"Embora meu amor seja insano, minha razão alivia a dor intensa do meu coração dizendo-lhe para ter paciência e não perder a esperança. " (uma erotomaníaca internada por mais de cinquenta anos)
Se você é daquelas pessoas que ficam intrigadas quando se depara com notícias sobre crimes passionais, ou em relação a capacidade de algumas pessoas de perderem a noção da realidade, então este é seu filme. Aliás, é um clássico para os psicanalistas. Fiquei até com medo de cruzar o caminho de uma Angelique por aí!
O roteiro é muito bem trabalhado, o telespectador é levado por caminhos tortuosos, fertilizando sentimentos diversos em relação a Angelique (Audrey Tautou ):alegria, compaixão, raiva, estranheza. Esta intrigante trama também oferece elementos para compreendermos o homem/mulher que, no campo amoroso, ainda se adapta a Modernidade; gerando uma constante busca pelo amor e, consequentemente, a angustia provocada por sua falta, enfim, pela solidão.Em geral, quem mais sofre deste mal Moderno são as mulheres, desde a promessa do Príncipe Encantado; aquele que um dia chegará,tomará a donzela nos braços e a levará para o mundo do felizes para sempre. Por mais que o discurso feminista tenha combatido esta ideia machista, as mulheres sempre sonharão com um amor eterno, intenso e feliz, e muitas vezes fazem de tudo para tê-lo. Angelique é um exemplo clássico desta mulher que teima em buscar incansavelmente seu amor, porém, com doses exageradas de malvadeza, que a faz transpor a fronteira da sanidade.
Mulher, o que faria despertar a Angelique dentro de você?
Título original: (À la Folie... Pas du Tout)
Lançamento: 2002 (França)
Direção:Laetitia Colombani
Atores: Audrey Tautou, Samuel Le Bihan, Isabelle Carré, Clément Sibony.
Duração: 92 min
Gênero: Romance
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