superada, não há mais corpo físico que mantenha o homem aprisionado a inevitável e esperada morte. Basta fazer um upload e, agora sim, viver em rede. E ainda há mais: a possibilidade de controlar a natureza! Como disse Max Waters (Paul Bettany):  “... no próximo verão já não existira mais a vida orgânica primitiva na terra ... ”. Extrapola o apenas viver em rede, é apropriar-se do conhecimento lá armazenado e usá-lo, para o bem ou para o mal.

E o mais interessante é que o encadeamento de acontecimentos que se sucedem no filme nada mais é do que o fruto da vontade humana de planejar, organizar, enquadrar, “avançar a níveis superiores... e construir um futuro melhor para todos”, como disse Evelyn,  cientista e esposa do Dr. Will Caster. Ou seja, tornar o mundo mais humanizado é, segundo o filme, e de modo irônico, também torna-lo menos humano.

Infelizmente a crítica "especializada" não aliviou o longa. Nem o roteiro, nem Johnny Depp, ou o consagrado Morgan Freeman, sequer Cillian Murphy que quase não participou saiu ileso, e quase crucificaram o diretor Wally Pfister. Enfim, definitivamente ninguém foi perdoado. Parece até que antes de escreverem saíram lendo as críticas um dos outros, quase um “copia e cola” generalizado! 

Tudo bem, mesmo que existam furos aqui e ali, clichês (afinal, como se sabe, inteligência artificial não é novidade no cinema), ainda assim, diante do conteúdo trazido pela obra, quem é que precisa de mais ação, estrelismos, etc.? O que desperta atenção e merece ser observado é o debate entre a ciência o homem e seus limites. E isto foi apresentado de maneira bem apropriada. E ainda tendo como pano de fundo uma estória de amor, ora!

Entre os melhores filmes do ano, com certeza!


Título original: (Transcendence )
Lançamento: 2014, (EUA)
Direção: Wally Pfister
Atores: Johnny Depp, Rebecca Hall, Morgan Freeman, Paul Bettany, Cillian Murphy, Kate Mara, Cole Hauser, Clifton Collins Jr.
Duração: 119 min.

Gênero: Ficção Científica

20 comentários:

  1. Sinceramente não esperava muito desse filme.
    Mas fiquei interessado em ver!

    att,
    André Betioli!

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  2. Fiquei curioso, Marcos Rosa, pra ver este filme. Não li a crítica. Pelo menos não pra este filme. Irei vê-lo e a depender das minhas impressões volto, aqui, pra comentar algo mais. Um abraço...

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  3. Muito atraente, não podemos negar. Eu gostei, havia muitos elementos que pareciam muito atraente para mim, a sequência de ideias foi bom, mas alguma coisa aconteceu durante esse filme que não se conformava Trascender; no entanto, é um muito interessante para quem gosta de filme de ficção científica, o colapso da humanidade e do governo conspirações. Ele tem seus contras, mas é definitivamente interessante perguntar-nos mesmo com filmes, dilemas éticos que existem na ciência e desenvolvimento. Nós dois estamos dispostos a sacrificar a nossa ética e morais, a fim de salvar vidas; um debate que queima quando se trata de células, nanotecnologia e ciência médica-tronco.

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  4. Embora o filme apresente uma premissa fascinante e contemple questões filosóficas profundas sobre a natureza da consciência, a ética da IA e o impacto da tecnologia na sociedade, ele falha em entregar uma narrativa coesa e envolvente. O roteiro, embora ambicioso, é frequentemente confuso e por não desenvolver adequadamente seus personagens, deixando o público desconectado emocionalmente.

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