- Eu quero que você fique aqui. (Lota)
- Mas e a Mary? (Bishop)
- Mas e a Mary? (Bishop)
Bruno Barreto, o diretor, nos apresenta boas doses de poesia, belas atuações e uma leve e sarcástica crítica a reação popular ao Golpe Militar de 64. Baseado em fatos reais, o filme revela a breve passagem pelo Brasil da renomada poetiza norte-americana Elizabeth Bishop, a convite da amiga de juventude. A adaptação ao clima, alimentos e cultura não foi fácil, mas passada a crise inicial, não tardaria àquela amante das letras, apaixonar-se pelo Brasil, aliás, não só pelo Brasil.
É uma trama amorosa que gira em torno de três personagens: Lota (Glória Pires), Elizabeth Bishop (Miranda Otto) e Mary (Tracy Middendorf). Nelas encontramos os elementos presentes em quase toda história de amor: paixão, conquista, concessão, ciúmes, domínio, alegrias, tristeza...
Além disso, é possível destacar ainda três elementos imperdíveis no filme: o primeiro é evolução de Lota, a personagem de Glória Pires: suas primeiras aparições nos fazem perceber imediatamente uma mulher que não foge ao trabalho braçal, prática, quase bruta, ao mesmo tempo em que demonstra intensa intimidade com a arte. O que interliga a Lota das primeiras cenas, quase irreconhecível frente àquela que surge nas últimas cenas, quem sabe seja o amor ou a paixão.
A poesia de Bishop, por sua vez, é um convite, um componente imprescindível para a construção da atmosfera que envolve as três personagens, e suas distintas personalidades:
(...)
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas. E um império
Que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério
(...)
One Art (Tradução de Paulo Henriques Brito)
Por fim, o terceiro elemento surge de forma mais tímida. O período politicamente conturbado da década de 60 também é percebido pela poetiza, mesmo que por meio de um grande estranhamento. Relata a Bishop: “Quando Kennedy foi assassinato, nós (o povo norte-americano) sofremos. Vocês tiveram um Golpe Militar, que lhes tirou a liberdade, e foram jogar futebol na praia. Eu vi da janela”. Seria apenas um limitado olhar estrangeiro ou alguém que aponta o frequente teatro da participação política da população nos momentos importantes da História do país?
Flores Raras: amor, política e diferenças culturais trazidos a tona por duas excelentes atrizes.
Lançamento: 2013, (Brasil)
Direção: Bruno Barreto
Atores: Glória Pires, Miranda Otto, Tracy Middendorf, Marcello Airoldi, Treat Williams, Lola Kirke
Duração: 118 min.
Gênero: Drama.
Parece ser um filme bacana!
ResponderExcluirhttp://anjoosrebelde.blogspot.com.br
O cinema nacional tem dado um salto incrível em criatividade e amadurecimento. O momento dos filmes brasileiros é de extrema inteligência e poesia, para nós cinéfilos enche os olhos!
ResponderExcluirhttp://ocinematografo.blogspot.com.br/
O trailer não havia me chamado atenção, mas ao ler sua postagem me despertou certa curiosidade. Quem sabe um dia dê uma conferida.
ResponderExcluirAbraço.
http://umvortice.blogspot.com.br/
Marcos excelente seu blog, parabéns. você desperta a curiosidade e faz quase todos os filmes parecerem excelente. Ótimo trabalho.
ExcluirPercebi que seu blog tem muitos acessos, mas não encontrei uma maneira de entrar em contato, então vou deixar um link bem interessante aqui pra você, de uma forma bem simples de monetizar essa quantidade de visitas.
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comecei esse blog hoje. da uma conferida no link
Abraços
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