sábado, 24 de agosto de 2013

O Grande Gatsby

“Apenas um homem não me enjoava.” (...) “ele era a pessoa mais otimista que eu já conheci. E, na certa, jamais voltarei a conhecer. Havia alguma coisa nele, uma sensibilidade. Ele era como uma dessas máquinas que registram terremotos a 16.000 km” (Sr. Carraway).


As adaptações carregam consigo uma grande sina: não conseguir acompanhar a dramaticidade, a estética e a beleza da obra original. A pesar de todos os recursos visuais que o cinema possui, ainda assim, o esforço realizado pelo cérebro durante a leitura para a construção dos cenários, dos personagens, dos diálogos  são capazes de conquistar muito mais o leitor do que o espectador. Já foram quatro adaptações do clássico livro homônimo de Francis Scott key Fitzgerald (1996-1940), porém as críticas e insatisfações ainda se sucedem. Talvez este seja o destino das adaptações: quanto mais fãs tiver o livro, maior o risco da obra cinematográfica não agradar. 

Aprecio as adaptações, pois elas permitem aos roteiristas o aproveitamento da riqueza dos personagens e dramas contidos no livro, claro que ás vezes se perdem em uma trama confusa ou más interpretações da obra. Como exemplos de boas adaptações recordo neste instante de: Um Sonho de Liberdade, A Espera de Um Milagre, O Império do Sol, Trainspotting, O Senhor dos Anéis, 1984, O Nome da Rosa, O Poderoso Chefão, entre muitos outros. Todos estes são filmes que extrapolam os dramas de cada personagem, nos interligam a outras atmosferas, produzem links.

O Grande Gatsby, por sua vez, não é só uma história de amor - correspondido ou não - mas de encontros e desencontros tecidos maliciosamente pelo destino. É uma obra que nos apresenta a sociedade norte-americana efervescente da década de vinte, uma convulsão econômica que multiplicava os novos e ostentosos ricos, mesmo que, do outro lado do Oceano Atlântico a Europa rugisse de fome e destruição, consequência da terrível Grande Guerra. Os ianques se divertiam nas estrondosas festas de modo que pareciam adivinhar que alguns anos mais tarde se afundariam na maior crise econômica da História. 

O anfitrião destas festas, Jay Gatsby (Leonardo Dicaprio), era um homem misterioso. O pouco que se sabia dele era por conta dos encontros regados a bebidas e músicas que deixavam os artistas e boêmios da cidade de Nova Iorque entusiasmados e eufóricos. Mais misteriosa ainda foi a sua aproximação ao pacato Nick Carraway (o inconfundível, Tobey Maguire). Afinal, por que aquele milionário excêntrico despertaria interesse pelo seu indiferente e jovem vizinho? Quem sabe a resposta estivesse do outro lado da cidade. É que Nick era primo de Daisy Buchanam (Carey Mulligan), casada com Tom Buchanan (Joel Edgerton), um membro típico das famílias tradicionais que detestavam estes novos e inconvenientes ricos. Claro que Gatsby e Daisy ainda tinham assuntos inacabados.

Estes quatro personagens, e mais um mecânico e sua sonhadora esposa, nos apresentarão amostras de uma sociedade marcada por uma alegria entusiasmante, mas também por moralidades e preconceitos baseados no status. E, mesmo que o amor seja o elemento que interligue estes personagens, infelizmente, nem sempre a relação entre eles será amorosa. 

                                                   

Título original: (The Great Gatsby)
Lançamento: 2013, (EUA, Austrália)
Direção: Baz Luhrmann
Atores: Amitabh Bachchan, Jason Clarke, Elisabeth Debicki, Leonardo DiCaprio, Joe Edgerton, Isla Fisher, Tobey Maguire, Carey Mulligan
Duração: 142 min.
Gênero: Drama

3 comentários:

  1. Ótimo texto!!!

    Confesso que nunca li o livro, mas sempre escutei falar do que ela se trata.

    Fiquei curioso em conferir a obra.

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    1. Valeu André, Este é um ótimo programa, principalmente se não leu o livro, pois não terá aquela expectativa de leitor. E a trilha sonora também é legal.

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  2. Confesso que baixei, mas ainda não tive tempo pra ver. Confessaria ainda que não me despertou grandes paixões, vez que ando fulo com o Baz depois de seus últimos trabalhos pífios... Mas agora acho que darei um jeitinho de vê-lo para debatermos depois! Abração!

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