Eu
costumava trabalhar para Thomas Casey. Estagiei para ele. Um certo dia ele
convidou todos nós para ir ao laboratório. Fez todo um discurso sobre História,
serviu champanhe a todos como se houvesse encontrado a cura para o câncer. E
sabe... quando ele fez o upload daquele macaco fiquei feliz por ele, todos
ficamos. E então percebemos que tínhamos passado dos limites. A máquina que
acreditou ser um macaco nunca respirou, nunca comeu, nunca dormiu. Só gritava, implorava
para que parássemos, para desliga-la. (Bree)
Confesso que desde a “leitura”
dos filmes Matrix que não havia me surpreendido tanto com um longa de ficção
científica quanto com Transcendência. Estrelado por Johnny Depp, vivendo Dr.
Will Caster, e dirigido por Wally Pfister esta obra tem o que há de melhor em
filmes desta natureza: a possibilidade de conexões com diversas áreas do
conhecimento (filosofia, ética, política, teologia, biologia, etc.) e a leve
chance de acordarmos um dia e nos vermos mergulhados em um mundo como aquele apresentado na telona.
Na trama uma linha
limítrofe fora superada, não há mais corpo físico que mantenha o homem
aprisionado a inevitável e esperada morte. Basta fazer um upload e, agora sim,
viver em rede. E ainda há mais: a possibilidade de controlar a natureza! Como
disse Max Waters (Paul Bettany): “... no próximo verão já não existira mais a vida
orgânica primitiva na terra ... ”.
Extrapola o apenas viver em rede, é apropriar-se do conhecimento lá armazenado e
usá-lo, para o bem ou para o mal.
E o mais interessante é
que o encadeamento de acontecimentos que se sucedem no filme nada mais é do
que o fruto da vontade humana de planejar, organizar, enquadrar, “avançar a níveis superiores... e construir
um futuro melhor para todos”, como disse Evelyn, cientista e esposa do Dr. Will Caster. Ou seja,
tornar o mundo mais humanizado é, segundo o filme, e de modo irônico, também torna-lo
menos humano.
Infelizmente a crítica "especializada" não
aliviou o longa. Nem o roteiro, nem Johnny Depp, ou o consagrado Morgan Freeman, sequer Cillian Murphy que
quase não participou saiu ileso, e quase crucificaram o diretor Wally Pfister. Enfim, definitivamente
ninguém foi perdoado. Parece até que antes de escreverem saíram lendo as críticas
um dos outros, quase um “copia e cola” generalizado!
Tudo bem, mesmo que
existam furos aqui e ali, clichês (afinal, como se sabe, inteligência artificial não é novidade no cinema), ainda assim, diante do
conteúdo trazido pela obra, quem é que precisa de mais ação, estrelismos, etc.? O que
desperta atenção e merece ser observado é o debate entre a ciência o homem e
seus limites. E isto foi apresentado de maneira bem apropriada. E ainda tendo como
pano de fundo uma estória de amor, ora!
Entre os melhores
filmes do ano, com certeza!
Título original: (Transcendence )
Lançamento: 2014, (EUA)
Direção: Wally Pfister
Atores: Johnny Depp, Rebecca Hall, Morgan Freeman, Paul Bettany, Cillian Murphy, Kate Mara, Cole Hauser, Clifton Collins Jr.
Duração: 119 min.
Gênero: Ficção Científica
Direção: Wally Pfister
Atores: Johnny Depp, Rebecca Hall, Morgan Freeman, Paul Bettany, Cillian Murphy, Kate Mara, Cole Hauser, Clifton Collins Jr.
Duração: 119 min.
Gênero: Ficção Científica